PENSANDO

PENSANDO

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

FOI PARA A PAREDE.

Chegou ontem ao final uma novela que já durava alguns meses. Dai peguei e arrepiei, e terminei a pintura, coloquei o trabalho na parede e agora vai ficar lá até receber as correções necessárias e os retoques finais.


Este detalhe na barra inferior da obra foi aparte mais divertida, são 520 desenhozinhos que levaram 4 dias parem feitos e não se repetem nunca, não existem dois iguais e na verdade poderia ser feitos em um dia e meio, mas o desgaste mental é enorme. Eu trabalhava umas 3 horas e parecia que tinha trabalhado uma semana.

Por quê então fazer algo tão desgastante se não tem nada a ver com o restante da obra? Porque é divertido, acrescenta algo de desconsertante ao trabalho todo e faz pensar.

Ver de perto e poder passar a mão no quadro é outra coisa. Ele fica bem na minha cara aqui sobre o computador e mede 1,40 x 1,40 metros, é bem grande, mas não ganhou destaque nas paredes aqui de casa porque elas são de cerejeira e não oferecem o contraste que as bordas dele precisam.

MERAMENTE IMPORTANTE.

Ontem desafiei o temporal e os raios do final de tarde ocupei-me por umas duas horas em ler as biografias de Dilma Roussef e de José Serra.
Fruto de uma de minhas conversas com amigos que estão no momento de falar sobre os pré candidatos à eleição para presidente da republica. Desprezei os outros possíveis candidatos e me dediquei a conhecer bem os dois que acredito irão no inicio da campanha chamar mais atenção.
A biografia de Dilma é mais incompleta com muitos dados sem confirmação, muitas contradições, muitas afirmações de desmentidos. É incrível como um lado afirma que ela tenha vivido tal situação que ela nega e por outro ela afirma ter vivido tais situações que são negadas por outras pessoas. Nada é certeza, tudo ainda é especulação.
A biografia de José Serra é mais consistente, com poucas passagens de duvidas ou contradições.
Não há no caso dele uma onda determinada a alterar a imagem dele. No caso de Dilma existem varias ondas determinadas a mudar a imagem pública dela.
Mas existem vários pontos em comum entre os dois, e isso é muito interessante.
Ambos foram perseguidos políticos, tiveram atuações corajosas contra a ditadura militar e sofreram por isso. Voltaram ou ingressaram na vida publica e realizaram coisas relevantes, em algum momento demonstram competência técnica e capacidade de organizar forças.
Dilma nunca foi candidata a nada, mas participou de campanhas vitoriosas, Serra ganhou bonito algumas eleições e amargou alguns fiascos eleitorais quando já era bastante conhecido e experiente. Dilma foi torturada ( barbaramente segundo ela e eu acredito porque na época não havia outro método em uso, só o caminho da brutalidade ), Serra foi exilado e passou perto da morte no Chile.
Não farei campanha aqui no blog, nem vou voltar muito a este assunto, mas também não vou deixar passar batido.
Só recomendo que todos que tenha acesso a internet que procure saber sobre cada um deles, e dos demais é claro. É importante. Procure fontes confiáveis.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

MUITO PRÓXIMO DA PERFEIÇÃO.

Quando um texto é perfeito ou chega muito próximo disso deve ser divulgado.
Eis o texto:
http://arquivoi.blogspot.com/2010/01/o-espelho-do-futuro.html
Leiam e reflitam.
Recomendo ler o blog todo pois o autor é dado a ter uma ideias gêniais que eu não sei de onde ele as tira.

DESANIMEI.

Esta foto jogou meu animo no chão. Tá certo que esta bem lá em baixo meu minúsculo animo, mas extinguiu-se. Melhor ser índio, nada possuir, colher o alimento necessário à próxima refeição e se não acha-lo simplesmente ficar com fome. Melhor ter um abrigo provisório, uma gruta ou alguns galhos servindo de escora para umas folhas de bananeira que não durem mais que uma chuva.
Estamos indo ladeira abaixo, sonhamos que algo esta acontecendo que ira mudar tudo para melhor em breve, mas este algo não esta acontecendo. Não vai ter 2012, o mundo vai ultrapassar esse ano e seguir em penúria, não haverá mudanças.
As únicas mudanças possíveis são muito pontuais, é uma coisa muito doméstica, tipo você tratar os dentes de sua empregada, estimular o servente de seu pedreiro a fazer um curso noturno de aperfeiçoamento, ajudar uma pessoa idosa e que viva sozinha pintar uma casa. Coisinhas relevantes mas que não mudam o destino do trem desembestado morro abaixo de se espatifar.
Há uma força enorme desencadeada fazendo carne moída da espécie humana.
Bem, esta foto nem é atual, nem sei onde é o lugar e nem sei direito nada do que esta acontecendo ali. Mas é muito sem sentido tudo que acontece.
Enlouquecemos, e perdemos o senso lógico, e isso é tão falado aqui na internet nos textos apócrifos do Arnaldo Jabor, Luis Fernando Verissimo e Carlos Drumond de Andrade cujos nomes são usados para dar credibilidade ao conteúdo.
Mas como diria o profeta Edyman ( Um profeta que na década de 70 pichou a cidade de São Paulo inteirinha com a frase " Profeta Edymam esta chegando" e no dia que foi preso o delegado que o prendeu foi instantaneamente convertido por ele e nem quis fazer o Boletim de ocorrência, até porque naquela época pichar não era crime .) O FIM ESTA PRÓXIMO!
Mas quando eu digo próximo é próximo pra caramba, tipo assim, entre comprar um fardo de papel higiênico e um pacote com 4 rolos, opte pelo pacote...
Que mêda!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

INFERNAIS

Quando morei em Paraty, conheci um casal que era o retrato mais bem acabado que já vi até hoje de cumplicidade dentro do casamento e dos negócios. Não eram exatamente do bem, nem eram do mal, pendiam para um dos lados folgadamente e isso era considerado na pequena comunidade que é a cidade um coisa muito grave. Em lugares pequenos não existem segredos, mas existe muita inveja e ampliação exagerada dos fatos. Mas na balança, lidar com eles era muito difícil porque ficavam o tempo todo levantando a bola um do outro, fazendo retaguarda e jogando pesado com todo mundo. Extremamente cultos, viajados e experientes da vida tinham um casamento aberto, alias abertissimo como eu nunca havia visto em minha vida, no inicio de modo sutil depois de forma bem explicita e leviana para os que se aproximavam deles.
Isso gerava um série de obstruções aos planos deles e fazia a delicia das rodas de fofocas da cidade. Mas eles tinham uma certa forma de poder originário do trabalho que faziam de onde obtinham sucesso internacional com um trabalho constantemente requerido e muito bem pago.
Tinham portanto a arrogância dos artistas bem sucedidos e um ar de desprezo por tudo que não fosse nascido de suas imaginações e lidas.
Não era fácil lidar com eles, mas no entanto ofereciam grandes exemplos positivos de profissionalismo e cumplicidade plena.
Lembro de uma vez estarmos buscando um nome para um negócio e dei um sugestão, e eles disseram: - Legal... ; daí deixaram a coisa ficar morna, a conversa prossegui e lá na frente voltaram ao nome que eu havia sugerido mas só que desta vez, segundo cinicamente me colocaram, nascida da cabeça da esposa dele. Fiquei indignado com a mesquinharia e não entendi naquele momento a natureza daquilo, o que ganhavam com tudo se o nome eu estaria dando de graça, mas eles queriam mais, queriam que alem de ser um bom nome, ninguém nunca viesse dizer que a ideia não tinha sido deles. Doentes, muito próximos da doença. Meu encanto foi morrendo, e mesmo o bom lado criativo e profissional deles, em grande parte herdado das incontáveis viagens pela Europa e EUA, deixou de me seduzir.
Eles batiam e assopravam no pior estilo de convivência que se pode estabelecer.
Eu tinha planos interessantes que podiam ser desenvolvidos pelo grupo que poderiamos formar, mas havia que se ter uma abdicação total de autoria, nada podia ser criado fora da cabeça deles, eles simplesmente não suportavam compartilhar nenhuma migalha de eventual sucesso. Assim depois de uma parceria onde desempenhei brilhantemente meu trabalho, numa época que não era comum eu conseguir isso, a coisa explodiu e eles conheceram o meu lado mais perverso que eles não imaginavam que eu possuía, e com uma guerra silenciosa e cruel eu terminei minha relação de trabalho e talvez, se é que existiu, de amizade com eles.
Seguiram e estão ainda hoje se dando bem, sempre embarcando na corrente mais proveitosa de tudo que acontece. Eu por meu lado descobri uma coisa que considero interessante dentro daquele conjunto meio selvagem, que um casal unido é imbatível.
Nada pode impedir o avanço e a subida de pessoas que se unem num objetivo, mesmo que de forma doentia.
Os arranca rabos entre eles eram violentos nas poucas vezes que eu presenciei, ela era submissa quando isso acontecia, mas ardilosa para dar a volta e fazê-lo sofrer por isso. Mas eles nunca rompiam o acordo básico da união deles contra o resto do universo. E isso foi gerado e fortificado na necessidade simples de ter que sobreviver no final dos anos 60 e inicio dos anos 70 da atividade artística. Neste meio foi que se criou a essência do que eram e de como se comportavam. Uma atividade marginal, informal, desrespeitada e que raramente era valorizada. A alma deles endureceu, e eles sobreviveram e acharam o caminho do progresso e com a formula testada e aprovada eles nela se acastelaram e perderam a sensibilidade para perceber que o mundo era maior que eles, que as coisas poderiam acontecer sem a participação deles e que eles poderiam ser ótimos, como eram, ao lado de outros também ótimos, sem que com isso fosse preciso que deixassem de existir.
Aprendi a lição mas nunca encontrei a cúmplice para aplica-la.
Por estes dias avistei-os na internet entre matérias, sites e outras tantas possibilidades e lamentei honestamente não te-los como amigos hoje, porque fora o comportamental urticante, tinham muito a oferecer e receber se aceitassem.

IMAGEM NÚMERO 4 - SOMOS

Ouvi hoje uma boa frase:
" Se você se senta numa mesa de jogo e não consegue descobrir quem é o pato, pode ter certeza que o pato é você!"

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

RELATIVO A NADA.

Hoje a tarde me senti velho.
Percebi por um longo período de tempo que o mundo me era desproporcional.
Entendi algumas coisas que me haviam dito alguns dias atrás, agora de forma clara e com razão.
Não tenho demonstrado muito alegria de viver. Estou sem entusiasmo e sem brilho.
Apagado e recluso tenho cuidado de coisas desimportantes embora criando projetos interessantes para próximos trabalhos, quer dizer, estou de bem com o futuro quando trato dele no presente, mas não estou de bem com ele quando nele me vejo.
Somos a soma de nossas escolhas e o resultado de nossas iniciativas passadas.

A algum tempo descobri essa coisa de períodos sabáticos, ou seja: tirar umas férias daquilo que você é, ser outra pessoa e viver diferente de tudo que você sempre foi, isso tudo com o botão de foda-se ligado. Olhei para as pessoas com um total desinteresse e embora tenha ouvido e palpitado, não me importei muito com os destinos alheios como sempre faço.

Acho que estou com o meu saldo de compaixão em baixa.
Me vi impossibilitado de dar uns conselhos renovadores, e então achei por bem ficar calado, apenas confirmei e concordei com tudo que ouvi.
Percebi também que estou num ritmo mais lento que o resto das pessoas, que estou meio vazio de ações práticas e que as coisas estão se acomodando por , mas não da maneira como gosto.

Mas tenho desenhado e pintado legal e escrito coisas interessantes, mas não consigo identificar de onde esta vindo a inspiração. Será que estou ficando maduro? Conseguindo produzir com a razão? Estarei eu adquirindo nervos de aço? Terei perdido a ansiedade e o tesão?
Será que mergulhei numa andropausa generalizada de corpo e alma? Ou como disse minha amiga psicóloga, que tenho a cabeça pequena?
Será que tenho alguma destas dúvidas?
O fato é que sempre acho que ficar velho é melhor que ser jovem. A velhice trás a calma que buscamos a vida inteira, mas quando percebemos que estamos entrando nela ficamos tristes porque o que queremos é participar do primeiro plano a vida toda sem deixar espaço para os que vem atrás. Mas para isso é preciso muita energia e chega uma hora que você descobre que não se deve aplicar energia em tudo que aparece pela frente. A maturidade é seletiva.
A única coisa da qual você não se livra é de ter que fazer escolhas, mas elas são mais fáceis.
Se você quer se sentir magro ande com gordos, se você não quer se sentir velho não ande nem com jovens nem com velhos, ande com você sozinho, se enfrente e diga pra você mesmo porque e como chegou onde chegou.

IMAGEM NÚMERO 3 - SONHO

Meus sonhos mais reais são aqueles em que me vejo nos ambientes mais fantasiosos.

IMAGEM NÚMERO 2 - ENTRANHAS

Somos o que comemos, literalmente.
Grande exemplo: a beterraba!

IMAGEM NÚMERO 1 - TRAIÇÃO

Traição é um assunto polêmico.
Divertido para quem trai e dolorido para quem é traído.
É no entanto algo que mexe com todo mundo, sinal de que a fidelidade mesmo depois de tantos séculos ainda não conseguiu achar seus argumentos de defesa apropriados.
Os ingredientes são muitos quando se consuma a traição.
E são infinitas as formas de se trair, excluindo inclusive a traição sexual ou afetiva.
Ficamos aqui somente com a imagem, que é sem dúvida muito boa.

VAMOS PASSAR DOS LIMITES EM POUCAS HORAS.

Pequenas tragédias irão acontecer nas próximas horas. Ontem fazendo um pequeno percurso de 12 kms aqui na região contei dezenas de situações de elevado risco por conta das chuvas.
Tivemos um ano inteiro de chuva, não tivemos mais que 20 ou 30 dias de sol e com certeza não ficamos mais que 45 dias sem chuva aqui na região da Serra do Mar. Com isso o solo esta saturado, perdeu sua capacidade de absorção e esta totalmente instável. Nestes dias fizemos alguns trabalhos de restauração de canaletas e podas de árvores aqui em casa e em algumas partes do terreno é impossível caminhar, se você cavar 40 cms ainda esta na camada de barro ou terra muito humida. Isto é grave pois mesmo com muita chuva de você cavar a terra ela deve estar seca ou firme a mais de 10 a 20 cms da superfície.
Na terça e na quarta tivemos árvores que caíram e fecharam a mesma estrada pela manhã sem chuva na hora do ocorrido e sem vento, ou seja, caíram porque o chão não segura mais as árvores em pé. Todos os barrancos estão descendo para a pista, num trecho de 500 metros avistei 200 metros de deslizamentos de pequeno porte mas que indicam que o restante do barranco virá abaixo em seguida. Lagos estouradas e vertedouros que não param de escoar, isso é grave, porque mesmo com as barragens sendo abertas a velocidade da água esta enchendo os lagos acima da capacidade de armazenamento e a água acha os vertedouros, se o vertedouro não der conta a barragem em algum lugar arrebenta com a pressão. Basicamente toda água que cai de uma chuva como a de uma única noite desta semana, que equivaleu a 6 dias normais de chuvas de verão, escorrem sem penetrar uma gota sequer no solo e sem ter onde ficar retida.
Muita gente esta morrendo soterrada, e a Defesa Civil do ABC ( cidades da região metropolitana de São Paulo ) esta fazendo triagem de ocorrências para atender apenas ao casos mais graves, e isso é calamitoso. Não se trata de um momento mas do resultado de um período de um ano incessante de chuvas. Para os próximos dias estão previstas chuvas muito fortes e prolongadas e esta semana tivemos enchentes e situações difíceis todos os dias da semana.
Eu moro num lugar muito elevado, mas cercado de árvores e tenho visto cada raio cair aqui perto como nunca via antes, esta tudo muito húmido e é preciso andar isolado do chão, o risco é enorme. Tenho muitos amigos com histórias de enrascadas com chuvas por estes dias, as pessoas precisam sair e fazer as coisas, as casas não tiveram manutenção em telhados e aja goteiras, cada um improvisa sua solução, até em casa de capa de revista.
Estamos todos muito espertos, mas impotentes diante da enormidade do problema.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

SABENDO ESPERAR...

Os momentos de espera nunca me agradaram, e já consumi muito tempo de minha vida em esperas. Mas existem variedades de esperas. Hoje espero decisões pra poder fazer as coisas que gosto e preciso para ganhar dinheiro, poderia estar ocupado de outras atividades mas a chuva, sempre a chuva, me impede de fazer muitas coisas.
Então espero, enquanto isso me preparo, pesquiso e penso.
Tem sido agradável, uma espécie de férias vazia, sem data certa pra terminar, e sem gastar muito dinheiro. E eu na verdade estou me acostumando com este nada acontecer e descobri que tenho nervos de aço. E é preciso tê-los para esperar. Com isso me meti a desenhar projetos de quadros que um dia pintarei, mas tenho feito tantos projetos que duvido tenha tempo e materiais para executa-los e mais ainda, sempre que você trabalha em coisas que não foram encomendadas, trabalha movido exclusivamente pela inspiração do momento.
Como um de meus projetos de trabalho encomendado é uma série de estalactites que servirão como luminarias, descobri a filosofia da estalactite versos a estalagmite.
A estalactite cresce pra baixo ao longo de milênios enquanto espera um lapso infinito de tempo passar, a estalagmite cresce para cima na mesma espera recebendo o gotejamento de uma estalactite. As duas se constroem partindo de opostos, indo na mesma direção, na mesma espera de forma simbiótica e em proporções diversas.
Ou seja, esta é a filosofia, mas ainda não cheguei a nenhuma conclusão do que possa significar, mas deve ser, muito, muito profundo.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A NÓS A LIBERDADE!

Você só se torna livre quando conhece a essência das coisas e dela se desapega, reconhece que o estado de liberdade dura pouco e tem compaixão pela coisa.
O que é a coisa? ...a coisa são pessoas, bens matérias, sonhos e realizações impermanentes.
Conhecer a essência revela o vazio de tudo ou o seu falso recheio. Dai em diante desapegar-se fica mais fácil, só mais fácil, e não fácil. Cicatrizar os sentimentos não é produzir o desapego. Desapego implica em entender, e pelo entendimento deixar de sentir, e se você nada sente não precisa curar o sentimento.
Mas por que uma coisa tão radical, negar-se o direito de sentir?
Porque a liberdade é um estado real e verdadeiro, e mais, sobre ele você não tem dúvidas.
Se você em algum momento de sua vida esteve livre, sabe que aquilo foi de verdade e que aquela verdade só deixou de existir quando você fraquejou e voltou a apegar-se.
Budismo prega o desapego material, emocional, afetivo e a compaixão pelas vidas e objetos.
É um estado de pleno respeito pessoal, onde você se permite ser dono de sua vida pelo tempo que consegue ficar no estado.
Quando um vendaval passa por sua vida, isole-se, não de continuidade, apenas pense na essência do que esta te destruindo e você verá que é sempre algo inferior a você. Mas este inferior a você se refere a um você centrado, adulto, dominado pela razão, não a um você passional, apaixonado, carente, desnorteado e infantilizado.
Nestes dias busquei conhecer a essência de varias pessoas com quem estive num final de semana que teve de tudo: trabalho, arte, desencontros profissionais, conversa com amigos adoráveis, descoberta de uma nova pessoa maravilhosa, feijoada, assalto e negligência da policia.
Exposto a tantas coisas, ou busco a essência e me desapego ou fico batendo de frente contra tudo e contra todos.
Tive sucesso?
Claro que não, meu sucesso foi parcial porque não é tarefa fácil pra ninguém sentir emoções e simplesmente colocar em cada uma uma etiqueta e guardar numa gaveta, não é assim.
Mas fui esperto o bastante para ver que em muitas coisas perdi definitivamente e irremediavelmente, e, em outras ganhei algo muito valioso.
Consequência: não estou livre neste momento, não senti o gosto, apenas descobri que tenho um trabalho a fazer antes de desfrutar.

domingo, 17 de janeiro de 2010

A ORDEM DESORDENADA.

Alguns assuntos nunca conseguem ser concluídos. Eu já prometi que não entraria mais em conversas densas que não pudessem ter um desfecho conclusivo, mas ontem a noite estava em companhia de amigos deliciosos e ali naquele ambiente é inevitávelmente transitamos pelo assunto.
Eu, materialista e com convicções únicas, o João meu adorado amigo com quem tenho uma afinidade que não entendo, a Stela que é uma amiga doce, linda e aconchegante, o Nelson que é iluminado e é a paz encarnada, a Regina, sempre bonita, com quem sou casado, não consigo decifrar e que confronta moderadamente minha opiniões mas convivemos serenamente com isso e a Dany uma amiga diferente de todas que tenho por conta de estar sempre muito próxima e compartilhar comigo coisas importantes, por me confrontar com muita serenidade e me encanta sempre. Feitos os devidos elogios abaixo da medida o fato é que falávamos sobre a morte e desapego. Não entendo como uma pessoa espirita tenha medo de morrer, se eu que não acredito em reencarnação não me incomodo em me manter consciente de que esta vida representa nossa única oportunidade neste mundo. Fiquei aguado de não conseguir completar minha teoria por mais que tentasse e eles me ouvissem com muita serenidade, nada de discussões acirradas. Dizia que existe a razão, que é algo que se forma em nossa mente, que existe também uma essência do que somos com nossas caracteristicas e impressões únicas que causamos nos outros e que a isto poderíamos até chamar de alma e que existe um espírito, se assim querem chamar, que a energia elétrica que faz o corpo da gente funcionar.
Quando morremos a razão termina imediatamente quando o cérebro morre asfixiado, a essência permanece na memória coletiva ou em nossa história pessoal, impressionada nas coisas que tocamos e nos bens e ideias que deixamos, e o espírito se desprende no ar na medida em que eletricidade é energia e se transforma mas não se perde ou deixa de existir. Isto é a morte, depois disso o nada para a gente e sobram ainda as migalhas do que fomos materialmente que aos poucos vão se perdendo na proporção em que somos pouco celebres e seremos fatalmente esquecidos, até porque quem lembra da gente também vai morrendo. Este nada incomoda ao espíritas.
Todos acham que não, que a vida vai prosseguir de forma não consciente mas que a eternidade esta garantida para todos. O sonho de eternidade serve bem para blindar nosso medo da morte, acreditar que venceremos um fato inevitável a todos. Não venceremos, deixaremos de ser, nossos restos serão incorporados por outras possibilidades de existência, nossas cinzas viram terra, que viram planta, que a vaca come e vira leite, que alguém toma e retém a gordura e luta pra te eliminar do corpo dela. Mas ser gordura na barriga de alguém não é reencarnação. E outra, a energia eletrica aterrou-se na humidade do ar, vagou, separou-se e uma hora qualquer vira parte do acumulo dela mesma e se transforma num raio, que cai na cabeça de uma vaca no pasto e destroi outras tentativas de reencarnação de gordura localizada via leite integral que não mais será produzido.
Não tenho a poesia de um Chico Xavier que ajudou e confortou tantas pessoas com sua iluminada maneira de ver algo que eu não consigo, mas vejo nele um ser superior que a tantos ajudou tirando-lhes pesos que sozinhos não suportariam carregar. Eu contrariamente acrescento pesos ou tento, sem objetivos de bem ou mal, impor o que acredito e acredito que também há um outro caminho por onde se pode andar de forma mais corajosa e triste em direção à morte.
Contudo minha maneira de ver não me acrescenta mais intensidade de vida. Acho que quem poupa para outra vidas esta perdendo o investimento e eu no entanto não elaboro ocorrências mais significativas para justificar esta minha existência.
Adoraria comungar com a Stela, a Regina, o Nelson, a Dany e o João dessa visão que eles tem e eu não, mas ela não penetra em mim com a força que penetrou neles, não encontra em mim elementos onde aderir. Em mim ela é vaga e inconcistente.
Falei ainda de algumas dificuldades emocionais minhas e a Dany aconselhou-me a fazer analise, eu acho que faço um pouco de analise aqui quando relembro emoções vividas e as exponho, mas nem sempre resultam em luz, muitas vezes resultam apenas em mais confusão.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

UM PASSEIO PATTETICO PELAS ARTES.

UM PASSEI PATTÉTICO PELAS ARTES, assim se chama meu novo blog sobre o mundo das artes e seus interiores incompreencíveis para mim. Por isso vou compartilhar com todos que gostam de arte e também não conseguem entender muito daquilo que foi feito pra não ser entendido, um passei patético, deslumbrado e com comentários diretos e nada acadêmicos sobre este vasto universo que é parte indispensável da vida humana.
O ser humano não vive sem arte, das mais diversas formas, e quanto mais civilizado ele se torna, mais incompreensível é sua arte.
Mas é inegável a emoção que sentimos diante de certas criações e diante do nível de elaboração de alguns trabalhos ou conjunto deles.
Recentemente tive a oportunidade de ver ( Na pinacoteca do Estado de São Paulo )uma série de trabalhos de Juan Gris, autor da obra acima de 1914, e é impressionate o resultado de seu trabalho visto pessoalmente. A internet pode mostrar as obras, mas a textura, a cor exata, a pincelada e os detalhes nunca poderão ser vistos numa tela de computador ( Ops, eu não apostaria nisso que acabei de escrever! ), mas a felicidade que tive de ver uma bela sequência de obras de Gris me deixou muito inspirado a pintar, e pintar sempre e cada vez de forma mais atrevida.
Em meu novo blog abordo de tudo e abordarei sempre com textos curtos e muitas obras e links para vocês verem mais variáveis de um mesmo estilo, autor ou coleção.
Não esperem aprender nada sobre arte comigo, apenas esperem ficar patetas iguais a mim.
Link http://passeiopattetico.blogspot.com/ e na coluna ao lado esquerdo onde aparecem as resenhas dos blogs que recomendo.

RESTAR.

Morávamos num quintal enorme com varias casas e todos os elementos necessários para viver em profunda alegria. Dois avós adoráveis, todas as tias e tios, todos os primos e primas e amizade e relacionamento com todos os vizinhos da rua. Vendedores ambulantes que passavam frequentemente, árvores no quintal, um poço de águas cristalinas tiradas com balde e muito lugar para brincar. O lugar pulsava e vivia, brigava-mos, brincava-mos e nos invejávamos. Não lembro de dias de chuva, parece que só havia sol e também não me lembro de Invernos, raros momentos de frio. Mas passávamos vontade de um monte de coisas que só o dinheiro podia comprar, mas não nos faltava criatividade, barracões entulhados de coisas velhas e sem utilidade e crianças vindas da vizinhança.
Aquela alegria ficava maior quando alguém se casava, então havia grandes festas e depois da festa alguém sempre ia embora, passava a não morar mais lá. E assim todos foram saindo e aos poucos aquele mundo foi se esfarelando, os avós morrendo, os tios mudando para outras casas próximas ao filhos que já tinham ido na frente ou compravam um chácara e ficavam parte do tempo lá. É muito triste isso. O quintal esta lá, ainda é nosso, está bem modificado mas com todas as casas no mesmo lugar só que todas modificadas e ampliadas. Só minha mãe ainda mora lá sozinha. Quando falamos sobre ela mudar de lá, ela sempre diz que gosta dali e que não pensa em sair de lá, embora sempre contraditória diga que adoraria morar em outro lugar, mas se você tratar a sério do assunto ela entra em pânico. Ela simplesmente não tem coragem de mudar de lá. Eu acho deprimente ser o último morador de um lugar que já foi muito alegre e vivo e hoje é uma vila fantasma. Na rua poucos moradores de nossa época, as casas foram vendidas e nasceram conjuntos de prédios enormes com centenas de pessoas em cada um, em apenas um prédio hoje mora mais que a soma de todos os moradores da rua em nossa época. Com isso o isolamento aumenta. Li esta semana sobre as vilas em Rondônia criadas ao longo da linha telegráfica implantada pelo Marechal Candido Rondon no final do século 19, a decadência dos lugares que se tornaram vilas fantasmas onde sobrevivem minguados moradores que não querem abandonar o lugar perdido no meio de uma infinita plantação de soja, um lugar nenhum, monótono e sem razão de continuar a existir.
Tenho prevenido amigas minhas, jovens de 20 e poucos anos, que não querem ter filhos e já moram sozinhas sobre a solidão e o ser deixado para trás como minha mãe. Hoje elas acham isso uma atitude, mas um dia irão ver que isso foi um erro estratégico na vida.
Eu não acho ruim a solidão num lugar escolhido para morar a fase madura da vida da gente, mas nunca moraria num lugar impregnado de boas memórias como é o nosso quintal. Parece que a vida fica pairando por lá, com todas as idades de todas as pessoas que moram ali. Hoje devido aos prédios que foram construídos na divisa o quintal dá eco. E eco é sinonimo de solidão, é ouvir apenas o barulho que você mesmo esta fazendo.
Na foto acima a fotografa dos Beatles Astrid Kirchher em sua juventude num auto retrato.
Astrid viveu a loucura da beatlemania, viu aquele mundo acabar e hoje ainda vive como resíduo daquela loucura que arrastava tudo por onde passava.

48 HORAS SEM ENERGIA ELETRICA

Estávamos assistindo ao filme O clube de leitura de Jane Austen quando uma rajada de vento derrubou uma árvore sobre o transformador em frente de casa e ouvimos um violenta explosão seguida de 48 horas sem energia elétrica. Aproveitamos o tempo disponível para ligar para a AES-Eletropaulo e atormentar os atendentes e ser atormentado por eles. Como a desvastação aqui na região foi muito grande eles alegaram não ter equipes suficientes para atender todos os chamados, embora alegassem também, que tinha o numero mínimo de equipes determinado pela AANEL. Perguntei: Por que você me diz que tem o número mínimo exigido, vocês não deveriam ter o número ideal? Contentam-se com o mínimo pra ter o máximo de lucro, e dane-se o usuário. Perdemos: 2 salsichas ( mas os cachorros não ) e deixamos de beber coisas geladas em dois dias muito quentes mas jantamos a luz de velas.
Aprendi no entanto como se conserta fio partido em rede de média tensão e alguns truques de manobras de onibus, pois a estrada aqui é muito estreita e não cabem os enormes onibus que passam aqui em frente de casa junto com o caminhão da Concecionária que se esparrama todo pela rua.
E acreditem ou não, eu estando a 50 kms do centro de São Paulo, em plena zona rural e num bairro onde mora muito pouca gente tinha um onibus a cada no máximo 3 minutos, mas acho que foi de sacanagem com a Eletropaulo. Os fios estavam pendurados e emaranhados e teve um que enrolou na roda do onibus, diversão não faltou.
Na terça foi o dia mais produtivo de minha vida, não me lembro de ter feito tantas coisas num único dia, tentei relacionar tudo que fiz mas perdi a conta, ou seja, sem energia eletrica e consequentemente computador, internet, furadeira, serra circular, luz prá poder enchergar dentro de meus depósitos de tranqueiras e sem as musicas horríveis de meu vizinho sou muito mais produtivo.
Redescobri também a delicia de tomar uma banho hiper gelado, porque a nossa água vem de poço artesiano e a temperatura dela é glacial, mas estou ruim da garganta por conta deste pequeno prazer.
De qualquer modos, viver na cidade de São Paulo com toda a sua fachada de progresso e não ter banda larga, energia estável, estrada descente e compatível é muito contraditório. As unicas coisa que temos de sobra aqui são: Ar puro e ônibus novinhos e vazios de 3 em 3 minutos.

sábado, 9 de janeiro de 2010

O PACTO.


O pai deve fazer um pacto com a infância de seus filhos.
Deve entender o profundo significado dos sonhos, da ingenuidade, das transições e das asneiras permitidas. É a grande oportunidade de voltar no tempo e refazer certo aquilo que deu errado em sua infância. Como ninguém conseguiu ter uma infância plenamente feliz sempre há o que fazer. Um pé na razão e um pé na infância dos filhos é o mínimo que se espera de uma pai.
O pai não pode ser o bicho papão, tem que ser o aliado que combate o bicho papão, e mesmo sabendo disso trocamos de lado todas as horas e muitas vezes sem razão.
Existe a energia, só é preciso reserva-la e canaliza-la adequadamente.
Existe também a carência por um pouco mais de infância já que todas as infâncias são incompletas.
Não queira aprender nada com seus filhos, ensine, que é esta a sua missão, seja pai, seja natural, não seja uma criança, seja apenas alguém que pactua com a infância e respeita suas limitações.
Minha infância foi dura e acho que é um direito de minha filha ter uma infância mais suave por meu intermédio
Se você perder o rumo e errar, não se preocupe, apenas não fique reincidindo, as crianças são mais habilitadas a aceitar e recuperar a amizade.
Pactue o quanto antes e aproveite o máximo.

PODE MAIS QUEM TEM MENOS A PERDER.

Se você não conhece escritos anarquistas ou se arrepia só de pensar que sejam como um arrastão destruindo tudo que encontra pela frente, saiba que o meu texto a seguir é puro anarquismo.
A história é real e soube dela ontem por telefone sem fio. Vou contar com alguns pontos de pura dedução, mas vale a essência que é muito boa.
A história:
Meu amigo Paulão estava a semana passada em Mendonza na Argentina com sua namora Any num restaurante aguardando o prato que pediram, quando a garçon serviu o prato um individuo entrou no restaurante com uma sacola pegou a travessa com a comida e despejou dentro da sacola, pegou o saleiro jogou sal dentro da sacola por cima da comida e saiu do restaurante.
O Anarquismo.
O cara tava certo. A vida é curta demais pra gente passar vontade, quanto mais para passar fome. Se o cara entra no restaurante se apodera da comida e ninguém o detem é porque todos os que observaram julgaram ou que não valia a pena o risco de uma eventual luta ou acharam justa a atitude do individuo. Se não quiseram correr o risco é porque tinham mais a perder na vida do que o valor de um prato de comida para duas pessoas, melhor pedir outro ou pagar por outro que levar uma facada e morrer por tão pouco. Se julgaram justo o cara levar a comida é porque sabemos que o mundo tá mesmo injusto e que as vezes a partilha é feita de formas abruptas, escandalosas ou patéticas como foi o caso.
Mas o cara podia trabalhar e obter recursos para sentar-se decentemente à mesa sem ter que se apropriar da comida e sim pagar por ela. Mas alguém sabe como foi a vida do cara, você quantas vezes já foi injustiçado na vida trabalhando honestamente? Quantas vezes a inveja o derrotou?
Quem garante que o cara não trabalhou?
É próprio julgar apenas pelo ato sem levar em consideração o passado. Isso é a sociedade em que vivemos, onde as leis são circunstanciais, valem apenas focadas para o fato em si sem por na balança o quanto de porrada o cara levou na vida para chegar a apoderar-se daquilo que ela julga então ser direito seu. Qualificam o ato e ignoram a trajetória.
Mas alguns vem ao mundo sem competência para vencer. Terão eles menos direito ao prazer, serão parte integrante apenas da massa destinada a ser eternamente explorada?
Claro que não, estes são os perigosos, os que não tem nada a perder, porque estes podem mais.
Você que venceu algumas etapas e pode pagar por algumas formas de prazer sabe que não foi fácil chegar até aqui, então imagine aquele que também lutou e só teve coisas desfavoráveis e não consegue obter o êxito. Esta sempre em débito, esta sempre ouvindo a promessa do futuro.
Um dia o cara cansa e diz: - Eu quero agora. Vai entra no restaurante se apodera da comida e se for pego e preso ganha casa e comida de graça por algum tempo, não talvez o tempo justo e não talvez a comida de melhor qualidade. Por que o tempo pode ser injusto? Porque a sociedade coloca na cadeia uma pessoa que rouba um prato de comida por um tempo muito superior ao que se ela trabalhasse precisaria para arrecadar o dinheiro necessário parar compra-lo. E por contradição na cadeia recebe de graça a comida em volume muito maior que o equivalente ao roubo.
E todos são roubados pelo governo para que ele pague a comida do prisioneiro, que no entanto não vai preso por isso. Confuso? Não anárquico, deliciosamente anárquico.
Eu vejo no dia a dia pessoas passando vontade, e não entendo porque as pessoas não vão lá simplesmente e não se apoderam daquilo que desejam. Não há cadeia para todos, não existe policia suficiente para prender a todos, e os policiais também roubam.
As sociedades nunca se tornarão justas porque o ser humano é originalmente defeituoso moralmente. Alguns núcleos e segmentos no entanto podem se tornar melhores. Mas a massa tem mais poder destrutivo que construtivo e isso nunca se manifesta, são tão raros os eventos ocorridos na história da humanidade que qualquer anarquista desanima só de pensar.
Por fim.
A conta não foi cobrada do Paulão e estou louco pra ouvir a história pessoalmente.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

PERDEU!

Trancado por acidente no banheiro perdeu o melhor da festa.
Quando deu por si descobriu que foi um tremendo vacilo escolher aquele banheiro no fundo do prédio de onde ninguém podia ouvi-lo gritar. Maior vacilo ainda foi descobrir que era apenas uma questão de calma e habilidade em manusear a velha chave.
Enquanto berrava e reclamava sem ser ouvido a festa rolava.
E rolava com sangue jovem, energia, vontade de viver, ao passo que ele tinha apenas e unicamente o objetivo de se ver fora daquele banheiro inóspito.
Por fim saiu, descobriu que ninguém deu por sua falta e que a festa tinha sido até melhor sem ele.
Doeu, doeu fundo perceber que pesava, e que sua ausencia produzia leveza.
Dai pra frente não mudou muito, alias, não mudou nada, só ficou mais esperto.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

JÁ ERAM...

As grandes empresas não tem mais credibilidade.
Elas tornaram-se desumanizadas, seus funcionários não tem vínculos fortes com o empregador e não transmitem confiança, os produtos são práticos mas não gratificam o cliente, se ocorrer algum problema o cliente sente-se infinitamente pequeno e impotente diante do gigantismo da corporação.
Antigamente uma empresa tinha uma relação estável e permanente com o cliente. Você gostava de comprar e usar os produtos dela, depois o produto virou marca e a marca foi passando de mão em mão, e hoje você não sabe mais quem fabrica tal coisa, mas no final quem fabrica é um único dono de um grupo desfigurado de empresas que nascem e somem instantaneamente.
É como plano de saúde , você tem um a mais de 20 anos, dai um dia vem um banco e o compra, muda tudo e você tão tem mais nada, direito a mais nada, alias tem , tem uma encrenca danada.
Aquela relação antiga e cordial se extingue muito rapidamente.
O empregado é sempre terceirizado e não se sente parte de nada, com isso participa minimamente de tudo, o produto resultante é algo sem densidade. Ligue para um tele-atendimento e veja de onde o funcionários esta falando, em alguns casos o cara tá na India.
Ele na tela as respostas e não vai alem de meia dúzia de opções de soluções que nunca agradam a cliente algum.
A fórmula básica é fazer o mínimo, cobrar o máximo e fingir que satisfez o cliente.
Lembro me da Cerâmica São Caetano, seu slogam era " Só uma lajota da Cerâmica pode riscar outra lajota Cerâmica", as lajotas avermelhadas e sextavadas eram usadas em todas as casas de do Estado de São Paulo, até hoje você encontra algumas em perfeito estado, o produto era de primeira, trabalhei com eles, os funcionários se aposentavam e continuavam trabalhando, o Seu Savério trabalhou lá por mais de 60 anos. Era cumprimentado pessoalmente pelo Dr. Simonsen, proprietário do Grupo embora fosse um funcionário da produção. Havia respeito, vinculo e reconhecimento.
Hoje as empresas tentam passar a imagem de ecologicamente corretas, quem acredita que um Petrobrás seja ecologicamente correta, ou uma Vale?
As grandes empresas tornaram-se gigantes, unidas, e disformes.
Eu conheci pessoalmente o Sr. Samuel Klein, dono das Casas Bahia, e ele ficava nas lojas, quando já tinha uma grande rede, hoje isso tudo é do Pão de Açúcar, e os donos nem sabem onde ficam as lojas. Certamente toda a equipe é terceirizada e não ficam mais de um ano em suas funções e buscam outras oportunidades de emprego, com isso tanto faz de você voltar ou não a comprar da empresa, eles não estarão mais ali quando você voltar, por isso você não é importante para eles.
Acabou, o mundo perdeu o laço, a parceria, a fidelidade ao produto.
Antigamente uma Brastemp era uma Brastemp, hoje é apenas um eletrodoméstico caro.
Quando você abre a caixa do produto já começa a ficar insatisfeito, e logo passa a sentir ódio do fabricante. Não há mais nenhum prazer e confiança na relação cliente-fornecedor.
Depois que compramos nosso ferro eletrico Eletrolux que funcionou por 3 horas e pifou, jurei que por alguns anos não compro mais nenhum eletrodoméstico. Vou comprar um ferro a carvão que dura uma vida inteira, não quebra, não tem manual de instruções e vai fazendo história na medida que o tempo e ele vão passando.

SÃO LUIS DE PARAITINGA

Oswaldo Cruz, aquele que quase foi apedrejado nas ruas do Rio de Janeiro quando tentava sanear a cidade que era um esgoto a céu aberto nasceu em São Luis do Paraitinga.
Eu, em 1985 arranjei um casarão para morar que era de um dentista da cidade e que estava mudando-se para uma casa bem no alto do morro, o casarão era numa parte mais ou menos elevada, mas bem próximo dos fundos a igreja matriz. Mas conversando com os moradores eles me falaram sobre a enchente que havia devastado a cidade poucos anos antes. O mercado municipal que ficava bem ao lado do rio teve seu telhado totalmente coberto. E algumas casas tinham ainda marcas nas paredes deixadas pelas águas. Ponderei e desisti.
A enchente ocorrida antes de 1985 foi resultado de uma também forte chuva em curto espaço de tempo, e rio abaixo as águas forram represadas por uma série de árvores, pedras e terra que desceram da encosta, com chuva rio acima e uma represa acidental rio abaixo a cidade foi submersa.
Agora novamente São Luis é vitima de forma ainda mais catastrófica de sua topografia perversa.
A cidade é uma gracinha, o maior patrimônio arquitetonico tombado do Estado de São Paulo, mas 80% se perdeu nesta semana passada.
O carnaval de rua de São Luis é famoso no Vale do Rio Paraiba.
São Luis não merecia isso novamente, e o centro da cidade não esta a salvo de próximas ocorrências.
Se você puder ajudar ajude!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O BOM E VELHO BORIS, SIFU!!

Boris Casoy (São Paulo, 13 de fevereiro de 1941) é um jornalista brasileiro, filho de judeus russos. Atualmente apresenta o Jornal da Noite, na Band, além de ser um dos âncoras da rádio BandNews FM.
Infância e juventude
Último dos cinco filhos de imigrantes judeus russos que chegaram ao Brasil em 1928, Boris adquiriu poliomielite ao completar um ano de vida, junto com sua irmã gêmea. Na época não existia vacina. A doença deixou seqüelas físicas, mas a marca maior foi a psicológica, gerada pela discriminação na infância. Até os nove anos, Casoy praticamente não podia andar. Com essa idade, ele foi operado nos EUA e recuperou os movimentos. "Como não podia andar, era um grande ouvinte de rádio, admirava aquele milagre da transmissão da voz", contou em entrevista ao site Amputados Vencedores.
Estudou os primeiros anos nos colégios Stanfford e Mackenzie. Foi reprovado diversas vezes no curso científico, uma vez que queria cursar o antigo clássico, em desacordo com o determinado pela família. Freqüentou o curso de Direito da Universidade Mackenzie, mas não o concluiu.
Sua vida profissional começou aos quinze anos, em 1956, trabalhando como narrador esportivo numa emissora de rádio e também como locutor na Rádio Eldorado.
A carreira no governo.
Em 1968, foi nomeado Secretário de Imprensa de Herbert Levy, Secretário de Agricultura do governo Abreu Sodré, em São Paulo, permanecendo no cargo em 1969 com a mudança do titular da pasta.
Em 1970, foi assessor de imprensa de Luís Fernando Cirne Lima, Ministro de Agricultura do governo Médici.
Em 1971 e 1972, foi secretário de imprensa do prefeito de São Paulo, José Carlos Figueiredo Ferraz.
Na Folha de São Paulo
Em 1974, ingressou na Folha de São Paulo, seu primeiro trabalho em jornal, onde foi editor de política e, apenas três meses depois, chegou a editor-chefe. Permaneceu no jornal até junho de 1976, quando saiu para dirigir a Escola de Comunicação e o setor cultural da FAAP.
Retornou ao mesmo jornal em 1977, onde passou a escrever uma coluna sobre os bastidores políticos denominada "Painel". Em Setembro, tornou-se o editor responsável pelo jornal, aos 36 anos, ficando no cargo até 1984, quando voltou a ser responsável pela coluna "Painel".
O período de Bóris como editor-chefe e diretor de redação foi marcado por grandes transformações no jornal, que consolidou a sua liderança dentro da imprensa brasileira e onde chegou a ser o colunista chefe da coluna Painel, uma das mais lidas do periódico.
Na televisão
Sua carreira televisiva teve início em 1961, quando atuou como repórter do programa Mosaico na TV, na TV Tupi, então o canal 4 de São Paulo, mais antigo programa ininterrupto da TV brasileira, segundo o Guiness Book, e ainda com o mesmo produtor (Francisco Gotthilf).
Em 1988, Bóris voltou para a TV, pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), em 1988, para apresentar o TJ Brasil, lá ficando até 1997, onde formou parcerias com as jornalistas Lilian Witte Fibe e Salete Lemos. Depois, foi contratado pela Rede Record, onde trabalhou durante oito anos, apresentando o Jornal da Record até Dezembro de 2005, repetindo a parceria com Salete.
Bóris chegou a trabalhar na TV JB, apresentando o Telejornal do Brasil, de segunda a sexta-feira, sempre às 22 horas, mas a TV JB saiu do ar em 17 de Setembro de 2007.
Em 2008 foi para a a Rede Bandeirantes e hoje é o âncora do Jornal da Noite.
Estilo e controvérsias
Seu estilo é muito particular, já que não se furta de emitir sua própria opinião sobre os assuntos mais polêmicos, e gosta de utilizar frases-bordão, tais como "Isto é uma vergonha" ou "É preciso passar o Brasil a limpo". Casoy foi o primeiro âncora da televisão brasileira a se basear nas experiências dos âncoras norte-americanos.
Em 1968, em reportagem sobre líderes estudantis, a revista O Cruzeiro acusou-o de ter participado do grupo CCC (Comando de Caça aos Comunistas), que combatia comunistas durante as décadas de 1960 e 1970. Boris nega esta acusação até hoje e afirma não haver provas que comprovem sua suposta participação no CCC. Vinte anos depois, disse a respeito do episódio que tinha consciência do "quanto a imprensa pode estigmatizar alguém. Eu senti isso na carne. E não esqueço."
Em um debate na Rede Globo com os candidatos à prefeitura de São Paulo, em Novembro de 1985, perguntou ao então candidato pelo PMDB, Fernando Henrique Cardoso, se ele acreditava em Deus. O candidato não respondeu, afirmando que havia sido combinado previamente que esse assunto não seria levantado. A pergunta e a resposta foram considerados como fatores decisivos para a derrota do candidato do PMDB para Jânio Quadros.
Comentários sobre lixeiros
Em 31 de Dezembro de 2009, após uma reportagem do Jornal da Band, da Rede Bandeirantes, sem saber que o áudio ainda estava sendo transmitido, Casoy comentou em tom jocoso as imagens exibidas anteriormente, que mostravam uma dupla de garis desejando felicidades aos telespectadores da emissora.

"Que merda: dois lixeiros desejando felicidades... do alto de suas vassouras... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho.."

Agora o texto é meu:
Moro muito próximo ao Bairro do Cipó-Guaçu municipio de Embu-Guaçu-SP, onde por muitos anos o jornalista Boris Casoy manteve uma chácara vizinho de cerca de amigos meus. è um bairro muito pobre, e na porta da chácara do Boris hoje corre esgoto a céu aberto. Ele doou terrenos e ajudou muito ao bairro em parceria com vereadores da região. Algumas unidades de atendimento do bairro tem homenagens a membros da família Casoy.
Ele até recentemente andava pelo bairro e cumprimentava as pessoas, depois parece vendeu a propriedade e nunca mais foi visto.
Pergunto:
Por que ele disse o que disse?
Quem como eu escreve publicamente não pode deixar passar uma questão como esta.
Eu do auto de minha gloriosa carreira estudantil, depois de ter envergado por mais de uma vez o título supremo de gerente administrativo e finaceiro e Gerente geral, por conta de praticidades e necessidades fiz faxina em equipamentos de publicidade de minha autoria madrugada a dentro e nem por isso me senti menor, inferior ou o mais baixo escalão da escala social e profissional , afinal aqui não é a India com seus Intocáveis.
Boris pirou. Ele defende a integridade politica, a honestidade, a vergonha na cara o passar o Brasil a limpo, mas será que isso é só um personagem?
É triste, é uma pena, é dolorido saber que ele não é quem a gente pensava que era.
Assim o que nos resta, em quem confiar?

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O apresentador, por meio da assessoria de imprensa da Band, reconheceu a ofensa que cometeu contra os garis e se retratou durante a exibição do jornalístico do dia posterior, com os seguintes dizeres:

"Ontem, durante o intervalo do 'Jornal da Band', em um vazamento de áudio, eu disse uma frase infeliz, que ofendeu os garis. Por isso, quero pedir profundas desculpas aos garis e aos telespectadores do 'Jornal da Band'."
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