PENSANDO

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sexta-feira, 26 de julho de 2013

TODO MUNDO TEM VONTADE DE UM DIA...

...matar alguém.
Falávamos sobre o transito, sobre política e sobre a atuação da justiça.
Que por mais que a pessoa tente ser controlada e disposta a ser colaborativa no transito, que por mais que ela pense antes de tirar o carro da garagem, que por mais normal que ela seja... um dia, do nada no transito de São Paulo ela perde a cabeça e parte para algum tipo de agressão. Pronto, esta desencadeado o processo que só não resulta em morte porque não há uma arma de fácil manejo ao alcance das mãos. Se fosse no velho oeste já tinha um homem da funerária tirando as medidas para o caixão.
Na política é só ver que mesmo os políticos tendo grupos acampados na porta de suas casas, eles não se tocam e continuam com a mesma cara de pau fazendo as besteiras de sempre. No Rio o terreno alagado onde seria realizada a missa pelo papa, além de se transformar numa prova de falta de competência geral, numa prova de falta de percepção do momento e portanto numa  vergonha mundial, além disso o terreno foi terraplanado de graça para um herdeiro do sogro do governador... tudo em família, só matando, só matando essa raça.
Na justiça os criminosos pegos em flagrante sempre são libertados, na maioria das vezes com fianças irrisórias... a justiça, o juiz, o seu Zé julgador parece não ouvir o clamor das vitimas, não se apercebe que a revolta popular é superior às letras da lei, que a lei se deve julgar com o calor das ruas, com a percepção da indignação popular e não com a lucidez e frieza de um gabinete. No geral ao calor da indignação a resposta é sempre de que só se deve ficar perplexo e nada mais.
Acho que assim daqui a pouco todo mundo, deste lado de cada do mundo, vai ter um eleito para matar.

sábado, 20 de julho de 2013

UM ESTRANHO NUM LUGAR ESTRANHO.



Andei muito pelas ruas de São Paulo nos anos 70, a cidade era carente e careta. Carente de tudo, mas nós não sabíamos disso, não tínhamos a noção do quanto nos faltava, e faltava muito.
Me ausentei nos anos 90 e voltei a ela somente aos poucos quando já havia mudado de forma bastante radical.
Nos anos 80 rola uma pequena fase de mudança, os primeiros anos do novo milênio já traziam a força das mudanças e  nesta década São Paulo mudou muito, mas não foi para pior e nem muito menos para melhor.
Ficou numa fresta entre as duas coisas, de modos, que pessoas de alma tenra e sensível como a minha podem com muita facilidade notar duas coisas, existem agora simultâneas cidades de São Paulo no mesmo espaço físico, antes havia uma só... e São Paulo não quer mais pessoas como eu andando por suas ruas e frequentando os seus lugares... na verdade São Paulo não tem vontade própria e nem quer ou deixa de querer nada, mas é que entre as várias cidades que coexistem simultaneamente ( será que redundei ?) há uma pressão que na escola chamávamos de linguiça, ou seja: no recreio sentávamos num banco qualquer da escola e sempre tinha mais bunda do que banco querendo frequentar o repousório, então a solução era empurrar para um dos lados de modos a fazer com que alguém em uma das pontas caísse no chão para sobrar mais espaço, não que com isso sobrasse mais lugar no banco, porque quando a coisa ficava animada começava a atrair mais gente para disputar o espaço, era uma aporrinhação... e por que linguiça? Suponho que por ser algo parecido com a máquina de fazer linguiça e seu método de empurrar a carne para dentro da tripa, se você não entendeu, não se preocupe, eu entendi e basta.
Mas São Paulo empurra para fora o tempo todo e tenta ocupar o lugar com algo cada vez mais plástico, sem alma e padronizado com o resto do mundo. Aos poucos aquelas coisas legais que a cidade tinha vão indo pelo ralo, dois exemplos: a casa onde morou Oswald de Andrade na Rua Augusta e depois virou um charmoso e aconchegante restaurante foi para as picas e por detrás dos tapumes deve surgir mais um prédio padronizado no mau gosto arquitetônico de São Paulo, é, e o inexistente padrão paulista, sua falta de personalidade estética se propaga rapidamente, a cada dia a cidade se transforma em algo mais e mais monstrengamente horrível e sem personalidade ( mas para que afinal eu quero que fique eternamente em pé a casa onde morou, por uns tempos, uma autor que eu não tenho saco para ler? )... o outro exemplo é o primeiro shopping da cidade, o Iguatemi, estive lá na quinta feira ( deixa eu registrar a data aqui 18 de Julho de 2013 por volta de 18:30 horas ), e ele que era uma lugar bem bacana nos anos 70, embora longe para cacete do centro e de tudo, ficava na beirada da cidade na época, hoje é a coisa mais monótono e sem vida que se possa imaginar... lojas carésimas, produtos para bilhardários, um super mercado com produtos cotados a peso de ouro, lojas com nomes, ou pseudonomes, pretensiosos de seus próprios donos tentando se perpetuar como icones da vanguarda criativa de algum raio de produto supérfluo de consumo e uma frequência de um tipo de povo ( ô raça! ) que não invejo, parece uma exercito de Robertos Justus ou de Joões Dórias... o povo parece feito de plástico.
Foi-se o encanto, a novidade... todos olham surpresos para as coisas surpreendentes mas fingem não mais se surpreenderem com nada, como se fossem vindos do futuro para uma capital jeca que tenta se igualar ao que há de mais avançado no mundo, mas que é na verdade cenário, tapume e maquiagem para esconder o que realmente é: uma cidade inculta, sem alma, estilo e linguagem onde tudo falha o tempo todo e onde não se encontra solução para nada... e ainda somos invejados - veja que tem uma ninguenzada pior que a gente.
Porra por mais que eu deteste, tenho que me render à letra da música Sampa de Caetano Veloso, me doí publicar isso, mas este encrenqueiro de plantão viu antes da gente, talvez apenas porque tenha vindo de fora... É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
          Da dura poesia concreta de tuas esquinas
          Da deselegância discreta de tuas meninas...
assim como hoje muitos que aqui nasceram se sentem... parece que estamos morando num albergue de indigentes, parece que somos de fora, parece que não pertencemos mais a este lugar, mas é só impressão.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

O CHINÊS DOS PRATOS

Tinha muito no circo no tempo em que eu era a criança mais linda do mundo.
Era angustiante.
O chinês colocava uma monte de pratos a girar nas pontas das varas e eles iam perdendo a força e o chinês tinha que correr e agitar a vareta para não caírem... e quando você achava que ele ia se dar mal, ele colocava mais uns 3 ou 4 pratos adicionais e corria feito doido de ponta a ponta do cavalete dando mais força em cada vareta... nunca mais vi esse tipo de pataquada, mas também nunca mais vi circo na tv... tinha no circo do Arrelia, todos os Domingos...
Eu acho que hoje nossa deita em berço esplendido eterna pátria do futuro divide-se em pratos, e o chinês não preciso dizer quem é... vai ter que correr para todos os lados para conseguir girar os pratos... não conseguirá.
Uma vez eu vi o chinês derrubar uns pratos e eles quebraram... poxa,  aquilo estragou o meu domingo, eu fiquei muito triste mesmo, eu achei que algo de muito grave aconteceu... dei uma dimensão exagerada para o fato... mas o fracasso dele me deixou mal... alguns anos depois eu descobriria que esse sentimento recebe o nome de constrangimento alheio... eu já havia quebrado um prato na vida, e não fiquei tão mal quanto quando o chinês se estrumbicou. Suporto mais os meus fracassos que os fracassos alheios.
Muitos pratos vão se quebrar na nossa generosa pátria, não tem como girar tanta vareta assim, até porque, quem já viu o número de circo, sabe que quando o prato perde a força ele cambaleia de uma lado para o outro de um modo assustador... estamos com um número muito grande de pratos cambaleantes, muitos mais que a capacidade que temos de girar as varetas... a coisa correu solta demais por muito tempo... parecia que a gente ia chegar lá, chegou a parecer que tínhamos chegado lá no futuro, mas o que vem por ai é um revez do cacete.
Voltamos a ser o país do futuro...
Não chore, não pense em você, pense em seus bisnetos... tataranetos, é o mais apropriado no momento.

terça-feira, 9 de julho de 2013

OBAMA ME ROUBOU A RECEITA DE BOLO DE FUBÁ CREMOSO

Cada uma que acontece na vida da gente né?
Agora alguém descobriu o obvio do obvio... que tem gente espionando a internet.
Eu uso o Gmail e quando escrevo que "estou morto de fome" aparece no canto direito da tela um anúncio de funerária... bem, morto de fome não usa serviço de funerária, mas poderia usar o serviço de Delivery de um restaurante qualquer... quando mando alguém "vá a puta que te pariu" aparece no mesmo canto um anunciozinho de agência de viagem, mas quem vai a puta que o pariu não precisa de agência de viagem... logo eu vos digo do alto de minha sabedoria e experiência de vida: Não temam, a maquina de espionar deles é descalibrada, mas pode fazer doer.
É descalibrada porque não inventaram ainda quem tenha saco de ler tudo que é escrito. Se as pessoas pra quem eu mando email não lêem as minhas mensagens e são elas as destinatárias, imagina se um funcionário público americano terceirizado vai querer ler alguma coisa... vai nada, ele vai pegar uma coisa ali ou outra coisa aqui e fazer um merda de um relatório onde vai dizer que o fulano de tal lá na Guatemala esta tramando com um cara de uma cidade do interior do Tocantins um golpe de estado no EUA... como se um nerd guatamalteco e um vagao capiau do interior dos confins do nada fossem capazes de fazer algo mais agressivo que derrubar Toddy no teclado do computador... puro delírio, como são delirantes as fichas do DOPS da época da ditadura, onde dizia que o fulano de tal havia lido o livro: O pequeno príncipe... ao invés de escrever que lia O Princiope de Maquiavel...só que doía, porque os babacas escolhiam alguns e levavam pra Rua Tutóia e deixavam o cara em trapos ate o cara confessar que era um pinguim nascido no Piauí.
O nosso problema não é a inteligência deles, o nosso problema é a burrice deles.
O bolo de fuba cremoso era um segredo de família guardado a várias gerações em um caderno espiral de 200 folhas com receitas escritas em letras de caligrafia... eu resolvi virtualizar todas as receitas na nuvem e deu no que deu, o Obama roubou-me a receita do bolo...
É foda, acreditem, é foda.

domingo, 7 de julho de 2013

RANCOR


Não faz muito tempo ( dez anos ) um comerciante da região metropolitana de São Paulo teve seu filho sequestrado.
O garoto de 8 anos foi retirado de casa por 3 sequestradores - um era funcionário do pai dele e mais dois eram soldados da policia militar - e morto no dia seguinte ao reconhecer um dos sequestradores, seu corpo foi enterrado no quarto do filho do sequestrador e sobre o piso restaurado após o sepultamento ficava o berço ou cama do filho do sequestrador. Ingredientes macabros aos montes figuram nessa história.
O pai em um quadro do programa Fantástico, diante do assassino de seu filho disse que o perdoava.
No site do instituto que leva o nome do menino Yves Ota, o pai deixa claro que seu perdão nada tem a ver com cumprir ou não a pena. E o assassino encontra-se na prisão neste momento.
RANCOR = Ressentimento profundo e agudo, que não se atenua com o tempo, resultante de ato alheio que causa dano ou mágoa / Ódio. ( Dicionário da língua portuguesa Aurélio )
Se todos tivermos esse mesma capacidade de perdoar o mundo certamente fica mais leve, mas estaremos assumindo a culpa de quem cometeu o crime. Uma vida destruída é uma história não cumprida, e um pai não deve em tempo algum postar-se diante de quem tira a vida de seu filho e aliviar a alma do criminoso, isso não constrói um mundo melhor, isso paralisa o mundo.
Penso nisso por conta de coisas que passaram na vida deste país, como a Lei da Anistia e sobre os que atolaram este mesmo país e de alguma forma vão tentar sair de fininho carregando o lucro na cueca.
Se forem perdoados o dinheiro não voltará, e temos uma forte tendência a perdoar, a deixar para lá, mas cadê a vida do menino de volta, cadê o dinheiro roubado que fez falta na salvação de tantas vidas esses anos todos?
Sempre me indignei com a atitude do atual deputado, que só o é por conta da tragédia que levou seu filho a morte.
Ele abusou do direito de cidadão e pai e com isso criou um caminho que parece bonito, mas é extremamente danoso para todos nós.
Em breve estaremos perdoando muitos outros que mataram por omissão, por roubo dos recursos necessários a salvar vidas...
Agarro-me firme na minha posição de rancoroso.

É MAIS FORTE QUE ELE.

No ótimo filme do Pimentinha, numa cena ele fica aos cuidados do senhor Wilson, justamente quanto esse recebe uma comunidade de amigos apreciadores de uma flor gigante que leva décadas para desabrochar. O anfitrião prepara uma mesa de comes e bebes e a platéia, máquinas fotográficas em punho, espera calada para ver o espetáculo único.
Dennis - O pimentinha, fica sob ordens, sentado em uma cadeira ao lado da entrada da garagem, todo arrumadinho e inquieto. Enquanto todos ficam de olhos fixos no botão da flor prestes a abrir, ele descobre um botão na parede que aciona alguma coisa, na verdade aciona a porta da garagem, ele sabe disso, ele sabe que se a porta da garagem for acionada ela atingira a mesa de comidas e que isso será um desastre. Ele fica olhando o botão e fica cada vez mais inquieto, ele se mexe, se mexe e não suportando mais, é algo que vem de dentro dele e que é muito mais forte que ele, levanta vai lá e aciona o botão. Imediatamente a porta da garagem começa a se abrir e atinge a mesa e a derruba, todos tem sua atenção, então, voltada para o pequeno acidente, mas nesse momento preciso a flor se abre e o Sr.Wilson, ao tentar socorrer a mesa, perde o espetáculo aguardado por décadas e só consegue ao final ver os restos muxos da flor.
Segue o filme com outras atrocidades cometidas pelo Pimentinha, mas essa cena me voltou à cabeça por mostrar que existem coisas que em algumas pessoas são incontroláveis, são mais fortes que elas e elas padecem e fazem outros padecer por isso.
O nosso presidente do senado é o nosso pimentinha, o mundo esta pegando fogo do lado de fora, mas ele pega um avião que ele diz e pensa que tem direito de usar como quiser e vai assistir a um casamento na Bahia, depois diz na cara dura que não vai reembolsar coisa alguma... ou seja: é mais forte que ele, ele sabe que vai ser fritado também por isso, mas não resiste, a coisa esta lá ao alcance da mão, ele pode pegar, ele não se aguenta e faz... também o Quinzão Barbosa usou uma cotinha de passagem para ir ver um joguinho de futebol no camarote do patrão do filho dele, que por sua vez é um apresentador de tv que tem um programa chamado Caldeirão do Hulk, cujo pai é advogado e tem ação em curso no supremo que num determinado momento estava sendo apreciada pelo Quinzão... este sabe disso tudo, sabe que não deveria aceitar o convite do camarote, sabe que o emprego do filho na Globo vai render, sabe que o dono do camarote tem um pai que dependeu num determinado momento de uma decisão sua, mas é mais forte que ele e ele também não vê que vai ser fritado... é mais forte que eles.
Quando botaram na rua alguns dos culpados evidentes, mas ainda não condenados, pela tragédia da boate Kiss, o argumento é de que eles neste momento não representam risco para o curso do processo. Logo, por conseguinte o presidente do senado então deveria ser encaminhado a prisão perpétua imediatamente, porque ele solto não se segura, é mais forte que ele a vontade de fazer bandalheiras com o dinheiro de todos, nesse caso ele é um risco presente, permanente e até quanto posso supor incurável. Risco até para ele mesmo, porque ninguém sabe o que pode vir a acontecer se um bando de vândalos topa com ele na rua. Por essas e por outras a cela de uma prisão perpétua é neste momento e perpetuamente o melhor lugar para quem não se controla