PENSANDO

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sábado, 30 de julho de 2011

MUSICA DE VERDADE



Uns tempos ai passados a MTV queria fazer uma gravação acústica com a banda Scorpions, não rolou.
Tempos depois a banda fez o acústico ACOUSTICA em Fevereiro de 2001 num certo Mosteiro do Beato em Ulissesbom ou Lisboa-Portugal.
Eu tenho o DVD e já o vi umas vinte vezes, paguei por ele módicos R$ 2,50 na banquinha da mulher que organiza romarias para Aparecida do Norte.
O show mostra que a banda Scorpions que é alemã, canta em inglês tem mais de 40 anos de existência, quase vinte álbuns lançados, dezenas de hits maravilhosos é impecável em suas performances, tocam com perfeição e o vocalista, ah o vocalista... um certo Karl Meine, ah eu queria ser ele... como o cara canta.
No bar onde vamos vez ou outra tem uma guitarra autografada por eles e uma foto do Karl abraçado com o dono do bar que também é alemão ( o bar é O Garimpo em Embu das Artes-SP).
Um dos segredos para estes roqueiros cantarem tanto é dividido em 3 partes:
1º segredo – Uma mesa de som hiper sofisticada;
2º segredo – Um engenheiro de som que saiba operar a mesa e corrigir todas as suas imperfeições;
3º segredo – Você ter um mínimo de capacidade vocal, coragem para cantar de peito aberto e saber a letra – minimamente.
Mas o Karl canta pelo nariz e não faz força alguma, meu nariz é maior, bem maior que o dele e eu deveria cantar melhor que ele, eu tento mas não consigo, apenas sonho em ser ele.
A gravação do show foi em Portugal porque a banda tem um numero público naquele país e deve ter achado o local interessante e eu também achei legal.
O público é uma conversa à parte; o calor do público, ah o calor do público...
você assistiu ao documentário “A marcha do pingüins”? Pois é, o momento mais caloroso do público lembra um bando de pingüins lá das bordas da Antártica.
Tem umas coisas muito estranhas, além de Portugal – acreditem – de bigode e cabelo branco, acho que os gajos pensaram que era show da Amália Rodriguez ou do Roberto Leal, que alias é paulistano da zona norte, mais especificamente da Freguesia do Ó ( Sou punk da periferia, sou da Freguesia do Ó, ohhhhh)o que convenhamos não é muito diferente de nascer em Portugal, pois estamos falando de um tradicional bairro português de São Paulo (temos ainda o Belenzinho e o Canindé – onde alias fica os estádio da Portuguesa de Desportos, já ouviste falar ò pá?).
Tem umas coisas malucas como por exemplo: rapaz ou gajo nos ombros de outra pessoa, pasmei, num show de rock quem sobe nos ombros em qualquer parte do mundo são as mulheres, pois em Lisboa são os homens, tinha que ser coisa de portuga.
O público grita em coro seguidas vezes Scorpios, o Karl fala com eles em inglês, ninguém entende nada do que esta acontecendo e fica todo mundo feliz.
As bailarinas são um caso a parte. Chorei.
Tem a sensualidade de um morão de cerca, não sabem dançar, estão mal localizadas, não tem androginia e num determinado momento quando a um solo lindinho de percussão elas simplesmente param de dançar, quando qualquer mulatinha brasileira daria um show de fazer príncipe de Gales dançar charliston.
Você vendo o show vai ver que as dançarinas literalmente bebem no gargalo, e isso é feio, papai do Céu não gosta.
Na última música as bailarinas aparecem vestidas a lá corte francesa com lequinho que elas abanam não como se estivessem num palácio, mas como se estivessem andando num deserto. Um fiasco completo a presença delas.
Mas o show emociona em faixas maravilhosas como: You and I, Dust in the Wind, Send me an Angel, Hurricane 2001, Wind of change, Love of my life, Drive e Still loving you.
Tem uma garota, alias muito gostosa, de Bucareste-Romania chamada Ariana Arcu que empresta sua beleza excepcional ao palco em vários momentos, principalmente em Dust in the Wind.
O show é prá não mais que 3 mil pessoas num pátio quadrado coberto e de produção bastante modesta para o peso da banda em questão.
Você pode ver o show completo no Youtube pedindo as músicas acima citadas e mais:
Loving you, Sunday morning, Is there anybody there, Always somewhere, Life is tôo short, Holiday, When Love kills Love, tease me please me, Under the same Sun, Rhythm of Love, Back to you, Catch your train (que é coisa de mineiro).
Vale ainda notar que os vozinhos os Scorpios já estão fazendo uma tremenda hora extra na estrada, o vocal Karl é o cara mais cintura dura da história do rock, ele simplesmente parece o armário da cozinha em cena, duro, reto, tadinho.

Bem estou onze anos atrasado, mas rock é coisa velha e de garimpagem.
Vejam o show e deliciem-se com as músicas e com a capacidade fantástica dos músicos. De sobra muitas mulheres, nunca vi tantas, peitos enormes, coisa de portuguesa, ingenuidades mútuas, e um certo ar de 40 anos atrás.

Saiba que os Scorpios são tão antigos quanto o Velho Testamento, embora não pareça em nenhum momento são Hard-rock e dizem que a banda acabou este ano.

BACK TO BLACK


Estou estorando meus fones de ouvido ( e ouvidos ) neste momento nesta música.
É genial, adoro.
Domingo no Fantástico numa singela homenagem a Amy Winehouse tentaram toscamente cantar uma de suas músicas: a Ivete Sangalo, a Daniela Mercury, a Zélia Duncam, a Paula Fernandes e mais uma outra garota que não conheço... papai do céu, como podem elas achar que sabem cantar alguma coisa, porque não viram cachaceiras também e não morrem.
Agora rola Addicted, outra porrada.
Como disse: - Nasceu a voz o corpo errado, nasceu o corpo na vida errada, o tudo errado estava no lugar certo na hora certa.

DEVOREI, AMEI E VOU CONTAR UM POUCO.


Ganhei a poucos dias o livro “ENDURANCE A lendária expedição de Shackleton à Antártida” de Caroline Alexander – Companhia das Letras 2010 com as notáveis fotos inéditas de Frank Hurley, membro da expedição ocorrida entre 5 de Dezembro de 1914 e 30 de Agosto de 1916.
Foi um rolo, os ingleses queriam conquistar o pólo sul e falharam, falharam feio com erros básicos que levaram à morte de Scott e sua equipe, Shackleton então como prêmio de consolação resolveu atravessar o continente antártico a pé.
O Endurance, seu navio zarpou quando a Primeira Guerra Mundial havia acabado de extourar, mesmo assim os ingleses mandaram ele seguir em frente. Com 28 homens a bordo e 69 cães de trenó embarcados em Buenos Aires e um gato, o navio ficou preso no gelo, foi esmagado em seguida pela brutal força do gelo empurrado pelos ventos que lá não são de brincadeira e depois naufragou – o que sobrou do navio, alias em cacos, deixando todos sem abrigo, alimentos variados e escassos numa placa de gelo com pouco mais de um metro de espessura à deriva no Mar de Weddell por 22 meses.
Mataram os cães e o gato, comeram pingüins, leões marinhos e focas (e os últimos cães a serem mortos), praticamente ninguém ficou seriamente doente, ninguém nunca usou óculos escuros e nem por isso alguém ficou cego, mas houve num curto período uma piração geral por conta de um certo desespero que bateu numa travessia de botes por um trecho final da tentativa de salvação quando o gelo se partiu e eles tinha que encontrar terra firme – que no caso foi pior hospedagem que o gelo.
Todos se salvaram, o mais jovem do grupo perdeu alguns dedos dó pé que congelaram e precisaram ser amputados e houve um ataque cardíaco não fatal, os caras eram realmente fortes e tinham um vontade imensa de se salvar – acho né.
O maior dos botes serviu para uma travessia final de 1300 km entre a pontinha norte do continente,ali quase no cabo Horn que é um pedaço do inferno no sul do Chile, e as Ilhas Georgia do Sul, alias um lugar onde não se deve navegar nem de navio quanto mais de botezinho, no inverno, faminto, sem água potável por conta de uma perda de parte do suprimento, sem visibilidade para fazer cálculos de navegação e enfrentando ondas de mais de 30 metros de altura – acreditem: é uma puta ondona.
O livro é um edição luxuosa, com capa imitando couro e paginas em cochet ilustrados por fotos muito bonitas e realistas do tal Hurley que era bom na profissão de fotografo oficial.
Meu cão pastor alemão tem o nome de Maar Frank Wild, por conta do Sr. Frank Wild, segundo na hierarquia de comando da expedição e tremendo boa gente, embora chegado numa birita, que conseguiu manter os homens com suas respectivas cabeças no lugar e seus corpos sadios num ambiente tão severo e contrário à vida. Adorava cães mas teve que matá-los –todos- por questões que se tornam óbvias ao ler o livro.
É livro de se ler numa pegada, é empolgante, apaixonante e é uma história que ficou meio perdida por conta da carnificina que foi a Primeira Guerra ocorrida simultaneamente.
Engraçado observar que os sobreviventes de um expedição que se propunha atravessar um continente na Terra onde antes nunca alguém havia estado, se lascaram pela precariedade dos recursos existentes na época, mas dois deles testemunharam a chegada do homem a Lua.
Mas fica claro que embora a Inglaterra estivesse em meio a Primeira Guerra Mundial ela foi um bocado mesquinha e não prestou ajuda aos expedicionários que estavam ali por ordem, conta e glória da coroa britânica, quem na verdade salvou a pele deles foi o Chile que emprestou uma banheira velha que resgatou a todos.
Vejam as fotos no Google imagens pedindo “Endurance” ou “Hurley” ou “Shackleton” e leiam ou o livro ou na Wikipédia, vale a pena.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

UM LOUCO ROLARÁ A TERRA





Vejamos...


No próximo dia 3 de Setembro, sairá da Praça da Sé em São Paulo um senhor grisalho, com 51 anos de idade, montado em uma bicicleta para dar a volta ao planeta Terra ao longo de 5 anos, 90 mil quilometro, imensas aventuras, tórridas trepadasinfel (era bão, mas nada indica, infelizmente), sustos incalculáveis, câimbras intermináveis e aproximadamente 48.387 pedaladas. (com isso não chego nem no entrada da Raposo Tavares)


Bem, o senhor grisalho em questão é um amigo meu desde 1974, mais ou menos, a quem eu não consigo ver como um homem crescido mas sim como a um eterno adolescente, não adianta, a coisa do adolescente não desgruda dele, assim como também não desgruda de mim. E só sendo adolescente para vender a empresa que tinha, colocar a chave do apartamento debaixo do capacho e dar as costas para o conforto do lar em troca de um rara aventura humana.

Elcio Thenório, jornalista de primeira linha, aventureiro do estilo clássico como um: Laurence da Arábia, um Lindemberg, Colombo, Amyr Klink, Armstrong, Amélia Earhart, (nossa, tá falando de mim?) sei lá, um monte desses seres que se inconformam de ficar onde estão por muito tempo e resolvem ir, mas ir de um modo anticonvencional; com uma pureza e inocência de criança, nosso aventureiroi precisa de ajuda financeira pra realizar a loucura dele. A nossa é colocar dinheiro nas mãos dele pra ele fazer isso. No final desta postagem segue o link para você colaborar, aqui algumas perguntas deste blog que meu querido Elcio gentilmente respondeu:


- Você já pensou em tudo antes de sair prá essa pedalada, ou ainda tem coisa prá pensar?

Não. Não sou o Amyr Klink... essa é a primeira vez que estou fazendo uma louc, digo, aventura destas e nem saberia quais são todas as coisas a pensar... Pensei no básico, o resto é bom-senso, simpatia, cuidado e sorte. Até gostaria de ser um pouco mais devoto...



- Como você pretende se virar com o papel higiênico? Vai levar alguns fardos na garupa ou teve alguma idéia genial?

Tive uma idéia genial: comprei pela internet um bidê portátil (http://alturl.com/pwhmt)



- Fora algumas garotas desavisadas pelo caminho, o que mais você pretende comer? Como será sua dieta, tem tanta loja assim do Carrefour pelo mundo?

A dieta, segundo um outro cicloturista que está entrando de volta ao Brasil após 3 anos e meio de volta ao mundo, o Danilo Perrotti (www.homemlivre.com.br) é "o que aparecer". Por via das dúvidas, comprei um fogareiro a pressão muito útil para esse tipo de viagem. Mas conto com as feiras livres, mercados e supermercados ao longo do caminho. E por tudo que já li, a bicicleta tem o poder de despertar simpatias... e isso reverte em convites para comer. Saborosas garotas desavisadas, infelizmente, parece que será um pouco mais difícil.



- Você pretende assumir os filhos que forem gerados nestes 1825 dias de viajem?

Cara. Se consegui chegar sem nenhum aos 51, talvez tenha uma chance de sair ileso desse desafio. Mas caso ocorra, assumir é sempre o único caminho.



- Eu faria a mesma viajem que você, mas faria a pé, de onde você tirou a idéia de ir de bicicleta e ficar preso a algo que terá que ser empurrado morro acima, freado morro abaixo e guardado para não ser roubado enquanto você esta no banheiro?

De fato, a bicicleta tem inconvenientes. Sobretudo esses aí que você citou, além do perigo do trânsito. Mas ainda é o melhor veículo em termos de relação custo/benefício. Pedalando, você cobre o triplo da distância que um homem a pé cobriria, no mesmo tempo. Além disso, o volume de carga que ela te permite carregar (barraca, sleeping-bag coisa e tal) não se compara ao que se poderia levar numa mochila... A pé, a vida seria muito mais monástica ainda... um verdadeiro mendigo internacional. E por via das dúvidas equipei minha magrela com um alarme (http://migre.me/5aGb7).



- Sua bicicleta vai ter buzininha? Se sim, prá quem você buzinaria?

Sim, daquelas simples que fazem "trim trim". Por uma questão de segurança, talvez eu ainda a substitua por uma eletrônica que faz barulho de verdade. As buzinadas dividem-se entre as de advertência e as de cumprimento. Ao menos tem sido assim...





- Você será rigoroso consigo mesmo, não vai pegar carona, não vai ter auto piedade, será disciplinado e constante?

Acho que adotarei a máxima do saudoso Valdo, que faleceu ao chegar no México (www.valdonabike.com): "Carona... pedir nunca, recusar jamais". Mas só em casos especiais. No geral, dá prá ir pedalando mesmo, afinal a idéia é esta né? Quanto a ser disciplinado e constante... prá dizer a verdade, tenho medo das crises de vontade de desistir que sei que virão (cansaço, frio, medo, saudade, solidão...). Mas pretendo superá-las focando no prazer de se fazer o que estarei fazendo.





- Você baseou sua jornada num viés de alternativas e soluções para questões ambientais, vai ser certamente surpreendente ver o que vai encontrar, mas você também vai encontrar miséria, erros, injustiças e tantas outras aberrações, você nos contará sobre isso também?

A idéia de reportar as soluções ambientais bem sucedidas é uma tentativa de angariar patrocínio para o projeto. Não tem sido fácil. Se não conseguir, confesso que vou me sentir bem mais à vontade para reportar menos e pedalar mais (reportar toma muito tempo). Mas tudo dependerá do que encontrar pela frente... Sim, posso contar sobre a miséria e a injustiça também. Mas seria bem mais legal mostrar só soluções, porque o negativo a gente já tá cansado de conhecer...



- Dos que tentaram escalar o Everest muitos se fuderam, dos que tentaram atravessar o Oceano Atlântico voando no inicio do século passado muitos se fuderam, você vai atravessar muitas zonas de guerra, áreas infestadas de traficantes, bandidos, gangs, malária, vulcões, terremotos, tsunamis, neve, gelo, desertos inclementes, percentualmente cais são suas chances de passar por tudo isso e não se fuder também?

Em primeiro lugar, pode ser sim que eu me foda. Faz parte da brincadeira. De certa forma é uma troca que estou fazendo: conforto+segurança x realização de um sonho. Então há um preço a pagar. No entanto, baseio-me muito na experiência dos que foram e simplesmente... voltaram. Outro dia conversei pessoalmente com um destes, o Arthur Simões (www.pedalnaestrada.com.br) e também li o livro do Antonio Olinto "No Guidão da Liberdade"... todos se deram bem. O único que não conseguiu foi o Valdo, vítima de enfarto cardíaco. Mas aí já é o imponderável em ação... Vou tomar meus cuidados, tentar evitar as zonas vermelhas e ter fé.



- Outro dia eu estava imaginando o momento de sua chegada de volta: barbudo, com as pernas mais grossas que a da Rita Cadillac, mulato e enrugado, com um ar de realização e superioridade (merecida). Imaginei que eu e muitas outras pessoas iremos te esperar na divisa de São Paulo com Guarulhos e vamos entrar pela marginal Tietê, Av Tiradentes, Av Prestes Maia, Av São João, Rua Quinze de Novembro e finalmente a Praça da Sé novamente, todos nós de bicicleta gritando: Viva O Élcio, Fodão, Hip hip urra! O boêmio voltou novamente... Pois bem, e no dia seguinte, como você pretende se entusiasmar com algo depois da grandiosidade do que vai fazer agora?

Pois é... do papo que tive com o Arthur, uma revelação sua me marcou. Ele disse "o pior momento é a volta". De fato, depois que vc se acostuma a uma vida de aventuras e liberdade deve ser um imenso desafio reencarar a vidinha da cidade... Por isso não sei bem responder à tua pergunta. Quando voltar ainda terei uns 56 anos. É relativamente cedo prá pendurar as chuteiras, uns bons 10 anos de ralação ainda me aguardarão... Sei lá, talvez abra um albergue da juventude, uma bicicletaria ou parta prá um outro girozinho...



- As vezes acho que o mundo (planeta) é pequeno demais, as vezes acho que é grande demais, quando você voltar, promete me contar qual é o tamanho certo dele? Se é um mundo grande ocupado por pessoas, mentes e corações pequenos ou se a humanidade se derrama em grandiosidade num planeta pequeno e a mídia ( exceto a propaganmda da Coca Cola) não nos deixa ver a verdade?

Segundo o Antonio Olinto, em seu livro "No Guidão da Liberdade", "há muito mais gente boa no mundo do que gente ruim". Espero que seja isso mesmo, porque vou estar bem exposto. Salvo tragédias, acho que vou voltar saudoso das pessoas que conhecerei.



- Você já se deu conta que não estará aqui na Copa do Mundo nem nas Olimpíadas do Rio, que nunca acontece porra nenhuma aqui e que quando acontecer você saiu prá dar uma volta?

Vou curtir de onde estiver. O que mais me dói é deixar minha mãe, que aos 84 anos encontra-se internada numa clínica para portadores do Mal de Alzheimer. Quando a beijar e me despedir (ela não vai entender, responder ou quase sequer me reconhecer), talvez seja a última vez que a veja. Não tenho palavras para descrever a dor que isso me causa. Mas concluí que não faz sentido ficar devido a isso. No passado, ela sempre apoiou minhas aventuras. Ela viveu a vida dela (e a fez muito frutífera). Toca a mim agora fazer o melhor da minha.



- Quero estar na retaguarda prá te ajudar proteger e me emocionar, não rezo, não acredito em sorte, somente em trabalho bem feito, você promete que esta fazendo um trabalho bem feito?

Estou reunindo toda a coragem, informação e preparo que estão ao meu alcance. Não tenho como prever o que virá. Prometo tentar com afinco e fazer o meu melhor. Mas se eu morrer na tentativa, você promete que continuará meu amigo?



- Espero você na Via Dutra, na divisa com Guarulhos no dia 2 de Setembro de 2016, faça a coisa certa, amigo e irmão.

Não tinha a intenção de voltar por alí. Sempre me vejo descendo a costa até onde der... Santos talvez, e subindo a serra como for possível (não permitirão que seja pedalando). Mas te aviso sobre para qual horizonte olhar. Grande Borella, querido irmão, muito obrigado pelo carinho. Vamos juntos através do www.rodaslivres.com.br ok? Beijão.



Agora por favor colaborem com algumas merrecas neste link.

http://catarse.me/pt/projects/170-projeto-rodas-livres



Obrigado.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O INCOMPETENTE



Não tenho competência para ganhar dinheiro.
Mas tenho uma rara competência para ser feliz plenamente por períodos muito prolongados.
Consigo ser extremamente feliz cortando lenha prá lareira, fazendo trabalhos pesados na reforma de minha casa, ou voltando para a cama quentinha depois de colocar minha filha no ônibus para a escola nas manhas geladas. Extremamente feliz também, fico por saber que esta fazendo menos 2 graus que a geada vai deixar tudo branquinho depois tudo parecendo com o jardim da Família Adans, e sou profundamente feliz quando um de meus cães vem me interromper no trabalho para ganhar um breve carinho.
Quem quer trocar comigo?
Eu não busco mais dinheiro. Desisti de descobrir como se faz.
Sou basicamente honesto, gosto de coisas com começo meio e fim e das coisas bem acabadas. Portanto meu trabalho não é rentável.
Recebo elogios, sou procurado para novos trabalhos sempre, mas raramente ganho o suficiente para ter tranquilidade material.
Mas sou bem fénix, vivo surgindo e ressurgindo, mas dei prá desdenhar, prá não procurar mais pelas pessoas, por ficar em meu canto fazendo coisas para mim, nem para a família, prá mim só prá mim.
A dor nas costas depois de um dia duro de trabalho, com dinheiro ou sem dinheiro me dá muito prazer e felicidade, poder dormir pesado enquanto a Norma senta a mão na cara do Léo e não me ligar nisso.
Um deliciosa caipirinha ou um suco de melancia, umas fatias de bolo feito pela Bibi, umas coçadas na cabeça do louro e o mundo esta nos eixos, independo do mundo, ele independe de mim nessas horas.
Não vim para mudar, não vim para pesar, não vim para espantar, fazer, diferença,