PENSANDO

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sábado, 12 de outubro de 2013

FÉ, MAS FÉ ACREDITANDO MESMO.

Bem, hoje estou animadinho...
Vamos dar uma chacoalhada nisto aqui...
Que tal escrever umas coisas pra motivar alguns leitores anônimos a comentarem com um monte de cacetadas ????
Tentemos ó pai.

Primeira pergunta:
U qui qui é melhor di qui ganhar uma Copa do Mundo?
Resposta: Ver decolar um ônibus espacial...
Vejamos as imagens então:
Acima a hora do gol ou da decolagem que no final se equivalem aproximadamente muito de perto uma da outra.
Abaixo, a hora - o momento -  da decolagem, é de tirar o fôlego e fazer pensar...



Perderam o fôlego?
Ainda não... ???
Vejam mais então...


E agora? Já estão sem fôlego ????
Ainda tem... é mesmo? Então vamos mais fundo, ou mais alto...

Bem, então agora vamos ao assunto de verdade e vamos parar com essa palhaçada de ônibus espacial... tchau bumba espacial... tchauuu...

Minhas avós tinham fé.
Elas tinham muita fé em Deus, nos Santos, na igreja Católica Romana, iam à missa e rezavam sempre que a situação pedia.
Rezavam para dormir, rezavam quando estava chegando um temporal, rezavam pelos que estavam doentes, rezavam por tudo quanto julgassem ser possível assistir, ajudar, interceder... era fé que não acabava mais.
Quem eram elas?
Eram mulheres que tinham vidas nada fáceis.
Nasceram humildes, dentro da mais completa pobreza e privação material.
Tinham que fazer de tudo, cuidar da casa e dos filhos, fazer sabão, lavar muita roupa e faze-las durar muito, fazer render a comida pouca, que teria que de uma lado sustentar 4 filhas e um cunhado folgado, do outro 10 filhos e uns outros tipos folgados que viviam na cola... não era pouco, e já na época, eu muito pequeno podia sentir ali na minha cara o que era uma vida dura, o que era uma trabalho fisicamente muito pesado, ensopadas lavando roupas em dia de frio, carregando peso, caminhando longas distâncias, nada era fisicamente fácil.
Nunca diziam: - Não dá mais, chega... nunca. 
Diziam: - Deus vai ajudar, vamos rezar...
E reza após reza viam a vida ir avançando, as coisas se formando, os filhos crescendo e iam acumulando pequenas vitórias cotidianas e não reconhecidas e algumas, muitas, várias derrotas... sempre. A fé não podia tudo.
Nenhum abalo, nenhum retrocesso, nenhum ônibus espacial... 
Ônibus espacial?
Vamos falar de ônibus então:
Veja as fotos acima... sinta a força, a potência, a energia...
Se você não tem fé, dá quase pra acreditar em Deus vendo a explosão de energia necessária para fazer subir um negócio desses... eu adoraria ver uma decolagem dessas, acho que é melhor que ganhar uma Copa do Mundo sim... o estrondo, a luz, a fumaça, a trajetória em curva para o alto... aquela massa enorme de metais subindo e deixando o planeta para trás... quem foi o maledeto que conseguiu invetar uma coisa tão impressionante assim?
Eu adoraria ver... mas não vai mais ter.
Volta para a fé das avós.
Eram ônibus espaciais... a minha paterna quando tinha ataque de fúria era mais forte e violenta que um ônibus desses ai... uma vez vi ela arremessar meio tijolo em direção da nuca de meu Tio Dorival... polta que los pariu... eu não imaginava que: 1) Ela tivesse coragem; 2) Que ela conseguisse arremessar um meio tijolo, que na época eram maiores que os de hoje, tão longe; 3) Que ela fosse tão ruim de pontaria - sorte do Tio Dorival.
Mas tudo nelas tinha a dosagem de um lançamento de ônibus espacial...
Quando hoje vejo essa turminha da Geração Y esparramada no sofá vendo tv, com fones de ouvido e laptop no colo pedindo para alguém ir na geladeira pegar algo para eles... dá vontade de... da vontade de... chorar/mandar a merda/matar afogado na privada/fazer voltar para o útero e não sair mais de lá.

Mas algo deu errado...


A fé das avós não chegou intacta até a gente.
Por várias razões que  constatei ao longo de uma longa e profunda meditação - algo próximo de 20 segundos pensando sozinho enquanto esperava o Google carregar - a coisa não passou para o DNA da gente... e da gente para os filhos da gente, então, passou porra nenhuma.

Em 3 gerações matamos algo que foi vital para nós e para que a Geração Y pudesse só desejar e não contribuir em nada e ainda sair reclamando.

Ainda trabalhamos muito - apenas alguns de nós - mas já não tão combativamente  e sem fazer muxoxo nenhum... reclamamos, deprimimos, surtamos, damos piti, inventamos justificativas para não fazer... assim é, assim somos, vergonhosamente somos.

Minha avó materna era gorda e forte, minha paterna era magra e muito forte.
Hoje todos são - eu graças a Dels não sou - gordos... antes num ônibus que cabiam 36 sentados e 42 em pé, hoje cabem 36 sentados e 42 em pé, mas ficou apertado para cacete e tem gente aos montes que não passa mais pela catraca e precisa descer pela porta da frente.

Enfim, por fim vos digo.
Nossas avós sustentaram na reza a agrura de suas vidas.
Buscaram força na fé em Deus e na compreensão, que nunca chegaremos a ter, de que um obra, por mais singela que seja, é uma obra. Que uma existência humilde e sem fama era tão gloriosa e fundamental aos olhos do Deus delas quanto qualquer outra forma de vida glamourosa e vistosa.
Esse valor não foi aprendido, posso perceber que existiu, podemos perceber mas não sabemos reproduzir mais essa forma de viver em nossas vidas e nem muito menos sabemos transmitir valores assim.
Em apenas 3 gerações tornamo-nos consideravelmente mais selvagens e frágeis.
Um beijo enorme nas avós que nunca puderam fazer nada na vida com um controle remoto... com elas foi no braço mesmo e Deus no coração.

Acabou... tchau vós.

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