Elisa não era nem bonita nem feia, mas tinha uma mensagem velada.
Macrobiótica e com informações sobre coisas que haviam acabado de acontecer no mundo, estávamos no inicio dos anos 70.
Depois um garoto negro escuro hostilizado por todos, mas culto, esperto que me mostrou musicas e atitudes que eu não conhecia... sofria com os preconceitos, mas também no inicio dos anos 70, não ser preconceituoso já era motivo para ser alvo de preconceitos... ser errado era a regra e quem não seguisse a regra era alvo.
Depois uma casal que fazia artesanato, moravam em I*** e para chegar na vila que moravam você precisava atravessar uma linha de trem e eles tinham um brilho nos olhos quando contavam que ia largar tudo, nesse tudo um emprego na Mercedes Benz de Campinas, para se dedicar ao artesanato... ela muito mais velha que ele e ambos de uma generosidade...
Depois foi ficando mais raro e artificial... já não foi tão fácil encontrar alguém tão integral no papel e na atitude, ninguém mais tinha um todo para transmitir, só vinham fagulhas e frações... uma calça de algodão cru aqui uma alpargata rueda ali, mas tudo muito simulado, modismo, sem raiz.
Um dia ali próximo ao Brooklin vi uma senhora que desenha flores nas paredes de sua casa de madeira, era um Sábado e eu não fui ousado o suficiente para parar e puxar conversa...
Numa outra ocasião um encontro debaixo de uma enorme pedra numa cachoeira na Serra do Mar ao abrigo de uma garoa forte, um casal de amigos, mais uma vez ela mais velha, holandesa(?), funcionários de uma multinacional farmacêutica em busca de contato com a natureza oferecendo e compartilhando ideias e lanches naturais.
Quantas pessoas absorvíveis me passaram pela vida tão rapidamente.
Quantos universos interiores deixei escapar por absoluta falta de habilidade em abrir conversas objetivas e sérias...
Só me restaram os cães.
Macrobiótica e com informações sobre coisas que haviam acabado de acontecer no mundo, estávamos no inicio dos anos 70.
Depois um garoto negro escuro hostilizado por todos, mas culto, esperto que me mostrou musicas e atitudes que eu não conhecia... sofria com os preconceitos, mas também no inicio dos anos 70, não ser preconceituoso já era motivo para ser alvo de preconceitos... ser errado era a regra e quem não seguisse a regra era alvo.
Depois uma casal que fazia artesanato, moravam em I*** e para chegar na vila que moravam você precisava atravessar uma linha de trem e eles tinham um brilho nos olhos quando contavam que ia largar tudo, nesse tudo um emprego na Mercedes Benz de Campinas, para se dedicar ao artesanato... ela muito mais velha que ele e ambos de uma generosidade...
Depois foi ficando mais raro e artificial... já não foi tão fácil encontrar alguém tão integral no papel e na atitude, ninguém mais tinha um todo para transmitir, só vinham fagulhas e frações... uma calça de algodão cru aqui uma alpargata rueda ali, mas tudo muito simulado, modismo, sem raiz.
Um dia ali próximo ao Brooklin vi uma senhora que desenha flores nas paredes de sua casa de madeira, era um Sábado e eu não fui ousado o suficiente para parar e puxar conversa...
Numa outra ocasião um encontro debaixo de uma enorme pedra numa cachoeira na Serra do Mar ao abrigo de uma garoa forte, um casal de amigos, mais uma vez ela mais velha, holandesa(?), funcionários de uma multinacional farmacêutica em busca de contato com a natureza oferecendo e compartilhando ideias e lanches naturais.
Quantas pessoas absorvíveis me passaram pela vida tão rapidamente.
Quantos universos interiores deixei escapar por absoluta falta de habilidade em abrir conversas objetivas e sérias...
Só me restaram os cães.
Um comentário:
Vitório, hoje aprendi a ser um tantim estóica... naõ era para ser e pronto...
Veja só, da forma inusitada como nos conhecemos, nem era esperado que vc se tornasse tão querido e especial em nossa vida como se tornou. Então, amigo, se essas pessoas transitaram rapidamente em sua vida, e não houve nem um tipo de aprofundamento, simplesmente era porque naõ era para ser.
Acho que pensar assim ajuda a gente a se perdoar um pouco, pelo que pensa que deveria ter feito diferente, e talvez nem conseguisse... Na verdade, acho que naõ fizemos diferente, justamente porque naõ conseguimos... então amigo...
Essas pessoas é que perderam a chance de conhecer alguém formidável como vc.
Beijokas
Mary Joe
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