PENSANDO
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
10 DO 10 DO 10
Domingo 10-10-10
Só daqui a 100 anos teremos outro 10 do 10 de 10.
Não acredito em números e seus efeitos sobre as pessoas e as coisas ou sobre os rumos da história. O número é algo abstrato, não existe.
Ninguém nunca pegou um número nas mãos. Eles são instrumentos que usamos no dia a dia para definir e comparar.
Se você resolve trocar a porta de sua casa e ele tem 80 cm de largura por 2 metros e 5 centímetros de altura, vai precisar destes números na hora de comprar. Não adianta comprar menor ou maior, não vai servir.
Mas o que você esta comprando é uma porta baseado num número e não um número.
Quantos anos você tem?
Você não consegue pegar nas mas o número de sua idade, ele é uma quantidade de algo mais abstrato ainda que é o tempo e dentro deste tempo a cada fração existe um fato ocorrido em sua vida associado a algo em seu arquivo de memórias, nem o conjunto de fatos você consegue pegar de uma vez ou lembrar de uma vez ou lembrar de tudo, pô isto então muito menos.
É arrepiante saber que toda a segurança que buscamos em vida, para escapar da certeza da morte, esta associada a coisas que nem ao menos sabemos se existem.
Vamos agora brincar de desenhar... desenhe numa folha a cadeira onde você esta sentado neste momento.
Pois você acaba de fazer a abstração mais alucinante que existe.
As linhas que você usou para compor o desenho também não existem na vida real. A cadeira não é feita de linhas, as linhas estão no papel, mas não podem ser pegadas ou retiradas da cadeira de verdade.
Desenhe um paisagem, o horizonte é uma linha que atravessa a folha, mas olhe para o horizonte, cadê a linha, ela é fruto de nossa imaginação.
Imaginamos que ela esta lá, aceitamos isso e não questionamos porque precisamos dessas ilusões para rechear de referencias nosso cotidiano.
Sem as referencias não viveríamos.
Não sabemos entender o tempo, o feirante que faz somas incrivelmente rápidas só sabe fazer conta de adição, não sabe fazer subtração, faça o teste, peça para o feirante fazer uma divisão ou multiplicação um pouco mais complexa, ele não sabe, ele usa as referencias de forma tão automáticas que elas se tornaram parte do feirante, assim como o tempo que ele leva para fazer isto ou aquilo e as memórias que ele tem mas não consegue resgatar as vezes.
Apropriamo-nos de conceitos filosóficos que não compreendemos, usamos por uma vida inteira sem questionamento e sem entender ao certo com o que estamos lidando.
Por isso nossos professores não cansavam de nos perguntar:
O quê pesa mais: um quilo de chumbo ou um quilo de algodão?
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