PENSANDO
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
NUNCA É NUNCA MESMO.
Pensei nos encontros que nunca acontecem.
Já pensei nisto antes, uma porrilhada de vezes.
É que tenho conhecido muita gente, tem muita gente desagradável que eu estou conhecendo e ocupando meu tempo e tem um monte de gente legal que eu poderia conhecer e/ou desfrutar melhor e isso não vai acontecer.
Veja que exemplo agora bem acabado.
No dia 9 de Setembro a atriz Elizabeth Savala fez uma apresentação em praça pública em Embu-Guaçu com sua peça Friziléia. A peça é ótima, teve um publico de mais de 2000 pessoas e foi maravilhoso o espetáculo tanto pela atriz, como pelo texto como pelo comportamento elevadíssimo e digno de aplauso do público.
Depois o acontecimento saiu nas paginas de um jornal da cidade e eis que numa fotiquinha pequenininha de nada eu me acho no meio da multidão e mais, olhando para traz. Mas estou inconfundível. Daí uma ou outra pessoa foram me falando eu também estava lá, eu também fui lá.
Cada uma estava num ponto diferente mas todos no mesmo lugar sentindo as mesmas emoções mas não nos encontramos.
Agora vejam, são pessoas das quais eu gosto muito. Muitas eu convivo diariamente com grande prazer, mas naquele evento não combinamos de ir juntos , tivemos a mesma idéia e no entanto não nos encontramos.
Ou seja, imagine quantas outras pessoas estariam lá com as quais eu teria absoluta afinidade mas nunca as desenvolverei como amigas.
É estranho, saber que existem mas que nunca farão parte de minha vida, mesmo estando ao alcance.
Né?
BIENAL DE DOIS EM DOIS ANOS
Minha história com a Bienal de São Paulo é gostosa.
Já na adolescência ia sozinho ao Ibirapuera e anda solitário pelos enormes corredores, solitário mesmo porque na década de 70 e 80 ninguém ia na Bienal. Em pleno sábado a tarde você anda só pelos corredores.
Vi coisas deslumbrantes, e formei ali boa parte do meu gosto por instalações e obra tridimensionais e pouco convencionais.
Pena que não sei mais como rever as obras dá época porque não guardei na memória os nomes dos autores.
Algumas coisas foram marcantes, como um artista que fez ondas com milhares de revistas, ondas que engoliam tratores de verdade e outros objetos dos quais não me lembro, alias esta postagem na verdade deve ser sobre minha falta de memória. Ou um enorme quadro de uns 8 metros de altura por 5 metros de largura cheios de bonequinhos feitos de fios de naylon enrolados e que pareciam estar enforcados, era de um venezuelano e foi a sensação daquele biênio. Outro fazia sobre uns painéis de dois metros quadrados numerações continuas, eram dezenas de quadros e os números tinham perto de um centímetro de altura, portanto havia milhões de dígitos naquela instalação algo dantesco e como se não bastasse o artista ainda gravou sua voz lendo todos os números e a gravação rodava o tempo todo. Acho que alguém mais maluco ainda iria conferir se a numeração estava certa. Outro enrolou bisnagas de pão em, pasmem: jornais, e não papel de pão e fez muros e mais muros que preenchiam grandes espaços. Um genial que nunca esqueço fez um enorme quadro branco com uma espécie de pirâmide em relevo bem no centro e dentro dele saia uma plantinha de verdade com duas tenras folhinhas verde clarinho, uma preciosidade. E uma fez uns quadros com essas molduras bem clássicas e havia uns bonequinhos parecidos com gnomos sentados nas molduras, bonequinhos de verdade umas gracinhas, não me lembro o que ele pintou nas telas mas ele escreveu numa tabuleta ao final: O difícil na arte é lavar os pincéis.
Tremenda verdade.
Este ano vou com dois especialistas em arte visitar a Bienal nos próximos dias. Faço questão de ir acompanhado desta bagagem técnica. Meu amigo Tio Jô e meu amigo Sergio que me trouxe ontem de Paris ( puta esnobação barata esta minha aqui ) uma boena francesa que pretendo usar nos meus vortejos pela bienal com um ar francês pedante.
Mas quero mesmo ver é a obra do Gil Vicente, o cara que mostra o Lula com a faca no pescoço, a arma apontada para o Papa e para a Rainha Elizabeth, FHC com uma arma na cabeça e tantas outras autoridades em situações limites. Genial, genial, genial.
Em meu outro blog escrevi um continho que se passa num tribunal onde há uma explosão de fúria. Eu tinha a chama o Gil Vicente teve a idéia perfeita e acabada, e tem uma tal de OAB achando que as obras dele não podem ser expostas. Mais que puta falta de sacanagem!!!!
A ESCOLHA
Há alguns anos reencontramos os amigos da faculdade de publicidade e propaganda. Vinte anos depois de formados muitos não estavam na área e muitos nunca trabalharam nela.
Onde erra uma pessoa que faz um enorme sacrifício para concluir um curso superior e depois não consegue exercer a profissão?
No reencontro soube que um dos colegas fez depois de formado, o curso de engenharia e se firmou numa montadora na nova carreira. Uma outra estava bem sucedida com distribuidora da Natura, um outro era dono de uma produtora de vídeos, outra virou jornalista, outro mais tarde se formaria em ciências políticas na USP ( acho que foi isso ) para continuar sua carreira de assessor parlamentar, outro se tornaria um feliz prestador de serviços de manutenção geral, um outro seria um competente gerente nacional de vendas no ramo de movimentação de cargas, uma apenas cuidaria do pai doente, outro seria dono de Buffet, outro trabalharia num grande jornal de São Paulo eu seria administrador de empresas por muitos anos até me tornar um faz tudo e depois um artista inconstante.
Ralei, ralei muito para pagar a faculdade basicamente foi as custas de muitas horas extras num trabalho medíocre, numa empresa medíocre, cercado de gente medíocre e não vi a compensação para tanto sofrimento.
Hoje aos 52 anos se tivesse que escolher uma nova profissão certamente erraria de novo. Eu de fato nunca descobri o que me entusiasma de verdade profissionalmente. Acho que gostaria de ser astronauta ou vigia de torre de telefonia celular. Me apetece ficar só, ganhar dinheiro certo no final do mês sem ter que olhar para a cara do público.
Mas, se com toda a bagagem de vida que tenho não me sinto apto a escolher novamente, que dizer da garotada de hoje.
Com esse leque de profissões que ninguém sabe para que servem mas que rendem fortunas, tipo: Marketing de logistica bancária internacional para reestruturação de carteiras deficitárias – nível III.
Puta empregão, R$ 30.000,00 por mês mais carro zero abastecido, participação nos lucros, 14° salário e viagens bimestrais aos Estados Unidos. Quem criou sabia o que estava fazendo. Poucos candidatos aptos, cargo inextinguível, se cortarem a vaga no organograma o banco quebra, de tão complicado o oficio ninguém se mete a besta em fazer qualquer questionamento. E mais: é nível III, inquestionabilissimo.
Muito melhor que ser astronauta ou professor.
Pensando bem, todas aquelas criançinhas que diziam que queriam ser professores acabaram se tornando e olha no que deu.
Pombas que postagem mais azeda... meu, ta rançoso.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
MAIS DO MESMO.
Nas postagens anteriores me referi a coisas não consumadas ou mal consumadas.
Especificamente sobre a morte de Flávia, quero complementar meu pensamento, pois fiquei pensando no que escrevi e muitas outras nuances surgiram.
Primeiro lembrei que quando, no ano passado, perdemos nossa amiga Meg aos oitenta e tantos anos, nem por isso achamos que já era a hora justa de sua partida, porque ela vivia plenamente, desfrutava com intensidade a vida e não fosse um enfermidade de última hora teria viajado a Los Angeles sozinha para visitar algumas amigas aos 82 ou 83 anos de idade.
No caso dela esperávamos sua morte porque seu quadro foi ficando grave. Não houve velório e ela foi cremada. Eu nunca havia ido a uma cerimônia de despedida antes de uma cremação. O caixão não foi aberto, não a vimos morta e ficou algo sereno mas incompleto. Como também queremos ser cremados aqui em casa, apenas pensamos em dar uma personalizada naqueles últimos minutos que os parentes e alguns amigos ficam juntos da gente, embora sem nos ver, tocando uma trilha sonora de rock. Prá Regina vai ser Khasmir do Led Zeppelin e prá mim vai ser algo do Pink Floyd e Aerosmith, melhor eu escolher logo.
Sabemos que ficaremos incompletos, porque aqueles momentos de sofrimento do velório expurgam do interior da pessoa os sentimentos gerados pela certeza do fim da presença daquela pessoa em nossa vida ( no meu caso talvez eu esteja falando de alivio nos outros ).
Resumindo: é preciso vivenciar plenamente o momento da morte de alguém para poder tocar a vida em frente.
Segundo, volto a Flávia, ao Playcenter e ao celular no velório da mãe.
A garotada achou um caminho alternativo ao sofrimento.
Em minha plena maldade acredito que nossas crias apenas encenam.
Desesperam, levam a emossão ao limite, explodem em lágrimas, abraçam e não largam quando se encontram no velório da amiga querida e fazem o mesmo no TurboDroop do Playcenter. Fica difícil de saber se estão sentindo ou se estão dando um realce em suas emoções para mostrar que também sentem, existem e precisam ser notadas.
Calamitosa dúvida, eu deveria ter mais certezas a esta altura de minha vida.
Dúvida, será que é dúvida?
Dê um celular prá garota, não precisa ser necessariamente no velório da mãe dela, ela explode de alegria, uma semana depois já esta de olho em outro modelo. Absolutamente infeliz pela falta de up-grade semanal ela se torna uma pessoa já sem esperanças na vida. De quê vale viver anônima dentre 6 bilhonzes de cerezumanos.
Eis o ponto. O anonimato, nenhum deles aceita o anonimato e na impossibilidade de ser Justin Bierbe ou Lady Gaga precisam ter algo prá mostrar, pode ser um falso pesar, um celular novo, uma nova cor no cabelo ( Mary não é com você ), ou uma nova peça de roupa ( menos a calça; a calça é uma peça de roupa que elas não trocam nunca, elegem uma não sei por qual critério e só tiram, ai sim com profundo e verdadeiro pesar, quando a danada esgarça toda ).
Deus tem um propósito para todos vocês e eu não falei isso, apenas ouvi, achei interessante e repito sempre como castigo aos crentes. Tinha um propósito prá jovem morta, para minha amiga que embora muito idosa deveria ter vivido mais e tem um propósito para as/os adolescentes que acreditam que esta não é a única vida. Portanto a amiga nada mais fez que cumprir uma etapa.
Ora, se temos que cumprir etapas por propósito divino, por que temos que sofrer ao final de cada etapa, vamos juntos ao Playcenter.
Sentimentos não maturados são como pão não fermentado, como conhaque não envelhecido, como queijo não curado, como tinta não seca. Não estão prontos, e assim seguem até desembocar imaturos na maturidade, incompletos sem ter vivenciado com profundidade as coisas, sem ter arrastado uma dor como fazem os lusitanos – por toda uma vida – sem apurar a essência como fazem nossas avós com os doces gostosos. Ao invés de nos tornarmo-nos especiais dentre os 6 bizilhilhões de cerezumanos, tornamo-nos apenas mais um numerozinho ridículo e dispensável. Mais um no balcão da Vivo comprando um celular, mais um a chorar lágrimas oportunistas de sentimentos de duração curta, curtíssima.
Aqui termino com tristeza, incerteza. Constatar que com tudo que oferecemos de bom aos filhos eles preferem, no entanto, não o conteúdo mas apenas a brilhosa e vistosa embalagem.
sábado, 25 de setembro de 2010
ELA BUSCA A CERTEZA...
... mas não vai encontrar. Mergulha no misticismo, cisma, conversa com os outros em busca de apoio e confirmação de suas crenças. Tem um cinismos reciproco em tudo isso e um tal desejo de ser enganada. Ser enganada consentindo é bom, é a essência da paixão. Mas em um determinada fase da vida não desgarramos dos sonhos nem debaixo de porrada. Importa sonhar, não importa a realidade. A realidade atrapalha.
O tempo corrói, e sorrateiro arma por trás os cenário da ilusão um mundo onde a realidade parece sonho, mas quando você olha no espelho vê que a marca não some com o despertar. Ela é de verdade, suave mas vai se aprofundando, e você não encontra mais tão facilmente o caminho do sonho, prá dopar os sentidos e aliviar a dor.
A marca fica, o cenário dissolve e você cai na real. Pô ferrou, marquei.
Mas passa, tudo passa, incomoda mas passa.
Um dia as marcas viram troféus de batalhas travadas.
Bem inglórias vamos ser honestos, porque quem batalhou sonhando não merece lá muito louvor. Mas como as coisas se confundem e no final todo mundo é malandro, sabe que também ganhou sem lutar, perdeu menos que merecia perder e tem lá uma dose de compaixão, o mundo segue.
Mas não é que lá no começo do final da vida, começa a voltar a vontade de dopar novamente a realidade e dizer que tudo pode e tudo esta bem mesmo descaradamente não estando.
Que eterno retorno.
Mas a falta de certeza levaria ao desespero não fosse a possibilidade de sempre estar cobrindo tudo com o pano grosso onde são pintados os cenários.
O vento fresco no rosto serve prá saber que a certeza é menos importante que momento vivido.
MUITO DELICADO
Sábado a tarde tocou o telefone em casa e a noticia foi chocante.
Flávia, de 13 anos, colega de sala de aula de minha filha havia deitado para dormir na sexta e não despertou mais. Estava morta.
No domingo gelado, não me lembro de ter enfrentado um vento tão gelado em minha vida, mas num cenário lindíssimo,um tristeza de dimensões além da compreensão humana.
Pior, havia uma carta deixada para as amigas, um grupo de 5, dentre elas minha filha.
A carta entregue na quinta um lamento sobre a separação do grupo que ocorreria em breve, na verdade uma das amigas se transferiu de escola e outras duas vão mudar no final do ano, e com isso o último ano, que será em 2011, seria triste e incompleto, elas não se formariam juntas.
Caiu como uma bomba, uma premonição.
Muito desespero, muitas lágrimas, a carta correndo de mão em mão.
Sexta feira seguinte, ontem, excursão para o PlayCenter.
Uma farra, nunca se divertiram tanto nas Noites do terror.
E olha que na quinta deu pau num dos brinquedos e saíram 15 ou 16 crianças feriadas uma com o nariz quebrado... pensa que alguém pensou em desistir.
Meia noite e vinte chega o onibus, crianças eufóricas, outro friozinho de doer.
Quem se lembra da Flávia?
O que tem dentro do coração dessa criançada?
Quem se comoveu de verdade com a dor da mãe dela? Com o arrumar a cama onde a filha nunca acordou...
Dê um celular novo prá uma adolescente durante o velório da mãe que ela sai pulando de alegria.
Foda né?
PERDÃO ESTA NA MODA.
Hoje o tema é perdão.
Mais precisamente perdão negado.
Mais precisamente ainda se encher o saco de perdoar e resolver abandonar a amizade que insiste em não funcionar direito.
Pois é assim, você tenta anos seguidos, mais por uma questão de pura bobeira, manter aquela amizade que não é dispensável, óbvio, mas pede o tempo todo prá ser.
Devemos ter apenas amigos de todas as horas?
Devemos selecionar os amigos?
Se temos que selecionar, são amigos de verdade?
Quando você se aborrece ao lado de uma pessoa, ela é uma amiga?
Resposta prá número 1: Não, devemos ter vários tipos de amigos.
Resposta prá 2: Não, não é justo selecionar, devemos é não mergulhar tanto.
Prá 3: Sim, não somos 100% prá ninguém nem temos como ocupar o tempo e a atenção integral de ninguém.
Finalmente 4: Sim, mas mantenha distancia sempre que se aborrecer, tire férias dos chatos, mas que nem por isso são menos importantes, são menos amigos.
Amizade, casamento, filhos, emprego, Natal, tudo um dia cansa.
É arte, pura arte, manter acesa a chama, manter o vigor das coisas.
Arte é sacrifício, todo artista faz sacrifícios, a arte é o extrato do sacrifício de alguém. A arte é artificial, temos que ser artificiais em alguns momentos para manter coisas como Natal, emprego, filhos, casamento, amizade... não convém abandonar... não convém levar a sério, não convém fazer os outros perceberem e sofrerem porque nós não estamos bem com essas coisas.
Férias dos amigos chatos e aborrecedores...
Esquivar-se do casamento pro algum tempo, prá sentir saudades ( que bobeira ) e depois voltar revigorado...
Filhos soltos, fazendo o que bem entendem...
Emprego levado de barriga, muita simulação e nada de confusão...
Natal como se fosse copa do mundo de 4 em 4 anos...
PEDIR PERDÃO BAIXINHO NÃO VALE
Não tem sido fácil.
Mas estou crescendo.
Fui usado como palanque eleitoral por um conhecido que em público me tratou rispidamente. Respeitei pois sabia que ganharia se não cometece o erro de descer do salto. Mas queimei por dentro.
O caso é que o conhecido é político, com cargo de primeira linha na sucessão municipal, e usou de uma situação para a seu ver defender seus eleitores. Mas fez encenação as minhas custas prá se auto promover. Entendi de pronto o jogo e não dei combustível para a fogueira.
Passados alguns dias, nos encontramos e tivemos uma conversa bastante cordial onde ele reconhecia que havia errado. Acertamos, zeramos e eu concluí que o melhor era realmente não dar mais importancia ao fato.
Mas como máteria de filosofia o caso vai ficar vivo por muito tempo.
Uma coisa é pedir desculpas, outra é pedir desculpas na mesma proporção da ofensa.
Ofende em público, mas pede desculpas reservadamente, tá certo?
Tá não. O reparo tem que ter a mesma proporção do erro.
Carimbei na testa dele: OPORTUNISTA.
E nunca mais apago isso.
sábado, 18 de setembro de 2010
BATA AQUI
Restaurar um pelourinho seria bom.
Vindo pela manhã para o trabalho, aconteceu o que toda hora acontece, um carrão potente, zerado e brilhoso tentando impacientemente passar por cima de mim com meu pau velho.
Fico imaginando a frustração do motorista que lutou prá chegar num sonho.
Quanto trabalho, quanto suor, quanta energia e quanto sapo engolido prá chegar ao valor necessário para adquirir uma super maquina, um verdadeiro brinquedo de gente grande.
Adquirido o carrão é frustrante sair na rua e ver que um cara que não sonhou igual, não lutou tanto, não tem um carrão com a mesma potência fica na frente impedindo que a maquina desenvolva toda sua potencia e rasgue o chão.
É um absurdo a forma como a sociedade é organizada. Só os bem sucessedidos deveriam ter o direito de sair as ruas, e levantar a poeira que deveria ser comida pelos fracassados, que deveriam, estes sim, estar andando a pé na beira da estrada que é o lugar que lhes cabe.
Ofende não poder correr, não poder mostrar ao mundo que o sucesso esta convertido numa maquina insuperável, fria, desumana mas com um ronco no motor de causar medo e inveja.
Deve ser chato mesmo ter dinheiro sobrando e não ter alma para fazer bom uso dele.
O turbilhão interno que se forma pela revolta em ver que o dinheiro que temos não consegue comprar um mundo ideal, sem as pessoas que nos incomodam tende a vasar para o ambiente da amargura, frustração e revolta, tudo isso junto vira um arroganciazinha dificil de conter.
Dai com o excedente de caixa pensamos: seria bom poder comprar um pelourinhozinho prá poder descarregar minhas frutrações em chibatadas nas costas dos que frustam a completa realização de meus sonhos.
Só que não podendo, porque não pode mesmo, porque dá rolo, cadeia, manchete no jornal, bater em alguém de chicote estando este alguém acorrentado a uma estaca ou haste de pedra especialmente confeccionada para este fim.
Então resta o pelourinho imaginário onde você transforma o chicote em palavras e açoita a primeira vitima que encontra pela frente.
No final não vem alivio mas mais revolta, a coisa rumina, a coisa fermenta e vasa.
E o fel aumenta e o turbilhão transforma o sonho frustrado em amargura, azedume e a pessoa segue achando que ela é normal e vitima e que o resto do mundo é levemente indolente, insolente, preguiçosa, incapaz, incompetente e que porra... como é que Deus pode errar tanto assim?
Por favor, não cruzem os sonhos alheios.
Não andem na estrada no lugar de quem fez mais que você por merecer aquele lugar.
A foto que ilustra esta postagem é do fotografo brasileiro, paulista Gabriel Wickbold, que tem uma obra excepcionalmente bela e merece ser vista.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
CLIMA QUENTE
Resolvi lançar mais um blog, agora sobre a vida em condominios.
Tornou-se inevitável, pois estou trabalhando em um e acho que vou poder ajudar muita gente a entender a mecânica da coisa vista pelo angulo de quem oprime... hora essa...
quem disse que a administração, o sindico ou o porteiro oprimem? Todo mundo.
Ontem rolou um tremendo clima quente e eu bem no centro.
Do alto dos meus 35 dias de emprego enfrentei uma situação bastante critica e não me curvei à inflexibilidade do reclamante. Clima cada vez mais quente, ao terminar o atendimento fui surpreendido com a presença de três seguranças em formação na porta da sala onde eu estava, prontos para invadi-la para garantir minha integridade física.
Isso não é bom. Mas verão que o foco de minha conversa é e será a falta de comunicação entre as partes e a investigação de qual a motivação dessa falta.
É grave, tem muita água prá rolar, tem muita piada prá contar, tem coisa séria prá pensar.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
BOAS OPORTUNIDADES
Olá a todos.
Tenho encontrado boas oportunidades.
A maioria de ficar calado.
Algumas de fazer algo de legal na vida.
Mas também tenho conhecido muita gente nova.
Algumas, muito poucas, muito legais - e é impressionante que sempre que estou meio descrente da raça humana aparece alguém prá contradizer minha crença.
Básicamente tenho conhecido pessoas com problemas insolúveis de comportamento e de desvios de idéias ( ? ).
O quê estarei querendo dizer com desvios de ideias?
Desvios de idéias, são idéias baseadas em erros escancarados de observação.
Pessoas que não sabem distinguir a realidade e que por uma falta total de habilidade em usar o cerebro deixam brotar patetices ridículas e além do mais saem falando as babaquices qie pensam.
Fico tão inseguro de poder estar sendo influenciado por tanta mediocridade que, como disse, tenho procurado ficar calado, prá não sair replicando asnices.
Como sempre, andei limpando as gavetas e colocando prá correr aquelas pessoas chatas que sugam e nada dão em troca ( ninguém ligado a este blog, não encuquem, eu não seria tão sangue ruim assim ).
E com isso entrou mais luz em meus olhos.
Sabe aquele alívio que você sente quando se livra de alguma encrenca grande.
Pois é...
Estou assim.
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