PENSANDO

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domingo, 9 de outubro de 2011

ESTA PORRA PRECISA FUNCIONAR MELHOR.

Quando minha filha foi pela primeira vez ao circo numa excursão da escola eu fiz questão de ir junto. Era um circo mambembe e estava montado num tradicional campo de várzea onde sempre se instala um parquinho ou a festa dos caminhoneiros de São Cristóvan. O local fica a no máximo um quilometro da escola e a apresentação seria as 9h da manhã. Era ao lado de meu trabalho e fiquei na entrada esperando o ônibus da escola, o circo se chamava Venegaz. Quando o grupo dela entrou eu me dirigi ao homem da portaria e disse que minha filha ia assistir a uma apresentação de circo pela primeira vez na vida e que eu queria estar ao lado dela e perguntei quanto era o ingresso. O homem me olhou sem expressar qualquer tipo de emoção e apenas falou: - Pode entrar!
Eu fiquei meio desconsertado e assisti a uma apresentação bem simplizinha com um monte de falhas aos meus olhos, mas que foi a alegria das crianaças da escola.
No circo de elenco pequeno, todo mundo fazia tudo e já tratei aqui justamente sobre isso falando de um outro circo que foi o último que vi o ano passado.
Mas num momento da apresentação, o mestre de cerimônias, com forte sotaque espanhol soltou um pequeno discurso para aquelas cabecinhas ouvintes sobre a imensa dificuldade de se viver de circo e do valor que tinham em preservar um cultura e uma arte em extinção.
Pensei: "Não faça esse discurso para o dono do Circe du Soleil".
O empreendimento Circe du Soleil tornou seu dono um bilionário. Ele reinventou algo sem mudar nada na essência da tradicional arte. Apenas fez melhor, fez infinitamente melhor, fez sem feras, mas fez usando a alma e o misticismo do circo.
Circo é uma coisa universal, existe em todas as regiões do planeta e em todas as culturas e por incrível de uma forma muito semelhante. Mas mesmo assim alguém consegui reinventar o garfo. Você consegue aperfeiçoar um garfo? Que mudanças você faria para tornar um garfo algo mais prático e funcional? Difícil não? Eu diria difissílimo para mim, para você e para qualquer um que não seja um gênio absoluto. Reinvetar algo essêncial é uma coisa rara que ocorre na história da humanidade de forma tão poucas vezes que seria possível contar nos dedos das duas mãos quando este tipo de vento aconteceu nos 15.000 anos conhecidos da civilização.
Vamos lá, alguns, sem querer esgotar as possibilidades:
1 - Invetar a roda ao invés de empurrar ou puxar em total atrito com o meio. Mas isso não sabemos se foi obra de uma unica mente pensante.
2 - Inventar a prensa de tipos móveis, ou a imprensa ao invés de ficar reescrevendo o mesmo texto o tempo todo.
3 - Criar uma lâmpada incandecente, ao invés de aperfeiçoar uma vela de sebo e pavio, veja que partiu-se de um efeito para o mesmo efeito sem no entanto usar o mesmo sistema.

Bem, com esforço você vai conseguir chegar a uns 10 itens nesta mesma linha de pensamento.
O que eu não entendo é como alguém acha que avança fazendo sempre a mesma coisa, como alguém acredita que melhora choramingando que a vida é dura, como alguém espera escrever seu nome na história fazendo sempre mais do mesmo.
Fala para mim, você assiste novela? Existe algum minimo traço de ineditismo em alguma novela nos último 15 ou 20 anos. Mas para o cinema tem sempre coisas novas sendo abordadas, enfoques mais aperfeiçoados sendo filmados, novas técnicvas efeitos nos entortando a cabeça. O cinema avança em conteúdo e forma ao passo que na novela a Globo coloca a mesma personagem em duas novelas que estão no ar ao mesmo tempo... porque não tiram do ar o canal e não deixam as pessoas perplexas procurarem  outra coisa com que se ocuparem. Pobre Cassia Kiss e Lilian Cabral que prá viver se expôem a um vexame desses...

Inventivos, audazes com forte tempero de loucura são os poucos, raros que se atrevem a anunciar uma novidade, a testar com recursos próprios um nova idéia.
Os Beatles nas mãos do George Martin foram inovadores e recriaram a industria da música, a música, o rock and roll e o comportamento dos adolescentes do mundo todo ao mesmo tempo, num tempo em que o mundo não era globalizado. Os Stones ao mesmo tempo foram apenas uma banda de rock.
Os Stones continuam ai, fazendo mais do mesmo... eternos e divertidos, mas mesmicimos.
Eu não saberia como inovar coisa alguma, eu não saberia como fazer mudanças comportamentais que afetassem todo um segmento, mas sei observar, e este é meu papel. O Legião Urbana, varreu da história do rock brasileiro tudo que havia antes. Os caras fizeram de uma música bem simples uma coisa inédita no Brasil, antes a ideia era copiar as bandas de fora, eles fizeram, não sei definir, uma revolução a ponto do album "Dois" ter todas suas músicas tocadas no rádio, não uma ou duas, mas todas, e isso nem os Beatles fizeram, tornaran-se um das bandas que mais venderam discos no mundo, no mundo. Havia um tremendo indeditismo em "Eduardo e Mônica".
Assim um cirquinho chora a vida dura, enquanto o outro não tem onde guardar tanto dinheiro. Uns se tornam eternos e outros as vezes são lembrados.
Mude seus habitos, mude de lado da cama, pense com a cabeça dos outros, acorde mais cedo exerça a compaixão, tem uma coisa faltando de ser inovada, não falemos de invenção, já temos o bastante, o que falta é fazer o mundo funcionar melhor.

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