PENSANDO

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domingo, 9 de outubro de 2011

FÁCIL DE ENTENDER


Neste final de semana tivemos a primeira apresentação do Justin Drew Bieber em São Paulo. A midia e o mundo paulistanos cairam de pau no garoto. Dança mal, canta play back, montagem do show é capenga, não tem presença de palco, repertório fraquinho, não vale o preço do ingresso.
Choveu forte em São Paulo no final da tarde e o bairro do Morumbi ficou duas horas sem energia e o estádio trabalhou com geradores para um show que milagrosamente atrasou só 30 minutos.
Os números são alarmantes, centenas de desmaios de jovens na faixa dos 12 aos 15 anos, piscinas de lágrimas, milhares de pais do lado de fora esperando o show terminar para resgatar suas rebentas, minha mulher inclusive, celulares em pane geral porque na hora que terminou o show havia apenas 104.000 linhas de celulares tentando usar a mesma antena ao mesmo tempo prá dizer em que ponto do lado de fora deveriam se encontrar, um acontecimento digno de estudo ciêntifico das probabilidades, como 52.000 mil pais consegueram encontrar 52.000 filhas no mesmo local num espaço de 15 minutos, isso dá 58 encontros por segundo, num processo de cruzamento de informações e identificação de material genético altamente sofisticado e feito por métodos absolutamente pragmáticos. Um espanto. Eu a 30 quilometros do local, com mais facilidade de utilização do celular consegui juntar minha mulher e minha filha defronte ao portão numero 15 em 128 segundos, portanto elas completaram o par numero 7424. Um outro espanto. A brincadeira custou-me uns R$ 400,00... entre ingresso, roupas e corante de cabelo na cor roxa, e o Justin entrou de preto e vermelho ao invés de branco e roxo, combustível e suprimentos liquidos e sólidos para manter a filha viva e sem desmaios.
No Facebook, baixaram também o pau no garoto, basicamente questionando a sexualidade dele, embora a Selena Gomez não sejá lá exatamente o sonho de consumo de nenhum gay. Eu agora vou fazer a defesa:
E daí que as garotinhas de cabeça vazia adoram o não menos vazio Justin?
Qual foi seu ídolo na adolescencia? Os meus foram: Os Beatles, o Pink Floyd, o Alice Cooper basicamente.  Minha filha nem gosta tanto assim do Justin, mas gosta de estar inserida na onda de adoração de algum idolo, seja ele quem for, para não ficar de fora, para ter sobre o que falar, para seguir alguém, ela nem sabe o que as letras dele querem dizer e eu só recentemente consegui descobrir a tradução de algumas letras dos Beatles e do Pink Floyd. Não há uma razão forte para elas adorarem ele, e por isso não devem ser confrontadas, é mais uma questão instintiva de ter um ídolo que propriamente gostar do cara. Poderia ser qualquer um outro. Poderia ser o Sid Vicious do Sex Pistols que aos 21 anos já tinha varias overdoses em sua biografia, já havia matado a namorada esfaqueada enquanto estava chapado e que assim que foi solto da prisão se matou com uma outra overdose de heroina. O que é melhor?
Olhe para as fotos; sua filha gostar de um menino com uma carreira musical vazia ou se mirar num punk autodestrutivo, embora deva reconhecer, um contestador com algumas boas verdades explicitadas sobre o marasmo do mundo.
O mundo já tá violento demais, ter um Justin Bieber que não coloca fogo no piano e que não quebra os instrumentos depois do show e o quarto do hotel durante a tourne já tá bom demais.
Pode ser fraquinho, pode ser feminino, pode ser sem talento, mas é um garoto batalhador, que construiu sozinho e sem se prostituir seu inicio de carreira.
Mulheres estão preferindo homens mais femininos porque o padrão machão espancador já cansou e não terá mais espaço muito em breve. Ao invés de você ficar desdenhando melhor perceber que o vazio do Justin é melhor que o extremo vazio do Funk que além de tudo faz apologia a criminalidade e nem é musica, nem é movimento, nem é atitude... é um nada.
Vamos lá moçada, relaxem, vai passar... Baby, baby, baby ohhhhhhhh.

2 comentários:

Mary Joe disse...

Vitorio vc foi brilhante, e digo mais, vc explicou com precisão o que sinto por aqui... acho que esses ídolos bem comportados são uma benção...
Lembro de mim na idade de sua filha, adorando o Menudo. Claro que eu não sabia aos 13 que o Rick Martin gostava de homens feito eu,rsrsrs. Mas eu achava tudo de lindo e de maravilhoso. E isso fez sim, parte de minha vida.
Quanto aos pais, minha irmã pegou um avião de BH com minha sobrinha de 9anos, para assistirem ao show. Se choraram as duas, ainda não sei. Mas achei o máximo terem ido... vc sabe como eu gosto disso né?
Ir a shows, rs

Um dia ainda vou levar as meninas a algo assim. Mas que seja algo mais agradável a mim (vai sonhando Mary Joe)...

Anônimo disse...

Muito legal este texto, só gostaria de chamar a atenção que não existe provas conclusivas que Sid matou sua namorada, Nancy Spungen.
Havia suspeita de um traficando de drogas. Ela era famosa por tentar enganar os traficantes. A Justiça libertou Sid em 1979.