PENSANDO

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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

NÃO ACREDITEI, FIQUEI CONFUSO...

Ontem me contou de uma forma muito atrapalhada uma história um garoto conhecido meu já de uns 3 anos. Ele é empacotador num supermercado onde ocupa uma vaga da cota de deficientes exigida por lei trabalhista. Sua deficiência é um leve retardo mental que o faz um pouco infantil mas de uma maneira geral ele tem uma postura adulta e normal. É preciso conversar um pouco com ele prá reconhecer sua deficiência pois ele parece mais ser um tímido que um portador de retardo.
Ele tem um cartão de crédito do próprio supermercado que trabalha com a bandeira da FININVEST. Seu limite é de R$ 170,00 e ele o consome em compra no próprio supermercado.
Como ele atrasou um pagamento e não conseguiu pagar na rede lotérica ou em qualquer outro banco foi até a loja da FININVEST, e lá foi abordado por um segurança. O garoto tem uns 25 anos no máximo, é mulato, se expressa mal, se veste de forma muito simples e não sabendo esclarecer sobre sua presença na loja foi ALGEMADO pelo segurança por mais de uma hora num canto da loja para averiguação. Ele me disse que se sentiu humilhado porque na loja tem muitas cameras de segurança e ele estava sendo filmado por elas. Aparentemente não deu conta de que as pessoas da loja, clientes e funcionários, também o observavam e não sabendo do que se tratavam o julgavam como um delinquente.
Depois de confirmarem a identidade dele junto ao seu empregador ele foi liberado pela segurança interna da loja.
Ele estava furioso mas não dava conta da enormidade da ação que sofrera.
Eu falei a ele que ele tem direitos e que a FININVEST tem que ser processada por ele por cárcere privado, danos morais e lesões corporais e que em função disso ele tem direito a uma indenização em dinheiro para reparar os danos causados a ele. Me prontifiquei a ajuda-lo a conseguir e conversar com um advogado.
Mas ele disse que confia em Deus. E eu não pude fazer mais nada porque ele se fechou nisso.
Enquanto isso a FININVEST arranca o dinheiro dele na forma de juros extorcivos e ainda arranha sua dignidade.
Quem disse que não dá?
Na FININVEST dá!

3 comentários:

Francisco disse...

Quando estamos comemorando o dia da consciencia negra, aparece esta notícia revoltante, somente porque o rapaz é pobre e negro, e depois ainda dizem que a escravidão no Brasil acabou

Mary Joe disse...

Que tristeza Vitorio. Naõ tenho nem mais o que dizer.

Família Meneghel disse...

Francisco e MaRy JoE
Vou continuar acompanhando o caso e se possivel aconselha-lo a não permitir que façam com ele outras vezes esse tipo de coisas.
Ele é uma pessoa muito simples e de poucos recursos intelectuais por conta de sua deficiência.
Vou consultar meu advogado e saber que tipo de atenção se deve ter com isso, pois na justiça muitas coisas são muito dificeis de serem provadas e processos são caminhadas longas e penosas.
Mas garanto que o rapaz não estrá de todo desamparado no que depender de mim.
Abraços.