PENSANDO

PENSANDO

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

DEU VONTADE, FAZ... TEM CORAGEM?

Sempre alguém se enche o saco da vida e resolve pensar em mudar tudo, ou pelo menos largar tudo por um tempo e sumir, ou no mínimo mudar a cor de uma parede da casa. O fato é que sacos se enchem o tempo todo, levam a sonhos de mudança e liberdade mas quase ninguém leva nada a cabo, quase ninguém chuta o balde.
Normalmente uma mudança radical é sempre resultado de um forte crise pessoal, e em alguns casos é uma semente que já nasceu dentro da gente e que vai germinando ao longo de anos de caminhos que não nos agradam até que um dia você sente que ou muda, ou perde sua vida sonhada, ou vai se tornar um velho amargo e frustrado.
Aconteceu comigo aos 25 anos, depois aos 32 anos e nas duas vezes as mudanças foram radicais. Na primeira houve um recuou, e foi horrivel ter que recuar, na segunda parti mais amparado materialmente, mas preparado emocionalmente, mais bem direcionado pela experiência anterior e estou na mudança a já quase 20 anos... mas percebo que há um nível ou um possibilidade de mudança um pouco mais elevada. Neste momento penso como um alpinista que vai de acampamento de adaptação em acampamento de adaptação até chegar ao ponto mais alto, sempre com a possibilidade de retornar quando se fizer necessário.
Mudanças radicais como queima de navios são muito difíceis, fechar todas as possibilidades de volta envolvem um grau de coragem elevado demais para simples mortais como nós.
Quem viu o filme de Sean Penn "Na natureza selvagem" e tem na alma a inquietação da qual falo aprendeu muitas lições. Uma delas é de que a felicidade só é felicidade quando compartilhada com alguém. Outra é de que o sofrimento da opção é mais que recompensado pelo que você vai receber, conhecer e viver na jornada. Outra, ainda, é que pular sobre o fio da vida, faze-lo balançar é o minimo que se espera de pessoas que não se ligam em materialidade, casa, família reunida, natal e amizades firmes.
O filme tem final trágico, não precisa ser assim. Você pode mudar radicalmente também por períodos muito curtos como um final de semana prolongado ou mesmo um comum. Mas a atitude tem que ser radicalmente inversa à sua rotina, você tem que ralar, fazer aquilo que não cabe em seu dia a dia. Não pense em conforto, comida, banho, calor, carinho e sorrisos... a recompensa é outra, é um tipo sagrado de coisa que não há nem como descrever... você faz parte do bando ou não.
Dê onde você tiraria coragem para romper? Da vontade de viver mais ou da angustia de viver contrariado?
É preciso coragem, conhecimento e conteúdo pessoal para embarcar neste rumo...

Um comentário:

Mary Joe disse...

Hello Vitorio, acho que chutar o balde é algo que todo mundo pensa quando está de saco cheio.
Mas realmente, é como vc disse, precisa de uma inquietação muito forte e perene para isso se tornar realidade.

Naõ sei se eu faria uma mudança ainda mais radical do que a que fiz quando me casei... talvez hoje o caminho de volta para um grande centro o fosse.
Por vezes penso nisso sim. Mas entre perdas e ganhos acho boa a vida como é. Então meu balde continua inteirinho no lugar, rsrsrs

Beijokas
Mary