O mundo infantil é uma miniatura do mundo adulto. Os brinquedos são miniaturas no geral das coisas que os adultos usam, tipo: carrinho, ferramentinhas, casinha, panelinha, bonequinha no papel de um bebêzinho, instrumentozinhos musicais e tantas outras infinitas variações. O comportamento das crianças também espelha o comportamento adulto... e ai meus Deus! Esse é o problema. Muito cedo elas começam a imitar sem no entanto terem tido o aprendizado dos códigos de pudor, moral, decoro, pudismo e tantos outros, e eu pasmado observo que nem os adultos sabem também se aprenderam direito ou não. Com isso alguns conselhos que dei para amigos e amigas agora tenho que resgata-los para meu uso próprio. Chegou a minha vez. Eu me preparei prá isso e estou bastante tranquilho, mas sem certeza de nada. Mas as crianças também querem experimentar um beijo, também querem saber o que é negócio de catar, só que sem ter noção do limite entre o que é o comportamento normal e o que é o risco ou o despudor.
Os envolvidos nos cuidados e educação das crianças entram em ligeiro pânico e passam a se sentirem culpados por serem privadamente despudorados, publicamente moralistas e intimamente conflituosos sobre isso tudo. Não é fácil querer o melhor para os filhos sem ter que priva-los de algumas experiências que deveriam ser inevitáveis mas que envolvem perdas. O ideal seria deixa-los viver plenamente todas as nuances, mas isso os faria desempenhar papel de bobos nas mãos dos mais espertinhos, e os filhos dos outros são sempre os mais espertinhos, nunca os nossos o são.
A perda da inocência doe nos pais e enche os filhos de orgulho e confiança. Saber do primeiro beijo, que foi dado no pior da espécio humana, que a melhor amiga é aquela vaquinha, que todos estão de olho nela e a rede vai ser lançada.
O papel do pai não é o de viver a vida do filho, as asas precisam crescer, e crescem escondidas.
O pai precisa não dormir no ponto, precisa se atualizar e entender os códigos, precisa renunciar às suas necessidades mais imediatas para como um faroleiro vigiar o trafego dos navios ao longe.
Coisa séria senhoras e senhores.
Tem que se ter nervos de aço.
PENSANDO
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
terça-feira, 22 de setembro de 2009
MAIOR AMIGO OU MELHOR AMIGO?
Não é apenas uma questão de colocar umas letras ao invés de outras.
Primeiro erro é você achar em vida de definir quem é seu melhor amigo. Melhor deixar para os biógrafos, mas alguém resiste?
Depois vem uma sutileza que eu sempre carreguei dentro de minha cabeça, sempre me confunde. O maior amigo da gente é o numero 1 da lista em todos os tempos. O melhor amigo é o atualmente mais afinado com a gente, certo? Mais ou menos....
O maior amigo é aquele que nos diverte e tem cumplicidade, é aquele que mesmo vendo que a gente vai fazer uma enorme cagada, incentiva, participa e depois ajuda a gente e dizer que estava certo. tem que ser sinico, hipócrita e cara de pau. Mas não desgruda e esta sempre pronto para novas burradas. O melhor amigo nos impede de fazer tudo isso, nos contraria e ficamos de cara virada com ele, mas ele é o melhor, faz falta e acabamos nos reconciliando. O maior amigo é aquele que é essencialmente afetivo. O melhor amigo é aquele que é basicamente instrutivo. Com o melhor crescemos, com o maior nos divertimos de verdade.
Eu sempre fui o melhor amigo porque sou ombro, ouvido e conselho.
Mas de meus amigos sempre percebo que não sou bom para as coisas mais divertidas., não sou o maior amigo. Imponho limitações à interação e com isso minha trajetória dentro do campo da amizade tem curso certo e limite de aprofundamento. E só estou entendendo isso na medida em que escrevo este texto. Incrível como nunca havia conseguido chegar a esta conclusão antes.
O melhor amigo é um chato, o maior amigo é uma farra.
Tive dos dois. Tive maior amigo e tive melhores amigos.
Agora quero ser só maior amigo, não quero mais ouvir, ser ombro e dar conselhos, quero participar só dos momentos bons da vida dos outros.
Primeiro erro é você achar em vida de definir quem é seu melhor amigo. Melhor deixar para os biógrafos, mas alguém resiste?
Depois vem uma sutileza que eu sempre carreguei dentro de minha cabeça, sempre me confunde. O maior amigo da gente é o numero 1 da lista em todos os tempos. O melhor amigo é o atualmente mais afinado com a gente, certo? Mais ou menos....
O maior amigo é aquele que nos diverte e tem cumplicidade, é aquele que mesmo vendo que a gente vai fazer uma enorme cagada, incentiva, participa e depois ajuda a gente e dizer que estava certo. tem que ser sinico, hipócrita e cara de pau. Mas não desgruda e esta sempre pronto para novas burradas. O melhor amigo nos impede de fazer tudo isso, nos contraria e ficamos de cara virada com ele, mas ele é o melhor, faz falta e acabamos nos reconciliando. O maior amigo é aquele que é essencialmente afetivo. O melhor amigo é aquele que é basicamente instrutivo. Com o melhor crescemos, com o maior nos divertimos de verdade.
Eu sempre fui o melhor amigo porque sou ombro, ouvido e conselho.
Mas de meus amigos sempre percebo que não sou bom para as coisas mais divertidas., não sou o maior amigo. Imponho limitações à interação e com isso minha trajetória dentro do campo da amizade tem curso certo e limite de aprofundamento. E só estou entendendo isso na medida em que escrevo este texto. Incrível como nunca havia conseguido chegar a esta conclusão antes.
O melhor amigo é um chato, o maior amigo é uma farra.
Tive dos dois. Tive maior amigo e tive melhores amigos.
Agora quero ser só maior amigo, não quero mais ouvir, ser ombro e dar conselhos, quero participar só dos momentos bons da vida dos outros.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
AZZARI
Por volta de 1968 a 1970 um certo Armando trabalhava na Fontoura Wheit, que fabricava o famoso Biotônico Fontoura, o creme dental Kolinos e o desodorante Van Ess entre outros produtos. Trabalhava na unidade do Brás, provavelmente, na função de craviculario, aquele que organiza as chaves de um empresa, e também dava ordem em arquivos e fazia coisas absolutamente sistemáticas, e certamente cobrava organização e disciplina de seus usuários. Devia ser um fanático chato prá cacete. Era casado tinha um casal de filhos, e vivia muito mal com sua mulher de quem depois se separaria, mas isso mais adiante, então passaria a se dar muito mal com sua filha, uma eterna insatisfeita segundo ele.
Um dia, não sei exatamente por quê, ele tomado por uma angustia profunda, um descontentamento total com a vida e às beiras de um imensa depressão andava pela Av.Brigadeiro Luis Antonio que, prá quem não é de São Paulo, é a avenida que liga o centro da cidade ao Parque do Ibirapuera cruzando com a Avenida Paulista, é a subida final da corrida de São Silvestre, a pena que detona os atletas mais bem preparados e define o grande vencedor da prova, ou seja um martírio. Nela ficavam na época as 5 salas do Cine Paramonth, O teatro Bandeirantes, em suas esquinas ficam as sedes das empresas do Grupo Silvio Santos, lá o nosso atual presidente da república ficou semanas preso num quartel do exército, nela foi velado o corpo da Elis Regina e uma imensidão de coisas ligadas à cultura paulistana aconteciam nessa importante avenida na época.
Hoje a Brigantonio Luisandeiro é meio decadente. Mas não sei lá que coisas fazia o Armando angustiado andando por ela. Nem por qual razão ele percebeu que varias pessoas estranhas entravam num casarão em plena tarde e movido também por sabe-se lá qual motivo tratou ele de lá também entrar. Era uma apresentação gratuita da peça Morte e vida severina num teatro de arena. Ele sentou e assitiu a peça. Nunca antes na vida ele havia assitido a uma peça de teatro.
Adorou, se emocionou e perdeu a conexão com a vida que levava naquele momento. Houve um rompimento tão radical que ele nunca mais na vida encontraria, em meu entender, um rumo certo. Ao final da peça, aplausos e um dos atores falou assim:
- Hoje foi o último dia de trabalho do nosso colega fulano de tal, para manhã precisamos de alguém em seu lugar... na platéia alguém se habilitaria a fazer parte de nosso grupo?
Armando timidamente levantou a mão. Mudava com esse gesto totalmente a sua vida e no futuro a minha também.
No dia seguinte ele chegou mais cedo ao teatro, decorou suas falas e marcações e estreou no teatro. Não sei quanto tempo levou prá contar para a família, nem como se virou com o emprego. O fato que daquele dia em diante passou a viver de teatro.
Participou de varias montagens, mas a mais importante sem dúvida foi Rasga Coração de Oduvaldo Vianna Filho o Vianinha. O mesmo Vianinha que criaria o seriado A grande família no ar na Rede Globo a já dezenas de anos. O elenco da peça era encabeçado por Raul Cortez, Claudio Mambertti, Sonia Guedes dentre muitos outros que eu injustamente não sei listar neste momento. Depois ele prossegui estudando na Escola de Artes Dramaticas EAD da USP, colega de turma da Lilian Cabral e Paulo Betti, e passou a ganhar a vida dando aulas de artes dramáticas, dentre outras coisas na Universidade Metodista de São Paulo, na Fatea, na Fasp e em outras faculdades de forma meio inregular e aleatórias. Fazia varios comerciais de tv e era quase impossível ligar a televisão e não velo na tela, era um depois do outro, só não anunciava cigarros e bebidas alcoólicas. Tornou-se vegetariano e comia apenas pizza, e
preferencialmente no Micheluccio da Rua Domingos de Morais no Paraiso.
Mas em 1983 entrei na Universidade Metodista para cursar Publicidade e Propaganda e logo de cara descobri que havia um grupo de teatro estável. Eu já havia assitido a algumas dezenas de peças e era apaixonado por teatro, tramei me envolver com o grupo. No trote cultural, houve uma apresentação da peça O auto dos 99% escrita coletivamente no Centro de Cultura Popular por Oduvaldo Viana Filho, Giafrancesco Guarnieri, Cecyl Thirré dentre outros, o grupo de teatro chamava-se Libertá, e a montagem deles dirgida pelo Armando já contava mais de 1oo encenações por teatrinhos capengas, garagens, igrejas, acampamento de invasores e coisas marginais do genero. A montagem estava capenga e esgarçada, mas adorei. Me encantei principalmente com uma atriz minuscula e bem limitada com quem me casaria alguns anos depois. Mas ao final da apresentação fui cumprimentar os atores e fui solemente esnobado por eles, dois anos depois eu dirigiria o grupo em uma tentativa de voo solo com texto próprio que não decolou. Mas obstinado e decidido fui atrás deles e no sábado seguinte eu e uma amiga a Regiane invadimos o Teatro Sergio Cardoso em São Paulo e ludibriando o segurança usando como instrumentos os peitões e a jeans-lycra justissimo dela, ninguém resitiria, para assistir a um ensaio onde o grupo faria uma réles figuração. De cara encontrei o Armando de cuecas costurando uma calça de seu figurino, serramos uns cigarros de menthol do Zé Guilherme que era uma estrelona da Globo e tomamos mais uma esnobada, desta vez da Lilian Cabral que apresentada não estendeu a mão, apenas olhou com nojo: -Quem são vocês seus ratos maltrapilhos???? ( bem, ela não disse isso prá nós, acho que só pensou). Mas o grupo figurou minusculamente no ensaio e eu nem fui com a Regiane ver a apresentação, achamos que não valeria a pena. Mas uma semana depois eu estava fazendo parte integrante do grupo no cargo de carregador de trambolhos, motorista, fornecedor de vinho branco prá eles tomarem a vontade em minha casa, futuro noivo da tal atrizinha e assistente de direção da nova montagem que fariamos em seguida a uma peça que estreariam nos próximos dias, uma tal de Esfregando os
rocamboles nas bissetrizes, uma criação medonha, sem graça, dum grupo chamado GP ( Grandus Pintus ) que seria uma fracasso gigantesco, só menor que arrogancia dos caras que a escreveram.
Passado esse vexâme, o grupo se despediu de alguns integrantes, adquiriu algumas pessoas verdadeiramente maravilhosas e partimos para a montagem do texto O analista de Bagé de Luis Fernando Verissimo. Foi o período mais feliz de minha vida, nunca mais consegui repetir uma sequencia de felicidade tão completa e intensa como aquela. Eu e o Armando nos tornamos unha e carne, viviamos prá cima e prá baixo juntos. Ele tinha um hobby muito interessante, roubava livros. Tinha milhares deles não lidos e passou a roubar para mim. Muitos dos livros que tenho são roubados naquela época. Ele usava seu rosto conhecido da tv e engabelava as pessoas nas livrarias e nos sebos. A montagem do Analista foi fantastica e falarei sobre ela em outra oportunidade porque tem muita coisa legal prá contar. Quando sobrava tempo eu estudava na faculdade, mas meu mundo era o teatro e o Armando meu eixo na vida. Passada a montagem e a encrenca em que nos metemos por não pagar direitos autorais sobre o texto o Armando foi trabalhar dirigido pelo Flavio Rangel na peça Negócios de estado com a Vera Fischer e o Perry Salles no teatro Hilton em São Paulo e eu sempre ao lado dele e agora da Vera Fischer, a coisa estava realmente muito favorável para eu ser feliz completamente.
Mas dai algumas coisas aconteceram, o Armando era um anarquista nato e eu também me tranformara em um anarquista radical, depois falo sobre anarquismo, alem dele ser um comunista de carteirinha que não poupava nada nem ninguém. Ele não era corajoso era louco mesmo. E aconteceu dele e de outros professores serem demitidos da faculdade. Bem, deixei o Armando de férias na casa dele já com sua segunda esposa a Nilse e sua filha recem-nascida a Talita e juntamos um grupo e invadimos a reitoria da Universidade ( na verdade na época diretoria das faculdades ), morei na sala do diretor uma semana, só sai prá ir trabalhar, passava em casa jantava e ia prá lá. Era uma festa, mas veio a policia, uma tremenda tropa de choque com escudo e cacetetes, eu chegava do trabalho e fui o último que conseguiu entrar. O capitão da PM disse que não ia sujar o curriculo dele batendo em estudante, falou prá gente ir cuidar da vida e parara de encher o saco e foi embora com a tropa, com isso meu curriculo ficou magro.
Mas os professores foram reintegrados e nós ingenuamente passamos a acreditar que tinhamos vencido. Terriveis forças ocultas roiam nossos alicerces e numa montagem de uma leitura dramatizada que fariamos dirigidos pelo Armando ele foi tão boicotado e meu grupo, já não mais o Libertá que nesta época já havia sido convidado a deixar as dependencias da faculdade porque era formado só por ex-alunos e integrantes de fora, foi sabotado em tudo quanto foi possivel. Com isso a temperatura subiu a niveis elevadissimos e eu o Armando nos desentendemos de forma mortal pela primeira vez em nossa deliciosa amizade. Ele não veio na apresentação, mandou um recado pela esposa que também era professora da faculdade e eu disse algo a ela que não devia. Ela levou o recado e a resposta veio na forma de um dossiê maldoso que ele escreveu, documentou e distribuiu entre varias pessoas inclusive eu. Fiquei muito magoado com as meias verdades que ele escreveu e acho que destrui o tal dossie, não me lembro.
Toquei minha vida, magoado e agora sem nenhuma felicidade. Fiz varias pequenas direções teatrais de psicodramas para varias turmas da faculdade de psicologia e isso enfureceu ainda mais o Armando que apresentou queixa na direção da faculdade por eu estar trabalhando sem ser habilitado. Abandonei tudo isso, mudei de rumos, me casei e fui morar em Paraty-RJ.
Lá soube que o Armando tivera um tumor no cerebro e que morrera num hospital no Japão tentando um cirurgia que fracassou. Nunca mais me completei depois disso. Perdi o maior amigo que tive na vida. Todos em casa adoravam ele, sua alegria, as confusões que incorria por ser desligado, seu perfume sempre em exagero, suas relações com a cultura e arte, sua simplicidade e generosidade. Era indiscutivelmente um cara dificil. Mas era uma cara com uma história incrivel por quem todos se apaixonavam de imediato, as mulheres se matavam por ele, mas ele era radicalmenet fiel a Nilse. Seu filho Ernando tornou-se também ator profissional chegando a fazer algumas novelas, e a Julia Lemmertz e seu marido Global deram à sala de cinema que teem em São Paulo o nome de Sala Armando Azzari.
Um dia, não sei exatamente por quê, ele tomado por uma angustia profunda, um descontentamento total com a vida e às beiras de um imensa depressão andava pela Av.Brigadeiro Luis Antonio que, prá quem não é de São Paulo, é a avenida que liga o centro da cidade ao Parque do Ibirapuera cruzando com a Avenida Paulista, é a subida final da corrida de São Silvestre, a pena que detona os atletas mais bem preparados e define o grande vencedor da prova, ou seja um martírio. Nela ficavam na época as 5 salas do Cine Paramonth, O teatro Bandeirantes, em suas esquinas ficam as sedes das empresas do Grupo Silvio Santos, lá o nosso atual presidente da república ficou semanas preso num quartel do exército, nela foi velado o corpo da Elis Regina e uma imensidão de coisas ligadas à cultura paulistana aconteciam nessa importante avenida na época.
Hoje a Brigantonio Luisandeiro é meio decadente. Mas não sei lá que coisas fazia o Armando angustiado andando por ela. Nem por qual razão ele percebeu que varias pessoas estranhas entravam num casarão em plena tarde e movido também por sabe-se lá qual motivo tratou ele de lá também entrar. Era uma apresentação gratuita da peça Morte e vida severina num teatro de arena. Ele sentou e assitiu a peça. Nunca antes na vida ele havia assitido a uma peça de teatro.
Adorou, se emocionou e perdeu a conexão com a vida que levava naquele momento. Houve um rompimento tão radical que ele nunca mais na vida encontraria, em meu entender, um rumo certo. Ao final da peça, aplausos e um dos atores falou assim:
- Hoje foi o último dia de trabalho do nosso colega fulano de tal, para manhã precisamos de alguém em seu lugar... na platéia alguém se habilitaria a fazer parte de nosso grupo?
Armando timidamente levantou a mão. Mudava com esse gesto totalmente a sua vida e no futuro a minha também.
No dia seguinte ele chegou mais cedo ao teatro, decorou suas falas e marcações e estreou no teatro. Não sei quanto tempo levou prá contar para a família, nem como se virou com o emprego. O fato que daquele dia em diante passou a viver de teatro.
Participou de varias montagens, mas a mais importante sem dúvida foi Rasga Coração de Oduvaldo Vianna Filho o Vianinha. O mesmo Vianinha que criaria o seriado A grande família no ar na Rede Globo a já dezenas de anos. O elenco da peça era encabeçado por Raul Cortez, Claudio Mambertti, Sonia Guedes dentre muitos outros que eu injustamente não sei listar neste momento. Depois ele prossegui estudando na Escola de Artes Dramaticas EAD da USP, colega de turma da Lilian Cabral e Paulo Betti, e passou a ganhar a vida dando aulas de artes dramáticas, dentre outras coisas na Universidade Metodista de São Paulo, na Fatea, na Fasp e em outras faculdades de forma meio inregular e aleatórias. Fazia varios comerciais de tv e era quase impossível ligar a televisão e não velo na tela, era um depois do outro, só não anunciava cigarros e bebidas alcoólicas. Tornou-se vegetariano e comia apenas pizza, e
preferencialmente no Micheluccio da Rua Domingos de Morais no Paraiso.
Mas em 1983 entrei na Universidade Metodista para cursar Publicidade e Propaganda e logo de cara descobri que havia um grupo de teatro estável. Eu já havia assitido a algumas dezenas de peças e era apaixonado por teatro, tramei me envolver com o grupo. No trote cultural, houve uma apresentação da peça O auto dos 99% escrita coletivamente no Centro de Cultura Popular por Oduvaldo Viana Filho, Giafrancesco Guarnieri, Cecyl Thirré dentre outros, o grupo de teatro chamava-se Libertá, e a montagem deles dirgida pelo Armando já contava mais de 1oo encenações por teatrinhos capengas, garagens, igrejas, acampamento de invasores e coisas marginais do genero. A montagem estava capenga e esgarçada, mas adorei. Me encantei principalmente com uma atriz minuscula e bem limitada com quem me casaria alguns anos depois. Mas ao final da apresentação fui cumprimentar os atores e fui solemente esnobado por eles, dois anos depois eu dirigiria o grupo em uma tentativa de voo solo com texto próprio que não decolou. Mas obstinado e decidido fui atrás deles e no sábado seguinte eu e uma amiga a Regiane invadimos o Teatro Sergio Cardoso em São Paulo e ludibriando o segurança usando como instrumentos os peitões e a jeans-lycra justissimo dela, ninguém resitiria, para assistir a um ensaio onde o grupo faria uma réles figuração. De cara encontrei o Armando de cuecas costurando uma calça de seu figurino, serramos uns cigarros de menthol do Zé Guilherme que era uma estrelona da Globo e tomamos mais uma esnobada, desta vez da Lilian Cabral que apresentada não estendeu a mão, apenas olhou com nojo: -Quem são vocês seus ratos maltrapilhos???? ( bem, ela não disse isso prá nós, acho que só pensou). Mas o grupo figurou minusculamente no ensaio e eu nem fui com a Regiane ver a apresentação, achamos que não valeria a pena. Mas uma semana depois eu estava fazendo parte integrante do grupo no cargo de carregador de trambolhos, motorista, fornecedor de vinho branco prá eles tomarem a vontade em minha casa, futuro noivo da tal atrizinha e assistente de direção da nova montagem que fariamos em seguida a uma peça que estreariam nos próximos dias, uma tal de Esfregando os
rocamboles nas bissetrizes, uma criação medonha, sem graça, dum grupo chamado GP ( Grandus Pintus ) que seria uma fracasso gigantesco, só menor que arrogancia dos caras que a escreveram.
Passado esse vexâme, o grupo se despediu de alguns integrantes, adquiriu algumas pessoas verdadeiramente maravilhosas e partimos para a montagem do texto O analista de Bagé de Luis Fernando Verissimo. Foi o período mais feliz de minha vida, nunca mais consegui repetir uma sequencia de felicidade tão completa e intensa como aquela. Eu e o Armando nos tornamos unha e carne, viviamos prá cima e prá baixo juntos. Ele tinha um hobby muito interessante, roubava livros. Tinha milhares deles não lidos e passou a roubar para mim. Muitos dos livros que tenho são roubados naquela época. Ele usava seu rosto conhecido da tv e engabelava as pessoas nas livrarias e nos sebos. A montagem do Analista foi fantastica e falarei sobre ela em outra oportunidade porque tem muita coisa legal prá contar. Quando sobrava tempo eu estudava na faculdade, mas meu mundo era o teatro e o Armando meu eixo na vida. Passada a montagem e a encrenca em que nos metemos por não pagar direitos autorais sobre o texto o Armando foi trabalhar dirigido pelo Flavio Rangel na peça Negócios de estado com a Vera Fischer e o Perry Salles no teatro Hilton em São Paulo e eu sempre ao lado dele e agora da Vera Fischer, a coisa estava realmente muito favorável para eu ser feliz completamente.
Mas dai algumas coisas aconteceram, o Armando era um anarquista nato e eu também me tranformara em um anarquista radical, depois falo sobre anarquismo, alem dele ser um comunista de carteirinha que não poupava nada nem ninguém. Ele não era corajoso era louco mesmo. E aconteceu dele e de outros professores serem demitidos da faculdade. Bem, deixei o Armando de férias na casa dele já com sua segunda esposa a Nilse e sua filha recem-nascida a Talita e juntamos um grupo e invadimos a reitoria da Universidade ( na verdade na época diretoria das faculdades ), morei na sala do diretor uma semana, só sai prá ir trabalhar, passava em casa jantava e ia prá lá. Era uma festa, mas veio a policia, uma tremenda tropa de choque com escudo e cacetetes, eu chegava do trabalho e fui o último que conseguiu entrar. O capitão da PM disse que não ia sujar o curriculo dele batendo em estudante, falou prá gente ir cuidar da vida e parara de encher o saco e foi embora com a tropa, com isso meu curriculo ficou magro.
Mas os professores foram reintegrados e nós ingenuamente passamos a acreditar que tinhamos vencido. Terriveis forças ocultas roiam nossos alicerces e numa montagem de uma leitura dramatizada que fariamos dirigidos pelo Armando ele foi tão boicotado e meu grupo, já não mais o Libertá que nesta época já havia sido convidado a deixar as dependencias da faculdade porque era formado só por ex-alunos e integrantes de fora, foi sabotado em tudo quanto foi possivel. Com isso a temperatura subiu a niveis elevadissimos e eu o Armando nos desentendemos de forma mortal pela primeira vez em nossa deliciosa amizade. Ele não veio na apresentação, mandou um recado pela esposa que também era professora da faculdade e eu disse algo a ela que não devia. Ela levou o recado e a resposta veio na forma de um dossiê maldoso que ele escreveu, documentou e distribuiu entre varias pessoas inclusive eu. Fiquei muito magoado com as meias verdades que ele escreveu e acho que destrui o tal dossie, não me lembro.
Toquei minha vida, magoado e agora sem nenhuma felicidade. Fiz varias pequenas direções teatrais de psicodramas para varias turmas da faculdade de psicologia e isso enfureceu ainda mais o Armando que apresentou queixa na direção da faculdade por eu estar trabalhando sem ser habilitado. Abandonei tudo isso, mudei de rumos, me casei e fui morar em Paraty-RJ.
Lá soube que o Armando tivera um tumor no cerebro e que morrera num hospital no Japão tentando um cirurgia que fracassou. Nunca mais me completei depois disso. Perdi o maior amigo que tive na vida. Todos em casa adoravam ele, sua alegria, as confusões que incorria por ser desligado, seu perfume sempre em exagero, suas relações com a cultura e arte, sua simplicidade e generosidade. Era indiscutivelmente um cara dificil. Mas era uma cara com uma história incrivel por quem todos se apaixonavam de imediato, as mulheres se matavam por ele, mas ele era radicalmenet fiel a Nilse. Seu filho Ernando tornou-se também ator profissional chegando a fazer algumas novelas, e a Julia Lemmertz e seu marido Global deram à sala de cinema que teem em São Paulo o nome de Sala Armando Azzari.
sábado, 19 de setembro de 2009
MARA E DIONE
Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no bolso e vindo do interior.
Eis que reencontro a Mara Silvia, depois de, vejamos... 32 anos. Um bocado de tempo.
Como sempre o papo segue como se nunca tivesse parado, 32 anos não foram nada, ela continua sendo a Mara.
Feitas as primeiras atualizações e relatórios sobre o que fizemos nesse tempo todo e sobre o que estamos fazendo da vida, sobrou palavras prá perguntar da Dione, que eu gostava tanto e se perdeu da gente pelo mundo, prá lembrar que a gente descia a Avenida Caminho do Mar cantando as músicas do Belchior. Amávamos aquelas músicas dele, e por coincidencia ele entrou na mídia por ter sumido e eu por isso fui buscar em minha adega transformada em depósito de coisas boas o disco dele. Ouvi, adorei, estão atualissimos e a onda metal me trouxe a Mara.
A Mara foi um pessoa que passou de forma muito alegre em minha vida.
Atrevida, esperta, compenetrada.
Lembro muito dela na campanha eleitoral que fizemos prum certo vereador pilantra prá caramba. Ela era o centro, sabia cativar, envolver e tinha um sorriso avassalador.
Andávamos muito juntos, nem sei qual era nossa afinidade, mas a gente andou um tempo juntos fazendo coisas ligadas à escola e um porrada de coisas de nossa idade. Mas cantávamos com alegria aquilo tudo que o Belchior escrevia, fomos ver um show dele em Santo André e vimos que o cara era fera mesmo.
A Dione foi uma paixão minha e teve encontros e desencontros. Ficou com uma ótima imagem em minha lembrança. Negra, linda, inteligente, meio timida, uma família muito legal e era tanta areia pro meu caminhãozinho que eu perdi a cabeça e não soube lidar. Como dizem eu poderia ter dados muitas viagens, mas não soube fracionar o tamanho do sentimento.
Mas a Mara esta de volta, estaremos reconstruindo nossa amizade e acho que quando for me reencontrar com ela vou levar as letras das musicas do Belchior prá ver se ela ainda gosta de cantar junto comigo.
FRASES ESPINHUDAS
De minha autoria.
De tanto futucar prá ver se saia formiga resolvi ir em busca doi tamanduá.
Quando perdemos o encanto, não nos damos conta do prejuízo que tivemos.
O passado não esta ao alcance de nossas mãos. Mas incomoda pela tristeza que causa, pela alegria que perdemos, pelo que nos elucida se formos honestos.
Quem é da noite não deve sair de dia.
Mais vale dois covers na mão que um original que te despreza.
Se todo mundo fosse cuidar de plantar o que comer, não haveria tanto tempo prá ficar no celular.
De tanto futucar prá ver se saia formiga resolvi ir em busca doi tamanduá.
Quando perdemos o encanto, não nos damos conta do prejuízo que tivemos.
O passado não esta ao alcance de nossas mãos. Mas incomoda pela tristeza que causa, pela alegria que perdemos, pelo que nos elucida se formos honestos.
Quem é da noite não deve sair de dia.
Mais vale dois covers na mão que um original que te despreza.
Se todo mundo fosse cuidar de plantar o que comer, não haveria tanto tempo prá ficar no celular.
CRISE CONJUGAL
Definição: è a nossa incapacidade de aceitar que estamos errados.
Primeiro erro: escolheu a vida errada.
Segundo erro: escolhei a pessoa errada.
Terceiro erro: Não reconhecer que esta errado.
Não existe a crise conjugal, o que existe é fraqueza.
Você enfraqueceu, deixou que alguma coisa estranha tomasse conta de sua cabeça.
Se você sabe realmente o que quer e tem firmeza de propósitos não esta sujeito a crises.
O que é uma crise?
Um momento em que você abandona temporariamente a vigilância sobre seus planos e deixa que alguém passe a tomar conta de sua vida. Retome sua vida em suas mãos e a crise acaba.
A fraqueza é justamente o momento em que você delega suas responsabilidades a outra pessoa.
É o momento em que você esta desencorajado de prosseguir, trata sua vida com descaso, não liga prá o que esta acontecendo. Vem alguém e passa a tomar conta de você, mas não ao seu modo mas ao modo dela, dai você desperta e não gosta de como a coisa esta sendo conduzida e reclama; pronto temos o estopim da crise. Você foi fraco mas não admite que foi.
Falei ontem na comunidade do Orkut Somos Imortais, conteúdo não aberto ao publico, por isso não coloco o link, que antes de iniciar uma discussão de relacionamento é preciso averiguar se a outra parte é mentalmente sadia. Pesado né?
Nem tanto, as discussões ocorrem apenas quando as pessoas estão com seus estados mentais alterados. Minha frase clássica é: Nunca contrarie um louco. Portanto, se a outra parte esta alterada, não é hora de entrar em discussão seja lá do que for. Saia do local, vá dar de comer aos pombos. E quando voltar faça de conta que nada aconteceu. Nunca, nunca retome uma discussão. Um canal de comunicação desqualificado não deve ser nunca mais usado. Traduzindo: se a pessoa não tem nível prá discutir com você não adianta insistir, melhor conversar com os pombos ou ter coragem de terminar tudo e começar vida nova.
Primeiro erro: escolheu a vida errada.
Segundo erro: escolhei a pessoa errada.
Terceiro erro: Não reconhecer que esta errado.
Não existe a crise conjugal, o que existe é fraqueza.
Você enfraqueceu, deixou que alguma coisa estranha tomasse conta de sua cabeça.
Se você sabe realmente o que quer e tem firmeza de propósitos não esta sujeito a crises.
O que é uma crise?
Um momento em que você abandona temporariamente a vigilância sobre seus planos e deixa que alguém passe a tomar conta de sua vida. Retome sua vida em suas mãos e a crise acaba.
A fraqueza é justamente o momento em que você delega suas responsabilidades a outra pessoa.
É o momento em que você esta desencorajado de prosseguir, trata sua vida com descaso, não liga prá o que esta acontecendo. Vem alguém e passa a tomar conta de você, mas não ao seu modo mas ao modo dela, dai você desperta e não gosta de como a coisa esta sendo conduzida e reclama; pronto temos o estopim da crise. Você foi fraco mas não admite que foi.
Falei ontem na comunidade do Orkut Somos Imortais, conteúdo não aberto ao publico, por isso não coloco o link, que antes de iniciar uma discussão de relacionamento é preciso averiguar se a outra parte é mentalmente sadia. Pesado né?
Nem tanto, as discussões ocorrem apenas quando as pessoas estão com seus estados mentais alterados. Minha frase clássica é: Nunca contrarie um louco. Portanto, se a outra parte esta alterada, não é hora de entrar em discussão seja lá do que for. Saia do local, vá dar de comer aos pombos. E quando voltar faça de conta que nada aconteceu. Nunca, nunca retome uma discussão. Um canal de comunicação desqualificado não deve ser nunca mais usado. Traduzindo: se a pessoa não tem nível prá discutir com você não adianta insistir, melhor conversar com os pombos ou ter coragem de terminar tudo e começar vida nova.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
TESTE DE CANAL.
Não sei lidar com quem fala pouco.
Preciso, para ficar a vontade, que a outra pessoa fale muito e eu tenha que interromper para conseguir falar um pouco também, isto é o ideal prá mim.
Sinto grande dificuldade diante de pessoas que não dão curso aos assuntos, que não me contrariam e que não argumentam de forma alguma. Isso me faz mal.
Eu poderia aproveitar para falar, descarregar toda a minha verborragia, mas não funciono diante dos calados.
Em comunicação, temo o termo TESTE DE CANAL, que é quando você esta no telefone e precisa saber se a outra pessoa ainda esta do outro lado da linha ou se esta prestando atenção, então você induz a pessoa a se pronunciar dizendo, tipo: não é?
O teste de canal é o que nos dá confiança para continuarmos falando até pintar novamente a insegurança e precisarmos testar novamente o canal.
No cara a cara o teste é mais difícil e se a pessoa não fala, não reage, brochamos e o assunto morre. Eu por meu sangue italiano preciso de muita conversa paralela, confrontos, assuntos sem rumo e babel para me sentir dentro do aquário.
Preciso, para ficar a vontade, que a outra pessoa fale muito e eu tenha que interromper para conseguir falar um pouco também, isto é o ideal prá mim.
Sinto grande dificuldade diante de pessoas que não dão curso aos assuntos, que não me contrariam e que não argumentam de forma alguma. Isso me faz mal.
Eu poderia aproveitar para falar, descarregar toda a minha verborragia, mas não funciono diante dos calados.
Em comunicação, temo o termo TESTE DE CANAL, que é quando você esta no telefone e precisa saber se a outra pessoa ainda esta do outro lado da linha ou se esta prestando atenção, então você induz a pessoa a se pronunciar dizendo, tipo: não é?
O teste de canal é o que nos dá confiança para continuarmos falando até pintar novamente a insegurança e precisarmos testar novamente o canal.
No cara a cara o teste é mais difícil e se a pessoa não fala, não reage, brochamos e o assunto morre. Eu por meu sangue italiano preciso de muita conversa paralela, confrontos, assuntos sem rumo e babel para me sentir dentro do aquário.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
ELA DEU MAIS UM PASSO.
Esta chegando ao final a fase Puka.
Consigo enxergar nitidamente os passos que também dei.
Agora são crânios de caveiras, vamos entrar na fase dark.
Isso passa perto de Emo, de Punk, de uma indumentária mais elaborada onde ela vai negar a infantilidade mesmo ainda sendo uma criança. Dois domingos atrás deu uma bicada numa taça de vinho, odiou. Quer experimentar o mundo adulto, mas já descobriu que o doce fica na infância.
Sábado encontramos a Débora que já foi dark, cheia de piercings, cabelo roxo ( as fotos dessa época foram todas perdidas numa HD perversa) e agora esta uma garota de 2o anos já sem quase todos os piercings, mas deslumbrante em seu visual adequado a esta fase ( pena não poder publicar uma foto dela para todos poderem vê-la), e muito mais comportada que a mãe que como eu já sabe que a vida não tem idade.
Mas os filhotes vão pisando por sobre nossas pegadas, negando que estão fazendo isso e recriando nossas vidas nas vidas deles.
A nós cabe a missão, tarefa ou sei lá o quê de fazer de um modo cada vez mais atrevido para que eles tenham que nos superar. E algo dentro deles corrói, rói e incomoda, e eles nos acham ridículos, mas ao seu tempo fazem igual, e depois tentam ir mais além.
Adeus Puka, adeus Hello Kit, adeus bobinhos tá chegando a hora de beijar, deprimir e chorar.
POR QUÊ NÃO ANDAMOS NÚS?
Estou aprendendo.
Aprendendo com os erros que é a melhor maneira de aprender.
E a melhor maneira de sentir que se esta progredindo emocionalmente na vida.
E o quê aprendo?
Aprendo a ser velado.
Aprendo a não ficar nu diante dos outros, a não dizer sob nenhuma hipótese tudo, da parte que digo suprimo algumas verdades, do que não suprimo procuro dizer na hora apropriada e na hora apropriada digo o que me for conveniente.
Falso, terrivelmente falso?
Não!
Não há mentira no que digo, há prudência.
Antes eu adorava falar tudo, ter a certeza de que dissera tudo.
Ter a certeza de que tivera a coragem de não segurar nenhuma palavra.
Hoje tenho a inteligência de não dizer tudo. A coragem de jogar.
Mas qual é o jogo?
O jogo onde cada um tem que aprender por si a lidar com sua vida.
Depois que você torna-se adulto, em idade ao menos, tem que se virar e se queimar nos erros se for o seu caso. Ninguém deve ser poupado. Todos tem direito a queimar a língua a se envergonhar de sua nudez.
A questão é descobrir onde fica o limite disso.
Neste momento procuro o limite da lição aprendida.
Aprendendo com os erros que é a melhor maneira de aprender.
E a melhor maneira de sentir que se esta progredindo emocionalmente na vida.
E o quê aprendo?
Aprendo a ser velado.
Aprendo a não ficar nu diante dos outros, a não dizer sob nenhuma hipótese tudo, da parte que digo suprimo algumas verdades, do que não suprimo procuro dizer na hora apropriada e na hora apropriada digo o que me for conveniente.
Falso, terrivelmente falso?
Não!
Não há mentira no que digo, há prudência.
Antes eu adorava falar tudo, ter a certeza de que dissera tudo.
Ter a certeza de que tivera a coragem de não segurar nenhuma palavra.
Hoje tenho a inteligência de não dizer tudo. A coragem de jogar.
Mas qual é o jogo?
O jogo onde cada um tem que aprender por si a lidar com sua vida.
Depois que você torna-se adulto, em idade ao menos, tem que se virar e se queimar nos erros se for o seu caso. Ninguém deve ser poupado. Todos tem direito a queimar a língua a se envergonhar de sua nudez.
A questão é descobrir onde fica o limite disso.
Neste momento procuro o limite da lição aprendida.
O UNIVERSO BLOG
Dia desses escrevi, acho que prá MaRy JoE, que existem bons livros sendo escritos nos blogs.
E são coisas muito interessantes que estão sendo escritas.
Para quem tem um blogspot como eu, é só clicar no alto da pagina em próximo blog que aleatoriamente abrem-se novos blogs para você conhecer. De cada dez tem um muito bom.
Mas existem outras fórmulas para encontrar blogs interessantes, acho que a melhor delas e usando os links existem nos blogs, ou seja, do meu você clica num recomendado meu e dai vai tipo Tarzan saltando de cipó em cipó ou de blog em blog atraves dos recomendados do blog seguinte.
Sempre navego e deixo comentários, adiciono a meus favoritos alguns e volto regularmente ( é preciso adicionar aos favoritos aqueles que você gosta porque é muito dificil encontrar um blog novamente ).
Algumas vezes já desisti de postar alguns assuntos em meus blogs por ter achado algo parecido e as vezes melhor redigido do que eu saberia fazer. Assim como jamais escrevo inspirado pelo que leio ( minha inspiração vem ao amanhecer quando estou fazendo hora na cama quente ou de coisas que vejo nas ruas ou converso com pessoas ), se leio descarto na mesma hora a ideia para não acabar escrevendo influenciado por outro autor.
Mas minha recomendação é para os leitores viajarem um pouco pelos blogs e ver que mundo maravilhoso se criou nesse espaço gratuito, rápido, aberto e universal dos blogs.
E são coisas muito interessantes que estão sendo escritas.
Para quem tem um blogspot como eu, é só clicar no alto da pagina em próximo blog que aleatoriamente abrem-se novos blogs para você conhecer. De cada dez tem um muito bom.
Mas existem outras fórmulas para encontrar blogs interessantes, acho que a melhor delas e usando os links existem nos blogs, ou seja, do meu você clica num recomendado meu e dai vai tipo Tarzan saltando de cipó em cipó ou de blog em blog atraves dos recomendados do blog seguinte.
Sempre navego e deixo comentários, adiciono a meus favoritos alguns e volto regularmente ( é preciso adicionar aos favoritos aqueles que você gosta porque é muito dificil encontrar um blog novamente ).
Algumas vezes já desisti de postar alguns assuntos em meus blogs por ter achado algo parecido e as vezes melhor redigido do que eu saberia fazer. Assim como jamais escrevo inspirado pelo que leio ( minha inspiração vem ao amanhecer quando estou fazendo hora na cama quente ou de coisas que vejo nas ruas ou converso com pessoas ), se leio descarto na mesma hora a ideia para não acabar escrevendo influenciado por outro autor.
Mas minha recomendação é para os leitores viajarem um pouco pelos blogs e ver que mundo maravilhoso se criou nesse espaço gratuito, rápido, aberto e universal dos blogs.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
GRATIDÃO
Não há duvida que o que gratifica nossa existência, é saber que aqueles conselhos e toques que nos foram dados no passado, e que seguimos, fizeram bem em nossa vida.
É constatar que as palavras eram verdadeiras e sinceras.
Sentir que as intenções eram honestas e que você era querido.
Deixar o tempo passar e notar que isso tudo não se abala, só melhora.
Saber que tudo aquilo fazia sentido e não notavamos nos foi enfiado na cabeça por alguem com generosidade e pasciência que nos fez cair no caminho certo. E fez isso com beleza, suavidade e poesia.
Pode parecer pouco, mas constatações como essa validam nossa vida.
É constatar que as palavras eram verdadeiras e sinceras.
Sentir que as intenções eram honestas e que você era querido.
Deixar o tempo passar e notar que isso tudo não se abala, só melhora.
Saber que tudo aquilo fazia sentido e não notavamos nos foi enfiado na cabeça por alguem com generosidade e pasciência que nos fez cair no caminho certo. E fez isso com beleza, suavidade e poesia.
Pode parecer pouco, mas constatações como essa validam nossa vida.
VANDA
Conheci a Vanda em 1973.
Somos amigos a 36 anos.
Eu era office-boy e ela caixa do Banco Noroeste.
Depois tornamo-nos colegas de trabalho na mesma empresa para minha total e absoluta felicidade. Mas quando ela veio trabalhar comigo eu não imaginava a revolução que ela iria promover em minha vida. Eu um pré-adolescente, confuso e desorientado tive a oportunidade de te-la diariamente ao meu lado no ônibus e na hora do almoço quando conversávamos e eu ia aprendendo e me fascinando pelo universo que ela me apresentava. Ela dizia que eu me vestia mal, e estava com a razão, mas a minha grana era muito curta, mas eu a partir de suas agulhadas passei a entender que aparência era algo muito importante e eu era um bichinho do mato. Ela lia Herman Hesse e Lobsang Rampa, de quem eu nunca havia ouvido falar, e ela tinha uma poesia interior fascinante. Ela tinha uma amiga chamada Elisa que era aquilo que chamaríamos mais tarde de Bicho-Grilo e que me mostrou também um mundo alternativo, a maneira despojada e um modo muito zen e blase de ser, adotei isso e sou assim até hoje. Mas a Vanda era ( e é ) linda e serena. Tinha dentes ( e ainda tem ) absolutamente perfeitos e brancos. Era impossível não se apaixonar por ela, mas não na forma de desejo homem-mulher mas como uma pessoa clara, definida, com conteúdo e com uma simplicidade tocante. Foram fulminantes 4 anos, em que ela mesmo não sabendo moldou meu gosto por leituras de qualidade, por ter postura e aparência cuidadas, e por buscar alternativas e beleza na vida. Ela me cutucou impiedosamente o tempo todo para as coisas que eu estava deixando passar na vida. Nunca me tratou com pena, sempre me incomodou e me estimulou. Fizemos com mais alguns colegas de trabalho uma viagem para Foz do Iguaçu, onde soube que ela inevitavelmente iria casar-se com um outro amigo delicioso que tínhamos, o Freitas. Que alem de ser um cara muito engraçado era um escritor muito poético e a meu ver um cara muito atrevido. Senti o baque da perda da amiga, mas tenho que reconhecer que numa conversa que tive na viagem com um outro amigo adorado, o Bernal ( só para localizar o Bernal teria uns 35/40 anos e eu uns 16 anos neste episódio ), confessei a ele que sentia que não poderia mais ser amigo dela como tinha sido até então, eu era um pouco apaixonado por ela, mas na minha idade isso era plenamente aceitável embora não fosse viável, mas que saber que ela ia ficar com um cara de quem eu gostava tanto era sem duvida uma tremenda compensação. Ela havia me feito tanto bem nesse anos todos que eu tinha um forte desejo de vê-la muito feliz. Nós nunca trocamos uma farpa sequer, nunca nos desentendemos, eu a respeitava mais do que qualquer pessoa que possa ter respeitado até hoje. Ela era para mim um monumento do bem, uma imagem limpa, pura e iluminadora de meus caminhos. Guardei dela e da Elisa uma coisa dentro de mim, que todas as vezes que acendo um incenso indiano, fico em silêncio, busco uma resposta, me reporto a elas como verdadeiros oráculos. Agora escrevendo isso me dou conta do quanto elas me influenciaram para o bem.
Ela se casou, saímos da empresa e nos perdemos.
29 anos depois eu resolvi que precisava acha-la. Iniciei a busca pela internet e muito rapidamente a encontrei, alguns minutos depois estava falando com ela pelo telefone, eu em São Paulo e ela a uns 350 kms de distancia no interior do estado. Ela a mesma vóz, o mesmo ton suave.
Eu ia passar o Natal no interior e combinei encontra-la.
Assim aconteceu: num shopping eu e minha família tomando chopp num calor infernal e ela apareceu exatamente como era em 1973, ela disse que tinha umas ruguinhas, eu só via a alma linda e maravilhosa acompanhada de uma filha linda também, muito bem encaminhada na vida.
Um filho lindo, cheio de vida, uma casa muito bonita num bairro excelente e o meu querido amigo Freitas já bem sucedido e todos formando uma família que é a família que a Vanda merecia ter. Mas Vanda tinha mudado, mudou de rumo, não foi a psicologa infantil que dizia seria, formara-se em direito e era dona de seu próprio negócio.
Fechava-se o famoso circulo da vida. Eu sai de lá feliz, saltitante de alegria por vê-la tão bem, por ver que uma pessoa que me fez a cabeça, sabia eu agora, fora comprovadamente sincera, coerente, fizera prá si tudo que me recomendara fazer, que ela havia agido comigo com muita honestidade e generosidade e que havia sido sim um bênção que passou por minha vida na hora certa.
Vandinha colocou poesia em minha vida, me fez pensar filosoficamente a vida, me fez entender que eu teria sempre que ter princípios e sempre seguir em frente.
Mas eu acho que o melhor de tudo mesmo foi ver depois de tantos anos que ela fora sincera comigo e com ela, que ela não falava dá boca prá fora, mas que fez em sua vida tudo que me falou prá fazer na minha. Isso não tem preço. A Vandinha não tem preço, ela é pura luz.
Somos amigos a 36 anos.
Eu era office-boy e ela caixa do Banco Noroeste.
Depois tornamo-nos colegas de trabalho na mesma empresa para minha total e absoluta felicidade. Mas quando ela veio trabalhar comigo eu não imaginava a revolução que ela iria promover em minha vida. Eu um pré-adolescente, confuso e desorientado tive a oportunidade de te-la diariamente ao meu lado no ônibus e na hora do almoço quando conversávamos e eu ia aprendendo e me fascinando pelo universo que ela me apresentava. Ela dizia que eu me vestia mal, e estava com a razão, mas a minha grana era muito curta, mas eu a partir de suas agulhadas passei a entender que aparência era algo muito importante e eu era um bichinho do mato. Ela lia Herman Hesse e Lobsang Rampa, de quem eu nunca havia ouvido falar, e ela tinha uma poesia interior fascinante. Ela tinha uma amiga chamada Elisa que era aquilo que chamaríamos mais tarde de Bicho-Grilo e que me mostrou também um mundo alternativo, a maneira despojada e um modo muito zen e blase de ser, adotei isso e sou assim até hoje. Mas a Vanda era ( e é ) linda e serena. Tinha dentes ( e ainda tem ) absolutamente perfeitos e brancos. Era impossível não se apaixonar por ela, mas não na forma de desejo homem-mulher mas como uma pessoa clara, definida, com conteúdo e com uma simplicidade tocante. Foram fulminantes 4 anos, em que ela mesmo não sabendo moldou meu gosto por leituras de qualidade, por ter postura e aparência cuidadas, e por buscar alternativas e beleza na vida. Ela me cutucou impiedosamente o tempo todo para as coisas que eu estava deixando passar na vida. Nunca me tratou com pena, sempre me incomodou e me estimulou. Fizemos com mais alguns colegas de trabalho uma viagem para Foz do Iguaçu, onde soube que ela inevitavelmente iria casar-se com um outro amigo delicioso que tínhamos, o Freitas. Que alem de ser um cara muito engraçado era um escritor muito poético e a meu ver um cara muito atrevido. Senti o baque da perda da amiga, mas tenho que reconhecer que numa conversa que tive na viagem com um outro amigo adorado, o Bernal ( só para localizar o Bernal teria uns 35/40 anos e eu uns 16 anos neste episódio ), confessei a ele que sentia que não poderia mais ser amigo dela como tinha sido até então, eu era um pouco apaixonado por ela, mas na minha idade isso era plenamente aceitável embora não fosse viável, mas que saber que ela ia ficar com um cara de quem eu gostava tanto era sem duvida uma tremenda compensação. Ela havia me feito tanto bem nesse anos todos que eu tinha um forte desejo de vê-la muito feliz. Nós nunca trocamos uma farpa sequer, nunca nos desentendemos, eu a respeitava mais do que qualquer pessoa que possa ter respeitado até hoje. Ela era para mim um monumento do bem, uma imagem limpa, pura e iluminadora de meus caminhos. Guardei dela e da Elisa uma coisa dentro de mim, que todas as vezes que acendo um incenso indiano, fico em silêncio, busco uma resposta, me reporto a elas como verdadeiros oráculos. Agora escrevendo isso me dou conta do quanto elas me influenciaram para o bem.
Ela se casou, saímos da empresa e nos perdemos.
29 anos depois eu resolvi que precisava acha-la. Iniciei a busca pela internet e muito rapidamente a encontrei, alguns minutos depois estava falando com ela pelo telefone, eu em São Paulo e ela a uns 350 kms de distancia no interior do estado. Ela a mesma vóz, o mesmo ton suave.
Eu ia passar o Natal no interior e combinei encontra-la.
Assim aconteceu: num shopping eu e minha família tomando chopp num calor infernal e ela apareceu exatamente como era em 1973, ela disse que tinha umas ruguinhas, eu só via a alma linda e maravilhosa acompanhada de uma filha linda também, muito bem encaminhada na vida.
Um filho lindo, cheio de vida, uma casa muito bonita num bairro excelente e o meu querido amigo Freitas já bem sucedido e todos formando uma família que é a família que a Vanda merecia ter. Mas Vanda tinha mudado, mudou de rumo, não foi a psicologa infantil que dizia seria, formara-se em direito e era dona de seu próprio negócio.
Fechava-se o famoso circulo da vida. Eu sai de lá feliz, saltitante de alegria por vê-la tão bem, por ver que uma pessoa que me fez a cabeça, sabia eu agora, fora comprovadamente sincera, coerente, fizera prá si tudo que me recomendara fazer, que ela havia agido comigo com muita honestidade e generosidade e que havia sido sim um bênção que passou por minha vida na hora certa.
Vandinha colocou poesia em minha vida, me fez pensar filosoficamente a vida, me fez entender que eu teria sempre que ter princípios e sempre seguir em frente.
Mas eu acho que o melhor de tudo mesmo foi ver depois de tantos anos que ela fora sincera comigo e com ela, que ela não falava dá boca prá fora, mas que fez em sua vida tudo que me falou prá fazer na minha. Isso não tem preço. A Vandinha não tem preço, ela é pura luz.
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domingo, 6 de setembro de 2009
QUANDO É PRECISO...
... usar o coração ao invés da razão.
Vamos vivendo e seguindo com as coisas.
Depois percebemos os desvios e voltamos ao caminho.
Tenho procurado agir menos com a razão e mais com o instinto.
Essa coisa de por o coração na frente de tudo lá na frente sempre dá em desprazer.
Só que meu coração as vezes é a meu favor.
Parece que falando assim que vou usar o coração, estou querendo dizer que vou aceitar e perdoar a todos e todos os erros cometidos, mas penso que não, que agir com o coração ,também é se auto-recompensar por ter persistido numa opinião e não ter voltado atrás com uma iniciativa. É também se dar ao direito de. A razão procura usar como base a justiça, o coração usa como base os sentimentos, nossos e os do outros que nos influenciam.
Mesmo que o resultado não seja bom, não seja o esperado, agir com o coração já traz em si algum lucro.
Vamos vivendo e seguindo com as coisas.
Depois percebemos os desvios e voltamos ao caminho.
Tenho procurado agir menos com a razão e mais com o instinto.
Essa coisa de por o coração na frente de tudo lá na frente sempre dá em desprazer.
Só que meu coração as vezes é a meu favor.
Parece que falando assim que vou usar o coração, estou querendo dizer que vou aceitar e perdoar a todos e todos os erros cometidos, mas penso que não, que agir com o coração ,também é se auto-recompensar por ter persistido numa opinião e não ter voltado atrás com uma iniciativa. É também se dar ao direito de. A razão procura usar como base a justiça, o coração usa como base os sentimentos, nossos e os do outros que nos influenciam.
Mesmo que o resultado não seja bom, não seja o esperado, agir com o coração já traz em si algum lucro.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
AMIGO
Triste.
Encontrar na rua um amigo.
Não sentir a necessidade de falar com ele.
Passar batido, porque é mais fácil.
Optar por desta vez não dispensar atenção.
Ver que os laços estão frouxos.
Que as afinidades estão pálidas.
Sentir que os rumos diversificaram.
Perceber que outras pessoas estão vibrando mais forte.
Que a tal fila andou.
Procurar passar sem chamar muito a atenção.
Depois se arrepender e pensar em ligar.
Mas pensar melhor e não fazer.
Sentir que algo esta se perdendo.
Que o investimento não frutificou.
Saber que você errou.
Ter claro na mente que a vida não pode ser assim.
Que uma pessoa é uma pessoa.
Que um valor é um valor.
Que razões os dois lados tem.
Não se pode abrir o leque demasiadamente.
Querer ser amigo de todos.
Querer a todos agradar.
Esperar retribuição sempre.
Triste passar por alguém.
Fingir que não é ninguém.
Coisas assim botam o dia a perder.
Botam nossa razão no chão.
Encontrar na rua um amigo.
Não sentir a necessidade de falar com ele.
Passar batido, porque é mais fácil.
Optar por desta vez não dispensar atenção.
Ver que os laços estão frouxos.
Que as afinidades estão pálidas.
Sentir que os rumos diversificaram.
Perceber que outras pessoas estão vibrando mais forte.
Que a tal fila andou.
Procurar passar sem chamar muito a atenção.
Depois se arrepender e pensar em ligar.
Mas pensar melhor e não fazer.
Sentir que algo esta se perdendo.
Que o investimento não frutificou.
Saber que você errou.
Ter claro na mente que a vida não pode ser assim.
Que uma pessoa é uma pessoa.
Que um valor é um valor.
Que razões os dois lados tem.
Não se pode abrir o leque demasiadamente.
Querer ser amigo de todos.
Querer a todos agradar.
Esperar retribuição sempre.
Triste passar por alguém.
Fingir que não é ninguém.
Coisas assim botam o dia a perder.
Botam nossa razão no chão.
O REINADO CORROIDO.
O reinado dentro de um pequeno território como a vida de um casal é algo destrutivo.
Tão ou mais nocivo que a monotonia, a falta de respeito, o desinteresse ou a traição.
Esse tal reinado é na verdade a competição dentro do casal para ver quem manda mais ou quem é o melhor. Dos males acredito que esse seja o pior dada a sua natureza velada e dissimulada, que o torna permanente. Uma traição quando descoberta gera uma crise tal que leva a uma separação imediata ou a uma situação que com o tempo levara a uma forma de convívio de total desconexão. O desinteresse é um modo de ir levando na ausência de maior coragem para uma decisão radical e final. Monótonos a maioria dos casamentos e namoros são e não constituem razão para rompimentos. Mas a competição não constitui razão para separação, não é um desrespeito descarado, não tem nada de monotonia, antes pelo contrário, as partes estão sempre muito atentas e ativas, mas corroí e acumula apreensões e mágoas.
Conheço casais que trabalham juntos ( já passei por isso ) e que num determinado momento a patroa virou a chefia do marido, ela não se vangloriou mas ele também não reclamou, apenas caiu na gandai já que a patroa andava ocupada demais para controla-lo e agora podia sustentar a casa sozinha ( ainda estão juntos - prova que competição não desfaz relação, só tira a graça das coisas ). Quando o nível profissional é muito diferente ou um não tem profissão a disputa é por território dentro do espaço comum. O agravante é a mania de organização de um em detrimento do relaxamento do outro. Dai a parte mais fraca tenta ganhar na desqualificação da parte que não sabe manter a ordem. A vingança pode se dar no conhecimento técnico, onde a parte perdedora tenta ganhar no campo manutenção do carro, alegando sempre que os defeitos adevem do mal usos do equipamento, ou seja: -você não sabe dirigir.
A competição quando fortemente estabelecida não poupa nenhuma oportunidade, é na hora de escolher o filme que se vai assistir, o canal de televisão, o lugar para ir almoçar, a roupa que ou outro vai usar para sair, a pizza que vão pedir, é na escolha do corte e comprimento do cabelo, é na cor da cadeira de praia que eu quero sentar hoje. É uma guerra mesquinha e tão natural que com o tempo parece que é apenas uma brincadeira, mas é na verdade uma coisa fortemente estabelecida.
A razão eu suponho é que ambos não vieram para serem mandados, mas não aceitam viver juntos tendo vidas individuais. O natural seriam cada um viver na sua e passar os melhores momentos juntos, mas respeitando uma média de tempo para cada coisa e uma média de utilização do orçamento doméstico. Tínhamos uma amigo que voltava para casa com uma sacola de CDs e DVDs do gosto dele e com 3 ou 4 bons ternos, quando lhe dava na telha, em detrimento dos desejos dos demais membros da família.
Todo mundo gostaria de ser reizinho, poder mandar e ser obedecido. Mas isso não funciona bem por muito tempo. A plebe logo se revolta e corta a cabeça do rei, ou isola o ditador ou bota chifre nele.
Mas o ponto básico é essa atitude de disputa velada. É uma praga muito difícil de acabar, que corrói diariamente a relação e deixa o casal em estado de osteoporosis, um nada e creck!
Tão ou mais nocivo que a monotonia, a falta de respeito, o desinteresse ou a traição.
Esse tal reinado é na verdade a competição dentro do casal para ver quem manda mais ou quem é o melhor. Dos males acredito que esse seja o pior dada a sua natureza velada e dissimulada, que o torna permanente. Uma traição quando descoberta gera uma crise tal que leva a uma separação imediata ou a uma situação que com o tempo levara a uma forma de convívio de total desconexão. O desinteresse é um modo de ir levando na ausência de maior coragem para uma decisão radical e final. Monótonos a maioria dos casamentos e namoros são e não constituem razão para rompimentos. Mas a competição não constitui razão para separação, não é um desrespeito descarado, não tem nada de monotonia, antes pelo contrário, as partes estão sempre muito atentas e ativas, mas corroí e acumula apreensões e mágoas.
Conheço casais que trabalham juntos ( já passei por isso ) e que num determinado momento a patroa virou a chefia do marido, ela não se vangloriou mas ele também não reclamou, apenas caiu na gandai já que a patroa andava ocupada demais para controla-lo e agora podia sustentar a casa sozinha ( ainda estão juntos - prova que competição não desfaz relação, só tira a graça das coisas ). Quando o nível profissional é muito diferente ou um não tem profissão a disputa é por território dentro do espaço comum. O agravante é a mania de organização de um em detrimento do relaxamento do outro. Dai a parte mais fraca tenta ganhar na desqualificação da parte que não sabe manter a ordem. A vingança pode se dar no conhecimento técnico, onde a parte perdedora tenta ganhar no campo manutenção do carro, alegando sempre que os defeitos adevem do mal usos do equipamento, ou seja: -você não sabe dirigir.
A competição quando fortemente estabelecida não poupa nenhuma oportunidade, é na hora de escolher o filme que se vai assistir, o canal de televisão, o lugar para ir almoçar, a roupa que ou outro vai usar para sair, a pizza que vão pedir, é na escolha do corte e comprimento do cabelo, é na cor da cadeira de praia que eu quero sentar hoje. É uma guerra mesquinha e tão natural que com o tempo parece que é apenas uma brincadeira, mas é na verdade uma coisa fortemente estabelecida.
A razão eu suponho é que ambos não vieram para serem mandados, mas não aceitam viver juntos tendo vidas individuais. O natural seriam cada um viver na sua e passar os melhores momentos juntos, mas respeitando uma média de tempo para cada coisa e uma média de utilização do orçamento doméstico. Tínhamos uma amigo que voltava para casa com uma sacola de CDs e DVDs do gosto dele e com 3 ou 4 bons ternos, quando lhe dava na telha, em detrimento dos desejos dos demais membros da família.
Todo mundo gostaria de ser reizinho, poder mandar e ser obedecido. Mas isso não funciona bem por muito tempo. A plebe logo se revolta e corta a cabeça do rei, ou isola o ditador ou bota chifre nele.
Mas o ponto básico é essa atitude de disputa velada. É uma praga muito difícil de acabar, que corrói diariamente a relação e deixa o casal em estado de osteoporosis, um nada e creck!
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
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