PENSANDO

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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

IMAGINO QUE DEVE HAVER...

um solução para cada questão, assim como uma explicação para cada mistério.
Eu aqui já me referí ao tempo e a vida como sendo uma linha, uma curva, um circulo, ou uma dobra, ou um laço, oualgo que se tangencia ou se cruza ou da qual se entra e sai o tempo todo, esta última idéia não é minha, li recentemente num livro não recente.
Imagine seu primeiro segundo de vida dentro de um universo. No segundo seguinte você continua no mesmo universo, mas como alguém em algum lugar tomou uma decisão que implicaria em uma mudança no curso de sua vida, você passou a também existir num outro universo onde uma mudança foi requerida, mas no terceiro segundo uma outra coisa implicou em seu destino e vai você existir triadimente em outro universo, e assim por diante eternamente se replicando em infinitos universos, em infinitos você cada um com um destino diferente, cada um sem saber da existência do outro.
Mas em alguns momentos acontece um Dejavuzinho e você cruza com você mesmo em outro universo por conta de uma escolha ou decisão sua ou de algum danado que não para de implicar e de influenciar toda a paz dos infinitos universos. Nesse momento você percebe e pensa: (Bolhinhas... Já passei por isso...Bolhinhas), e fica uma sensação mística na cabeça da gente que existe algo inesplicável acontecendo o tempo todo. Bom, explicação deve haver, talvez seja esta que estou oferecendo agora, talvez seja algo inatingível para nossas cabecinhas limitadinhas e cheias de coisas miudinhas que tomam o lugar das coisas de real valor.
Mas é gostoso imaginar que num universo seu time perdeu o jogo mas nos demais pode ter ganho. Que aquela sua decisão de atravessar a rua te levou à morte por atropelamento mas que nos outros universos você decidiu diferente e não foi atropelado, lá você apenas viu o carro passar. E quantas vezes teremos visto apenas passar os infinitos carros que infinitas vezes nos levaram a vida. Estranho? Nem tanto, acho que até bem possível. Eu quando criança sonhava em trocar de lugar e vida com um outro garoto que estava se dando muito bem na vida, ao passo que eu estava me lascando. Na época achei que não tinha trocado de vida com ele pois minha vida continuou tal e qual como estava e em minha consciência nada mudo. Mas e se mudei de vida com ele e estou lá e ele cá, mas desafortunadamente com a minha consciência sem saber que foi trocado por minha vontade. É séria a coisa, imagine as coisas que você sofreu ou foi forçado a fazer sem querer e sem saber.
Talvez você seja uma pessoa bem sucessida em outra vida, talvez tenha ganho um Oscar, ou ganho na loteria, talvez tenha tido uma perna amputada por trombose, talvez tenha morrido no parto. Se não houver um Dejavu não há como saber. Toda vez que você cruza com você mesmo pode estar certo que percebe o cruzar e leva um susto, não leva?  Mas não se preocupe, você não faz nada prá você mesmo que seja definitivo porque tudo vai se desdobrando, curvando, entrelaçando - é uma zona, mas zona organizada - e você vai apenas pulando para varios outros universos simultânemente e seguindo em novas versões, umas esticadas outras resumidas de você mesmo, e só não existe isso tudo porque você não sente e não pode reter o tempo.
Tem como provar? Acho que sim.
Veja um exemplo: Eu tenho uma amiga que trabalhava comigo em 1985, daí eu sai da empresa e fui viver longe um outro tipo de vida. Nesta semana ela me achou no Facebook e reatamos a conversa como se ela nunca tivesse parada de existir, estamos cheios de novidades para contar um para o outro. Onde estivemos este tempo todo? Bem, neste universo estivemos fisicamente próximos e distantes varias vezes sem sabermos, mas isso não replicou, mas quando nestes anos todos que se passaram eu lembrava dela ou ela lembrava de mim, a memória buscava num universo impalpável uma passagem de nossas vidas onde existiamos de verdade, e estavamos lá, porque podíamos ser alcançados ao menos pela forma da mente ou memória. Não convenceu né? Nem a mim, mas o fato é que existimos tenhamos ou não explicação para isso, existimos na mente e no coração das pessoas, na forma de saudades ou rancor, e um dia por acaso ou esforço de alguém que implica em nossas vidas tornamos a existir na vida da pessoa, e pior é que isso inclue tambem os cobradores de dívidas...
Esta semana tive deliciosos momentos ao reencontrar a Marcia que por sua vez me fez reencontrar o Celso e a Elaine que foram amigos doces, suaves e humanos - tremendamente humanos - num momento muito bom e feliz de minha vida. A Marcia especialmente, que soube de forma única em minha vida demonstrar amizade, carinho e gratidão plenos no último dia em que trabalhamos juntos (especialmente nesse dia mas não exclusivamente nele). A vida dela foi plena até aqui de fortes emoções, nem sempre boas mas de plena densidade e eu sou grato a vida por te-la encontrado novamente. Sinto pura felicidade em constatar que cada um deixou no outro uma marca boa e saudável, que nos permite agora desfrutar de algo que é verdadeiramente sólido, porque sobreviveu por 26 anos alimentado apenas pela força que teve, e que nos avalia como pessoas do bem, trilhando um caminho certo em direção aos infinitos universos que ainda nos aguardam sem que tenhamos, pelo que sabemos de nossas atitudes passadas, que temer o futuro.
Marcia, Celsinho e Elaine todo o meu carinho para vocês. 

Um comentário:

Mary Joe disse...

Vitório, totalmente demais esse seu texto.

Puxa vida, que sincronicidade! Ando pensando tanto nessa coisa de Universos paralelos e deja vus, e destinos determinados ou não.
Chego aqui e me deparo com esse lindo texto.
Parabéns amigo Vitório por essa sua incessante capacidade de tocar no âmago da questão de uma maneira tão bonita.
Beijo carinhoso
Mary Joe