Sempre que uma pessoa se envolve com outra em seguida começam a aparecer planos em comum. Quando casamos o casamento é parte de um grande plano. Mas no geral duas ou mais pessoas juntas logo começam a querer elaborar algum projeto em comum.
A maioria é coisa simples, alguns dão muito certo, muitos não saem do zero e alguns resultam em grandes discórdias e muita confusão.
Obras são os grandes planos mais comuns e também os mais catastróficos.
Conheço muita gente que acaba com o amor e abala o relacionamento quando tem uma obra entre os dois. Obras envolvem uma série de variáveis que não estão sob o controle das partes.
A primeira e mais sinistra variável é o orçamento, tudo começa com um grande sonho um pequeno orçamento e em seguida a coisa se descontrola. Nunca é possível fazer tudo com o valor inicialmente planejado. As opções são: optar por algo mais barato ou cortar o projeto, mas cortar a ideia do outro sempre. A coisa vai se desfigurando, as pretensões vão se esvaziando e o sonho virando um frustração. O resultado final não é uma explosão de satisfação e sim a contemplação do que foi possível fazer e até onde foi possível chegar. Algumas pessoas inteligentemente param de falar no assunto e se perguntadas dão evasivas, é menos penoso doque encarar que o plano não foi cumprido, que o desgaste esta ali vivo e latente e que novos planos daqui prá frente ficam desacreditados.
Não estou falando de ninguém especificamente e nem de nenhum valor. Falo de minha vivência, de relacionamentos e de saber que tanto um planinho de R$ 1.500,00 não da lá muito certo quanto um planão de R$ 1.,500.000,00 também não.
A culpa?
A culpa é do pedreiro, da chuva que não para, do material que pararam de fabricar e não compramos o suficiente, da vida social que não nos deixa tempo prá cuidar de tudo, da grana que repentinamente parou de entrar e da incapacidade que temos de repartir uma decisão, aceitar o gosto do outro e de não conseguir convencer o outro de um detalhe técnico fundamental tipo: se tirar essa coluna dai a casa cai.
2 comentários:
Vitorio, acho que sou a exceção da exceção...rs
Porque além de compartilhar obras (estamos na quarta), compratilhamos também o trabalho.
E o casamento? Vai bem obrigada. =)
Acho que aprender até onde vai o EU e onde começa o Nós é um aprendizado diário. Terrivelmente trabalhoso e delicado.
Mas gratificante, sem dúvida.
Fecho com a Mary Joe: o que a gente combina, leva até o fim. Tem dinheiro? Faz. Não tem? Nem inventa. E assim caminha a humanidade. O duro é mudar a regra no meio do jogo... aí é o capeta...
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