PENSANDO

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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A OUTRA PESSOA

Eu gosto de beber sozinho.
Até porque gosto de bebidas que ninguém gosta.
Gin e Campari.
Na maioria da vezes bebo acompanhado enquanto converso, sobre tudo, com os amigos de sempre, amigos muito fiéis. Gosto, mas na escala do quanto o número é menor, tanto menor quanto menos apreciável for o assunto.
Beber sozinho é pensar sem preocupar-se com contradições.
Argumentar enquanto bebe estraga o gosto da bebida.
Um coisa é pensar, outra e conversar e uma muito diferente é namorar uma bebida gostosa.
Mas tenho consideração pelos outros e abro mão da solidão, meu verdadeiro estado de espírito.
Por que consideramos tanto os outros? Não bastava respeitar, tem que sentir culpa?
Alguns consideram por medo de perder, outros por gostar da companhia, outros por possuir uma elevada dose de humanidade e amor ao próximo, alguns por curiosidade, por querer desvendar a alma alheia.
Deve haver muitas outras razões.
Mas verdade é que pessoas vão se tornando importantes para a gente, e quem é não se dá conta do quanto é. Mas ai, me parece, esta a graça da coisa, tipo aquele jogo em que se escreve o nome de um personagem e se cola o papel na testa da pessoa, e esta tem que adivinhar quem ela é. E é bem assim, cada um deveria tentar adivinhar quem ela é para as outras pessoas.
Eu descobri tardiamente muitas vezes que era muito mais importante para algumas pessoas do que julgava ser. Ocorreu muitas vezes porque eu sempre fui muito reservado e com isso não completava as trocas afetivas de modo completo ou correto.
Mas deixei impressões mais fortes em algumas pessoas do que julgava ter deixado.
E assim também de forma inversa algumas pessoas que foram muito importantes para mim não perceberam meus olhos brilhando diante delas.
Eu covardemente diante da vida, ou do lado afetivo da vida prefiro beber só a ter que ficar sondando  as profundidades da alma humana.

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