PENSANDO

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quarta-feira, 22 de julho de 2009

VACILOU... SUMIU.

Os dias atuais não estão para vacilos.
Antigamente ( la vem ele com antigamente outra vez ), tínhamos vizinhos estáveis, quero dizer, que passavam uma vida inteira sendo nossos vizinhos e só deixavam de ser vizinhos quando casavam e deixavam de morar na mesma rua porque arranjavam outra casa em algum outro lugar, sempre próximo, mas vinham nos finais de semana ver os pais.
Os colegas de emprego também eram bastante permanentes, o comércio era permanente e as mudanças tinham razões para acontecer.
Hoje basta um vacilo e o seu vizinho continua sendo seu vizinho mas parece que some e da a impressão que não e mais, no emprego é um tremendo entra e sai e se você não se mantiver em absoluta evidência trocam você por algum incompetente que ganhe menos ou por um novo periférico da rede que custa muito mais barato e não enche tanto o saco como a gente, se você no entanto, ficar muito evidente puxam seu tapete.
Namorado que não aparece, perde a namorada, se aparece demais perde mais rápido ainda.
Se você fica muito tempo sem ver um amigo ele arranja outro e descobre que você era uma chato, se você aparece o tempo todo ele descobre por você mesmo que você é um chato.
É o fio da navalha, temos que andar sobre ele. Vacilou dança.
Mas funciona também no sentido inverso, quando percebemos que aquelas pessoas que somem não fazem falta, que aquele amigo que não veio em sua festa deixou todos mais descontraídos e a festa foi melhor. O vizinho que viajou deixou a rua mais calma.
O vacilo é não notar que as vezes nos saturamos de gente, de atividades, de acontecimentos.
Antigamente ( porra novamente ), as pessoas eram mais calmas, mais acentadas, cuidavam de menos coisas e não queriam e não precisavam socializarem-se tanto.
Mudou a forma de interação, mudou a velocidade, mudou o tempo de duração do interesse.
E por fim mudou o critério de permanência no foco, a luz ficou mais fraca e infinitamente mais estreita e basta o tal vacilo para sair dela.

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