No domingo em que o Ayrton Senna morreu, estava nublado aqui em São Paulo e eu aproveitei a manhã de outono para obter terra preta para minha horta, enquanto isso pensava: "Ele não completou seu trabalho e agora todos nós começamos de zero e levaremos anos para conseguir outro para ficar em seu lugar."
Do mesmo modo quando via as cenas do cortejo do Fred Mercury, remeti minha lembrança para ele cantando com a Monteserrat Cabalé aquela música muito triste mas lindíssima que ficou pra mim impregnada na imagem final dele, e pensei: " Ele ainda tinha muitas coisas para cantar e ficou faltando uma parte da obra dele, e não vai haver ninguém para ocupar o lugar dele, Vai levar uma vida pra formar um cara igual."
Pensei o mesmo com Fred Astaire, Elvis, John Lennon, o golfinho Flipper, o cavalo de corridas Boticão de Ouro, e uma infinidade de outros. Todos com carreiras interrompidas, com obras pela metade ( acho que pela metade, não sei não se o Fred Asteire ainda tinha alguma coisa pra dançar acho que ele já até estava manco e se o Flipper ainda tinha mais algo para cacarejar, mas é o modo de dizer ). Bem, fora a sensação de perda ficava sempre a sensação de que o algo a ser feito nunca mais seria feito e eu nunca entendi que a morte seja o fechamento de uma obra e sim a interrupção de uma obra maior que nunca será completada.
Mas tem um outro lado, alias dois outros lados.
O primeiro é que quando assisto ao Pink Floyd no show P.U.L.S.E sinto que a banda tem uma obra completa, que os músicos fizeram tudo que deveriam ter feito e que hoje podem reprisar tudo quantas vezes quiserem porque fizeram a volta completa. Nessas vejo o David Guilmor maduro, bonito, tocando invejavelmente e aparentemente sem esforço nenhum, nem uma misera gota de suor durante 2 horas de show. Ele apenas demonstra para mim: Eu vim ao mundo para fazer isso, fiz e agora vou mostrar infinitas vezes para que apreciem.
Já o outro lado é a gente não localizar em nossa biografia uma obra completa ou mesmo um obra iniciada, paralisada ou mal executada.
Então eu divido os cerezumanos em dois grupos: os que obram e os que não obram.
E os que obram em dois grupos: os que não completam e os que conseguem completar.
Invejo estes últimos. Invejo não, sinto uma dor dentro de mim.
Vir ao mundo saber o que se quer e ainda por cima transformar uma ideia em algo completo que pode ser apreciado por muitos vai alem da capacidade da maioria das pessoas.
Uns ficam pelo caminho porque não usaram camisinha, outros porque correm demais, outros porque entraram onde não deviam, o cavalo porque foi explorado demais e quebrou a pata no final de uma prova, outros porque tiveram ideias mas não tiveram iniciativas, outros nem ideias nem iniciativas, outros então nem perceberam nada disto.
Thomaz Edson inventou entre outras coisas a lâmpada eletrica ( que se você não sabe, ainda esta funcionando até hoje na casa que foi dele e hoje é um museu a lâmpada original que deu certo, as fabricas de lâmpadas é que inventaram a lâmpada que queima ), mas ele fez mais de mil tentativas até chegar ao resultado certo. Não foi a obra de uma vida porque o cara inventou mais uma porrada de coisas, mas uma obra completa tanto pode ser rápida como consumir tua existência.
Outros buscaram algo para obrar mas nunca descobriram o fio da meada e ficaram anônimos nas tentativas e repousam sobre seus fracassos. Trabalharam mas não conseguiram aquilo que tento precisar como a obra completa e acabada, aquela que deu certo.
Atrevo-me a buscar o que é uma obra acabada. Ela não é simplesmente tocar a vida e educar os filhos, isso é a rotina, faz parte do instinto, da natureza, já esta dentro da gente. A obra é algo fora da rotina, é o foco, o estalo é descobrir uma face da verdade, é sintetizar essa face em algo que possa ser reproduzido e apreciado.
Uma nota final: Edson não inventou a lâmpada aperfeiçoando a vela, ele descobriu uma coisa nova, era algo tão desafiador quanto aperfeiçoar um garfo.
PENSANDO
domingo, 28 de fevereiro de 2010
FARIA OU NÃO FARIA
Quanto eu tinha uns 7 anos de idade eu não faria uma coisa dessas.
Quando eu tinha uns 20 anos eu faria sem pensar.
Quando eu tinha uns 25 anos não faria e ainda condenaria que fizesse.
Quando eu tinha uns 35 anos não saberia se faria ou não, acho que não me ligaria nisso.
Quando eu fiz 50 anos descobri que isso tem que ser feito todos os dias do resto de minha vida.
Considerações:
1) O que é o respeito? diante da possibilidade de fazer alguem feliz, no caso quem esta sobre o prédio.
2) Todo mundo reclama que não haverá água suficiente para todos no planeta, mas se você der água para alguém e não cobrar por isso, estará errado?
3) Devemos olhar para os dois lados quando atravessamos a rua, e sempre devemos olhar para baixo para não cair num buraco e prá cima prá ver se não vai chover, ou seja, tem que ficar virando a cabeça o tempo todo prá todo lado.
4) No calor se resfrescamos os outros estamos fazendo um bem.
5) Quem fica parado na escada atrapalha a vida dos outros, não se plante nunca numa escada.
6) Saiba disfarçar.
7) Não leve a vida a sério, faz mal para o coração e te deixa carrancudo e com rugas precoces.
8) Nunca saia de casa sem levar um guarda-chuva.
9) Se algo de inesperado acontecer a muitas pessoas ao mesmo tempo, seja solidário.
10) Ande com as pessoas certas.
Quando eu tinha uns 20 anos eu faria sem pensar.
Quando eu tinha uns 25 anos não faria e ainda condenaria que fizesse.
Quando eu tinha uns 35 anos não saberia se faria ou não, acho que não me ligaria nisso.
Quando eu fiz 50 anos descobri que isso tem que ser feito todos os dias do resto de minha vida.
Considerações:
1) O que é o respeito? diante da possibilidade de fazer alguem feliz, no caso quem esta sobre o prédio.
2) Todo mundo reclama que não haverá água suficiente para todos no planeta, mas se você der água para alguém e não cobrar por isso, estará errado?
3) Devemos olhar para os dois lados quando atravessamos a rua, e sempre devemos olhar para baixo para não cair num buraco e prá cima prá ver se não vai chover, ou seja, tem que ficar virando a cabeça o tempo todo prá todo lado.
4) No calor se resfrescamos os outros estamos fazendo um bem.
5) Quem fica parado na escada atrapalha a vida dos outros, não se plante nunca numa escada.
6) Saiba disfarçar.
7) Não leve a vida a sério, faz mal para o coração e te deixa carrancudo e com rugas precoces.
8) Nunca saia de casa sem levar um guarda-chuva.
9) Se algo de inesperado acontecer a muitas pessoas ao mesmo tempo, seja solidário.
10) Ande com as pessoas certas.
ABAIXO DA LINHA
Imagine que exista uma linha.
Acima da linha acontecem as coisas normais.
Abaixo da linha as coisas são imaginadas.
Tudo é possivel e nada é contraditório. Não existe o anormal e não exitindo tudo se torna normal.
Mas o movimento das pessoas é em direção a um comportamento comum a todos.
Cada qual vai imitando o do lado e tentando sem fazer grandes variações reproduzir o que viu e emitindo ao próximo observador o movimento que deve ser feito.
Com isso a massa se move aos poucos, mas nunca esta parada. Move-se hora para um lado, hora para o outro e no final a trajetória é sempre bem pequena e pouco sai do lugar. Se o movimento fosse acelerado observariamos que a massa apenas treme parada do mesmo lugar.
Porem, a massa espirra. E o espirro cai abaixo da linha, e abaixo da linha são imaginadas as ações destoantes. Lá onde o normal é mais amplo, pode tudo. E o pensamento vai copiando em fragmentos os movimentos que observa ao seu lado. Com isso o próximo movimento induzido pelo pensamento é muito incomum e dificil de ser assimilado pelo individuo do lado, que limitado percebe apenas um fragmento que junta aos seus outros fragmentos e forma um outro movimento diverso.
Sobre a linha apenas uma tremedeira, abaixo dela uma vibração que não tem padrão e não é fácil de reproduzir.
Retire a linha e vire de cabeça para baixo.
Deixe misturar os dois conteúdos.
Você terá uma massa que treme e em alguns pontos vibra e espirra.
Mas o que vibra e não treme complica o movimento do resto por isso incomoda um pouco, mas também diverte. Mas o volume maior é meio burro e não sabe assimilar os movimentos mais complexos dos que vibram e por isso se atem aos mais simples e com isso corrompe aquilo que era prá ser uma grande mudança. Neste caos sem linhas divisórias a coisa se mexe, não sabe por quê, prá onde e nem por conta de quê. O movimento então é inútil porque nada constroi, não traça uma trajetória.
Observado a partir do outro lado do universo por alguém que sabe onde deve chegar a massa só faz brotar uma questão: "- Que porra de meleca é aquela que sacode e não faz mais nada além disso?"
Enquanto isso dentro da meleca, alguém com alma poética, vai enfeitando tudo com flores e borboletas.
Acima da linha acontecem as coisas normais.
Abaixo da linha as coisas são imaginadas.
Tudo é possivel e nada é contraditório. Não existe o anormal e não exitindo tudo se torna normal.
Mas o movimento das pessoas é em direção a um comportamento comum a todos.
Cada qual vai imitando o do lado e tentando sem fazer grandes variações reproduzir o que viu e emitindo ao próximo observador o movimento que deve ser feito.
Com isso a massa se move aos poucos, mas nunca esta parada. Move-se hora para um lado, hora para o outro e no final a trajetória é sempre bem pequena e pouco sai do lugar. Se o movimento fosse acelerado observariamos que a massa apenas treme parada do mesmo lugar.
Porem, a massa espirra. E o espirro cai abaixo da linha, e abaixo da linha são imaginadas as ações destoantes. Lá onde o normal é mais amplo, pode tudo. E o pensamento vai copiando em fragmentos os movimentos que observa ao seu lado. Com isso o próximo movimento induzido pelo pensamento é muito incomum e dificil de ser assimilado pelo individuo do lado, que limitado percebe apenas um fragmento que junta aos seus outros fragmentos e forma um outro movimento diverso.
Sobre a linha apenas uma tremedeira, abaixo dela uma vibração que não tem padrão e não é fácil de reproduzir.
Retire a linha e vire de cabeça para baixo.
Deixe misturar os dois conteúdos.
Você terá uma massa que treme e em alguns pontos vibra e espirra.
Mas o que vibra e não treme complica o movimento do resto por isso incomoda um pouco, mas também diverte. Mas o volume maior é meio burro e não sabe assimilar os movimentos mais complexos dos que vibram e por isso se atem aos mais simples e com isso corrompe aquilo que era prá ser uma grande mudança. Neste caos sem linhas divisórias a coisa se mexe, não sabe por quê, prá onde e nem por conta de quê. O movimento então é inútil porque nada constroi, não traça uma trajetória.
Observado a partir do outro lado do universo por alguém que sabe onde deve chegar a massa só faz brotar uma questão: "- Que porra de meleca é aquela que sacode e não faz mais nada além disso?"
Enquanto isso dentro da meleca, alguém com alma poética, vai enfeitando tudo com flores e borboletas.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
QUEIJO, BAHAMAS E OBTUSOS.
Imagine-se sendo um funcionário responsável por fatiar queijo prato e mussarela
para serem vendidos no varejo. Você tem que fatiar mais de 50 quilos por dia e colocá-los na vitrine para serem colhidos e pesados por um colega seu.
O que é uma fatia de queijo prá você ao final de um dia? Vamos pensar.
Em 100 gramas temos 11 fatias, em 1 quilo temos 110 fatias em 50 quilos 5500 fatias, mas ao final de uma semana de trabalho teremos 33.000 fatias e ao final do mês 143.000 fatias, isso faria qualquer rato feliz.
MaS quem compra não é o rato é o consumidor que paga e quer escolher entre duas coisas básicas, produto fresco e fatia na espessura certa.
Qual é a espessura certa?
Depende do uso. Mas depois de mastigado não vai tudo pelo mesmo buraco?
Sim, pela mesma espécie de buraco, mas o gosto difere e não sei por que tem gente que gosta de fatia fina mas acaba colocando mais fatias num mesmo lanche, já tem gente que gosta de fatias grossas e nem por isso diminui o numero de fatias. Se a fatia vai ser enrolada é bom que o queijo seja elástico e não quebradiço. E mais, fatias finas grudam mais umas nas outras principalmente a partir do dia seguinte a que foram fatiadas, acho que porque a classe é muito unida. Existe uma condição repudiada por quase todos, são as primeiras e as ultimas fatias a serem fatiadas de uma peça. Elas por terem um aspecto de sobra ou resto são desprezadas como não sendo produto de qualidade embora isso seja ridículo, só não tem aquele formato retangular com bordas arredondadas perfeitas mas é queijo igual ao resto.
Mas você diante da máquina de fatiar não pode pensar em todo mundo, talvez nem pense em você mesmo na hora que estiver fatiando uma das 143.000 fatias mensais, imagine que alinhadas dariam 17 quilômetros mais 160 metros, isso de carro dá entre 12 e 20 minutos numa estrada mas como seu braço tem que ir e voltar pra empurrar e puxar o carrinho da máquina dá o dobro, ou seja 34 quilômetros mais 320 metros. Vejamos então, daria entre 24 e 40 minutos de carro numa estrada boa. Seria legal se fosse possível corta o queijo então com um carro, pois em no máximo 40 minutos você faria o serviço e ficava o resto do mês de folga. Insano, por demais insano.
O que quero dizer é que pra você, meu caro cortador de queijo prato ou mussarela, não há diferença entre uma fatia de queijo ou outra porque na sua frente existe uma abundância intolerável delas e seu primeiro desejo na vida é se livrar delas o mais rápido possível a cada dia e por isso seu cérebro já não quer mais fazer a distinção embora você seja a pessoa mais apta a fazer isso.
Em muitas profissões a coisa é assim. Quem lida com o publico tem que saber que não esta fatiando queijo, que cada um chega a sua frente com uma expectativa e ansiedade diferentes. Que quando você entra numa delegacia de policia prá registrar a perda de um documento é tratado como se fosse um bandido capturado, porque lá eles olham as pessoas todas como sendo foras da lei, esse é o queijo deles, num hospital publico não há uma dor mais aguda que a outra, lá só se distingui hemorragia e osso exposto, o resto e tudo fatia de queijo, num telemarketing você não tem um problema maior que o de ,você é apenas mais uma fatia, no transito você pode levar ate todas as multas de transito num único dia porque ninguém quer saber se vai faltar pão na tua mesa se te tomarem a carteira, se o semáforo estava descalibrado e multava no amarelo, se o seu cartão de zona azul estourou a 30 segundos não faz mal voce é apneas uma fatia..., fatias, fatias e mais fatias.
O caixa do banco não tem a mesma pressa que você que esta na fila porque ele não tem que ir buscar a fatia de queijo dele na escola daqui a 15 minutos e a fila não anda porque tem fatias demais querendo pagar conta na sexta.
É isso, você seria mais bem tratado se não fosse apenas um fatia de queijo, se o fatiador olhasse com carinho cada uma delas e dissesse: - Bom dia dona fatia, como tem passado? Que calor anda fazendo, não? A senhora esta com uma cor linda hoje... foi à praia é?
Pré julgados e igualados recebemos um tratamento padrão, onde somos vistos como culpados ou responsáveis pelos erros e acertos dos outros.
Por fim uma historinha real...
Minha professora de filosofia e amiga chamada Cleópatra Poli desembarcava nas Bahamas ( se não me engano ) e na imigração o indivíduo que a antecedeu teve um feroz bate bocas com o funcionário responsável por carimbar os passaportes, ela assistiu aquilo e pensou: - Sou a próxima e vou herdar toda a ira do funcionário.
Chegou a vez dela e o funcionário a olhou com um grande sorriso, tratou-a com muita gentileza, carimbou-lhe o passaporte e disse com força e sinceridade:
-Welcome to Bahamas.
Aquele individuo não lidava com fatias de queijo.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
REGISTRO - II
Fiquei positivamente bastante impressionado com a atitude do Ministério Publico do Estado de São Paulo ao acolher minha denuncia e aceitar minha reclamação, também postada abaixo.
Em menos de duas horas houve resposta formal do Ministério a respeito do assunto.
Tem sido tão raro ser ouvido que não acreditei. Agora vou torcer e trabalhar pelo avanço da questão que também já esta protocolada junto ao CREA-SP.
Em menos de duas horas houve resposta formal do Ministério a respeito do assunto.
Tem sido tão raro ser ouvido que não acreditei. Agora vou torcer e trabalhar pelo avanço da questão que também já esta protocolada junto ao CREA-SP.
ESCREVER
Acima Ernest Herminway, escritor americano, Nobel de Literatura e autor de alguns livros maravilhosos como: Paris é uma festa, O sol também se levanta, Adeus às armas, O velho e o mar, As ilhas da corrente e Por quem os sinos dobram. Se você ler tudo isso certamente terá tido momentos maravilhosos de penetração na literatura. Ele é fantástico em descrever sensações e aventuras sempre incríveis, li todos estes e mais um de contos que não arrisco o nome por não ter certeza. Em Por quem os sinos dobram há uma passagem ocorrida na Guerra civil espanhola que é um violenta cena de vingança, onde os vencidos passam por um corredor polonês e são trucidados e esquartejados e seus restos ao final do corredor são arremessados num penhasco.
É horrível. Mas esta semana também eu escrevi algo horrível em meu blog Viver no surreal, link nesta pagina à esquerda, uma vingança desferida sobre um cadáver que ousou morrer antes de ser assassinado.
Pensei se deveria ou não postar a historinha de poucas linhas, e conclui que sim, por ser um história inédita e única. Já li muito e nunca cruzei com algo parecido, então resolvi que deveria registra a originalidade de forma seca e curta. Não que esteja aqui justificando a violência absurda da historia, mas estou justificando o desvio de estilo e o gosto por vingança que tenho ao escrever. Acho que a palavra é uma arma meio covarde, mas é a mais permanente e a que causa danos a mais longo prazo. Não vim ao mundo para ser valente.
Mas para algumas injustiças que não podem ser reparadas na vida real resta apenas a ilusão de repara-las aqui nos blogs, que não sabemos quanto tempo irão durar e nem se irão ser lidos daqui a alguns anos.
Mas é interessante sentir a sensação de impunidade que tem um escritor ( acho que estou me arrogando muito hoje ), você pode matar e ofender um personagem a vontade sem nada sofrer, a não ser por sua consciencia que pesa quando a mão é dura demais.
Mas se não fosse para ser atrevido além dos limites não justificaria o ato de registrar em palavras escritas e publicas minha ideais e imaginações. Me ligo nisso de ser atrevido, de ir alem, de buscar limites mais avançados. Acredito que é preciso mexer com as coisas de forma constante para que a vida e os pensamentos não se acomodem nunca.
É horrível. Mas esta semana também eu escrevi algo horrível em meu blog Viver no surreal, link nesta pagina à esquerda, uma vingança desferida sobre um cadáver que ousou morrer antes de ser assassinado.
Pensei se deveria ou não postar a historinha de poucas linhas, e conclui que sim, por ser um história inédita e única. Já li muito e nunca cruzei com algo parecido, então resolvi que deveria registra a originalidade de forma seca e curta. Não que esteja aqui justificando a violência absurda da historia, mas estou justificando o desvio de estilo e o gosto por vingança que tenho ao escrever. Acho que a palavra é uma arma meio covarde, mas é a mais permanente e a que causa danos a mais longo prazo. Não vim ao mundo para ser valente.
Mas para algumas injustiças que não podem ser reparadas na vida real resta apenas a ilusão de repara-las aqui nos blogs, que não sabemos quanto tempo irão durar e nem se irão ser lidos daqui a alguns anos.
Mas é interessante sentir a sensação de impunidade que tem um escritor ( acho que estou me arrogando muito hoje ), você pode matar e ofender um personagem a vontade sem nada sofrer, a não ser por sua consciencia que pesa quando a mão é dura demais.
Mas se não fosse para ser atrevido além dos limites não justificaria o ato de registrar em palavras escritas e publicas minha ideais e imaginações. Me ligo nisso de ser atrevido, de ir alem, de buscar limites mais avançados. Acredito que é preciso mexer com as coisas de forma constante para que a vida e os pensamentos não se acomodem nunca.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
REGISTRO
Tenho que fazer aqui o registro de algo grave.
Faço porque isso documenta uma situação complicada.
Ontem ao ir buscar minha filha na escola ( EE Leda Guimarães Natal ) ocorreu na saída às 17 h 30 um fato muito grave, os portões não foram abertos. Ocorre que a saída se dá por uma corredor que é um atalho entre o prédio da escola e uma rua que ficaria nos fundos da escola embora seja muito mais prática para todos. O corredor tem uns 40 metros de comprimento por 2 a 3 metros de largura começa no topo de uma grande escadaria e termina num portão de grade de folha dupla. Imagine 300 ou 400 crianças se comprimindo no corredor numa saída de escola.
Os primeiro a tentarem sair ficaram presos juntos ao portão, os pais do lado de fora vendo o negócio ficar complicado, alguns pais tentando ligar para a secretaria da escola para avisar do perigo e nada do telefone ser atendido. Outros pais passaram a filmar porque viram que o risco estava ficando cada vez maior de algumas crianças se ferirem gravemente e era bom no minimo resgistrar aquilo tudo. Começamos a pedir para as crianças se afastarem do portão e a coisa só piorou.
Aqui um capítulo a parte. Quem são as crianças?
Em minha opinião um bando de selvagens, pois quando perceberam que o portão estava fechado passaram a empurrar mais ainda a turma para frente a a atirar pedras. Não sei se o caso deles é divã, internação ou porrada, mas certamente mesmo não achando que sejam anjos quando se juntam não é possível admitir que se matem por conta de uma falha na segurança da escola.
Com muito custo uma funcionária conseguiu atravessar a massa e chegou com a chave ao portão, mas dai a conseguir abrir é outra história, levou muito tempo e a funcionária também foi espremida. Portão meio aberto, estouro de boiada e ai começaram os ferimentos, a conduta das crianças nesse estado de euforia é algo lamentável. Um rapagão de seus 15 anos e com cara de que poderia assaltar a todos a qualquer momento resolveu simplesmente agarrar nas laterais do portão e impedir a saída dos demais, não respondeu aos pais que o mandaram parar com aquilo e ainda saiu ameaçando. Um pequeno fim do mundo.
Todos saíram, vários se ralaram alguns se machucaram. Coloquei minha filha no carro e fui para dentro da escola, na secretaria não havia ninguém disponível para ser informado que havia acontecido algo potencialmente grave. Logo depois de mim entraram os demais país já fazendo o barraco. Surge uma senhora chamada Dna Marlene coordenado e diz solenemente depois de ouvir o relato: - Isso não é problema dos país, erros acontecem, o funcionário abre o portão a 11 anos e sabe o que tem que fazer.
Argumentamos que era grave que hoje ele não havia aberto e que aquilo era uma armadilha para as crianças, resposta de Dona Marlene: - Façam o que bem entenderem, os assuntos da escola resolvemos internamente.
Bem resolvi parar de falar com ela na medida em que percebi que ela é corporativista, omissa, não demonstra entender a responsabilidade que tem nos ombros, que não sabe dialogar e que realmente se sente imune em seu cargo. Arrogante e despreparada.
Pedi por último o nome do funcionário pois iria falar com ele para saber o que havia ocorrido, pois sempre tem uma segunda história para ser contada em todas as histórias,e neste caso tinha, ela se negou a dizer o nome, dei-lhe as costas e alguém me falou pelas costas: - Chama-se Osmar tá la na cozinha.
Bem, Judas tem em todo lugar e na cara dura.
Desci para a cozinha e perguntei pelo Sr. Osmar, ele estava lá, e quando o vi tomando um copo de água me desarmei. Era a pessoa mais simples e humilde que se pode pensar em encontrar na vida. Perguntei a ele se ele sabia o que havia acontecido, e ele muito singela e educadamente me falou que tinha sido responsabilizado para olhar duas salas e que não poderia ter ido abrir o portão pela ordem que recebera, e ele é do tipo que obedece. Não entendi que salas ele tinha que olhar e não achei relevante saber. Perguntei se ele percebia a importancia do fato de não ter aberto o portão e ele deixou claro que sabia que aquilo era grave mas tinha ordens a cumprir.
Um outra funcionária merendeira, conhecida minha, saiu em defesa dele dizendo que eram humanos e que erros acontecem. Falei para ela que sim mas que o erro era grave. Falei também ao Sr. Osmar que os pais estavam indignados e que ele deveria se precaver naquele momento porque estavam muito exaltados com o ocorrido, desejei a todos boa sorte e sai.
Liguei para a policia e perguntei como deveria proceder preventivamente num caso desses.
O policial foi muito atencioso e disse que a situação era complicada, pois a policia é orientada a nunca entrar dentro de uma escola, que a Ronda Escolar nada pode fazer estando do lado de fora e mesmo em caso de algum tumulto na rua são limitadas as possibilidades deles frente aos menores. Mas eu não queria saber sobre a policia e sim sobre um prevenção efetiva e ele me aconselhou a tratar o assunto com a Delegacia de Ensino. A Delegacia de ensino não tem plantão noturno, se tem não foi possível chegar a ele. Pensei num boletim de ocorrência da Polícia Civil para forçar a direção da escola a se sensibilizar, pensei na imprensa e pensei em ir direto com o assunto ao Secretário de Educação.
Pensem assim, a prefeitura nega licença de funcionamento para um lugar se este não tiver uma saída de emergência com portas livres que abram para fora. Como então uma escola onde 300 ou 400 alunos saem de uma só vez pode ter todos os seus portões trancados. Imagine então o portão trancado no final de um corredor onde cabem 400 alunos com idades entre 9 e 15 anos, alguns muito pequenos outros muito grandes. Um dia vai acontecer novamente e será um massacre. Mas Dona Marlene acha que isso não diz respeito aos país.
Não adianta malhar em ferro frio.
Resolvi botar no papel.
Vou enviar oficio ao Governador do Estado de São Paulo porque ele é o responsável pela escolas, ao secretário Estadual de Educação uma cópia, embora o chefe dele receba o original, ao Ministério Publico porque pode ser que os ofícios do Governador e do Secretário sejam picotados antes de alguém ler, ao Prefeito da Cidade de São Paulo porque o prédio não esta em conformidade com as leis de segurança, ao Crea - Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura porque algum infeliz executou aquele projeto de corredor da morte, ao Comandante do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, porque é atribuição da corporação zelar pela segurança física dos cidadãos, a toda a imprensa que eu puder enviar o relato, porque a imprensa adora essas coisas, só não vou enviar à Dona Marlene porque esta teve em suas mãos o privilégio de cuidar, sendo remunerada, dos filhos dos outros e não sabe fazê-lo.
Mas tem tantas coisas erradas neste mundo, por que se ocupar e atormentar tantas autoridades com algo que poderia ser resolvido localmente e na diplomacia?
Bem, porque se fico calado sou cúmplice, porque é preciso forçar os outras a cumprirem com suas obrigações já que ele não o fazem expontaneamente.
Por fim recomendei a minha filha que não entre mais no corredor da morte, que espere até que todos saiam, que avise seus amigos para não caírem na armadilha mas crianças não ouvem, por isso os que lá estão são adultos, para zelarem por elas, né Dona Marlene?
Faço porque isso documenta uma situação complicada.
Ontem ao ir buscar minha filha na escola ( EE Leda Guimarães Natal ) ocorreu na saída às 17 h 30 um fato muito grave, os portões não foram abertos. Ocorre que a saída se dá por uma corredor que é um atalho entre o prédio da escola e uma rua que ficaria nos fundos da escola embora seja muito mais prática para todos. O corredor tem uns 40 metros de comprimento por 2 a 3 metros de largura começa no topo de uma grande escadaria e termina num portão de grade de folha dupla. Imagine 300 ou 400 crianças se comprimindo no corredor numa saída de escola.
Os primeiro a tentarem sair ficaram presos juntos ao portão, os pais do lado de fora vendo o negócio ficar complicado, alguns pais tentando ligar para a secretaria da escola para avisar do perigo e nada do telefone ser atendido. Outros pais passaram a filmar porque viram que o risco estava ficando cada vez maior de algumas crianças se ferirem gravemente e era bom no minimo resgistrar aquilo tudo. Começamos a pedir para as crianças se afastarem do portão e a coisa só piorou.
Aqui um capítulo a parte. Quem são as crianças?
Em minha opinião um bando de selvagens, pois quando perceberam que o portão estava fechado passaram a empurrar mais ainda a turma para frente a a atirar pedras. Não sei se o caso deles é divã, internação ou porrada, mas certamente mesmo não achando que sejam anjos quando se juntam não é possível admitir que se matem por conta de uma falha na segurança da escola.
Com muito custo uma funcionária conseguiu atravessar a massa e chegou com a chave ao portão, mas dai a conseguir abrir é outra história, levou muito tempo e a funcionária também foi espremida. Portão meio aberto, estouro de boiada e ai começaram os ferimentos, a conduta das crianças nesse estado de euforia é algo lamentável. Um rapagão de seus 15 anos e com cara de que poderia assaltar a todos a qualquer momento resolveu simplesmente agarrar nas laterais do portão e impedir a saída dos demais, não respondeu aos pais que o mandaram parar com aquilo e ainda saiu ameaçando. Um pequeno fim do mundo.
Todos saíram, vários se ralaram alguns se machucaram. Coloquei minha filha no carro e fui para dentro da escola, na secretaria não havia ninguém disponível para ser informado que havia acontecido algo potencialmente grave. Logo depois de mim entraram os demais país já fazendo o barraco. Surge uma senhora chamada Dna Marlene coordenado e diz solenemente depois de ouvir o relato: - Isso não é problema dos país, erros acontecem, o funcionário abre o portão a 11 anos e sabe o que tem que fazer.
Argumentamos que era grave que hoje ele não havia aberto e que aquilo era uma armadilha para as crianças, resposta de Dona Marlene: - Façam o que bem entenderem, os assuntos da escola resolvemos internamente.
Bem resolvi parar de falar com ela na medida em que percebi que ela é corporativista, omissa, não demonstra entender a responsabilidade que tem nos ombros, que não sabe dialogar e que realmente se sente imune em seu cargo. Arrogante e despreparada.
Pedi por último o nome do funcionário pois iria falar com ele para saber o que havia ocorrido, pois sempre tem uma segunda história para ser contada em todas as histórias,e neste caso tinha, ela se negou a dizer o nome, dei-lhe as costas e alguém me falou pelas costas: - Chama-se Osmar tá la na cozinha.
Bem, Judas tem em todo lugar e na cara dura.
Desci para a cozinha e perguntei pelo Sr. Osmar, ele estava lá, e quando o vi tomando um copo de água me desarmei. Era a pessoa mais simples e humilde que se pode pensar em encontrar na vida. Perguntei a ele se ele sabia o que havia acontecido, e ele muito singela e educadamente me falou que tinha sido responsabilizado para olhar duas salas e que não poderia ter ido abrir o portão pela ordem que recebera, e ele é do tipo que obedece. Não entendi que salas ele tinha que olhar e não achei relevante saber. Perguntei se ele percebia a importancia do fato de não ter aberto o portão e ele deixou claro que sabia que aquilo era grave mas tinha ordens a cumprir.
Um outra funcionária merendeira, conhecida minha, saiu em defesa dele dizendo que eram humanos e que erros acontecem. Falei para ela que sim mas que o erro era grave. Falei também ao Sr. Osmar que os pais estavam indignados e que ele deveria se precaver naquele momento porque estavam muito exaltados com o ocorrido, desejei a todos boa sorte e sai.
Liguei para a policia e perguntei como deveria proceder preventivamente num caso desses.
O policial foi muito atencioso e disse que a situação era complicada, pois a policia é orientada a nunca entrar dentro de uma escola, que a Ronda Escolar nada pode fazer estando do lado de fora e mesmo em caso de algum tumulto na rua são limitadas as possibilidades deles frente aos menores. Mas eu não queria saber sobre a policia e sim sobre um prevenção efetiva e ele me aconselhou a tratar o assunto com a Delegacia de Ensino. A Delegacia de ensino não tem plantão noturno, se tem não foi possível chegar a ele. Pensei num boletim de ocorrência da Polícia Civil para forçar a direção da escola a se sensibilizar, pensei na imprensa e pensei em ir direto com o assunto ao Secretário de Educação.
Pensem assim, a prefeitura nega licença de funcionamento para um lugar se este não tiver uma saída de emergência com portas livres que abram para fora. Como então uma escola onde 300 ou 400 alunos saem de uma só vez pode ter todos os seus portões trancados. Imagine então o portão trancado no final de um corredor onde cabem 400 alunos com idades entre 9 e 15 anos, alguns muito pequenos outros muito grandes. Um dia vai acontecer novamente e será um massacre. Mas Dona Marlene acha que isso não diz respeito aos país.
Não adianta malhar em ferro frio.
Resolvi botar no papel.
Vou enviar oficio ao Governador do Estado de São Paulo porque ele é o responsável pela escolas, ao secretário Estadual de Educação uma cópia, embora o chefe dele receba o original, ao Ministério Publico porque pode ser que os ofícios do Governador e do Secretário sejam picotados antes de alguém ler, ao Prefeito da Cidade de São Paulo porque o prédio não esta em conformidade com as leis de segurança, ao Crea - Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura porque algum infeliz executou aquele projeto de corredor da morte, ao Comandante do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, porque é atribuição da corporação zelar pela segurança física dos cidadãos, a toda a imprensa que eu puder enviar o relato, porque a imprensa adora essas coisas, só não vou enviar à Dona Marlene porque esta teve em suas mãos o privilégio de cuidar, sendo remunerada, dos filhos dos outros e não sabe fazê-lo.
Mas tem tantas coisas erradas neste mundo, por que se ocupar e atormentar tantas autoridades com algo que poderia ser resolvido localmente e na diplomacia?
Bem, porque se fico calado sou cúmplice, porque é preciso forçar os outras a cumprirem com suas obrigações já que ele não o fazem expontaneamente.
Por fim recomendei a minha filha que não entre mais no corredor da morte, que espere até que todos saiam, que avise seus amigos para não caírem na armadilha mas crianças não ouvem, por isso os que lá estão são adultos, para zelarem por elas, né Dona Marlene?
FAMILIA REUNIDA.
Domingo passado reunimos a família para um almoço.
Eram 38 pessoas, mas poderiam ter sido umas 60 ou 70 se convidássemos todos os elos possíveis e se não tivéssemos alguns desafetos. Mas não dando importância ao numero e sim à qualidade dos participantes, vejo que temos uma família equilibrada e bem feliz. E interessantemente uma família muito homogênea no humor. O senso de humor é o fator mais forte, e uma qualidade que para mim esta acima das nuvens, sempre que nos reunimos não tocamos musicas.
Isso é uma das caracteristicas mais fortes e que mais passa desapercebida de todos.
Para não dizer que não temos musica, agora a mais nova geração conta com dois instrumentistas que se atrevem a trazer seus violões, mas ficam num canto dedilhando algumas músicas dos Beatles e outras preciosidades, posso garantir que o gosto é eclético e de primeira qualidade.
Mas o nosso forte é em primeiro lugar conversar e para isso a música atrapalha e em segundo comer. Numa família de gente magra comer muito nunca é problema, e por isso detonamos.
Com um calor infernal e cardápio calórico o almoço foi deixando todo mundo em estado de muita passividade. Na hora da tradicional foto resolvi fazer um filminho e pedi para as pessoas ao menos darem um tchauzinho e foi muito pouco movimento o que se vê no filme, estavam realmente acabados.
Encontros raros por serem anuais, desta vez por exceção tivemos um próximo do outro para contemplar minha tia que estava impossibilitada, o calor dos encontros e sempre muito grande, ficamos represando a vontade de nos ver e quando nos encontramos ficamos meio bobos, eu rodo feito pião para tentar falar com todos e sempre saiu frustrado com meu desempenho social.
Lembramos histórias e isso é muito gostoso, buscamos no passado as coisas que aconteceram, como o quase devoramento de minha tia Maria por uma onça quando era bebê aqui perto de onde hoje moro enquanto minha nonna lavava roupas na beira do rio.
Temos um blog da família só para recheá-lo de histórias e documentos e temos muitas histórias ainda para serem contadas nele. E nos encontros passamos a limpo alguns episódios e tiramos dúvidas.
Materializar a família é sempre um prazer enorme, ver as rugas chegando as barrigas caindo das calças, mesmo dos magrelos, é sempre divertido. Fico pasmo em ver que o tempo esta passando e nos marcando. Mas estamos também nos gostando e respeitando cada vez mais.
Acabo ficando o ano inteiro ansioso pelo próximo encontro.
Eram 38 pessoas, mas poderiam ter sido umas 60 ou 70 se convidássemos todos os elos possíveis e se não tivéssemos alguns desafetos. Mas não dando importância ao numero e sim à qualidade dos participantes, vejo que temos uma família equilibrada e bem feliz. E interessantemente uma família muito homogênea no humor. O senso de humor é o fator mais forte, e uma qualidade que para mim esta acima das nuvens, sempre que nos reunimos não tocamos musicas.
Isso é uma das caracteristicas mais fortes e que mais passa desapercebida de todos.
Para não dizer que não temos musica, agora a mais nova geração conta com dois instrumentistas que se atrevem a trazer seus violões, mas ficam num canto dedilhando algumas músicas dos Beatles e outras preciosidades, posso garantir que o gosto é eclético e de primeira qualidade.
Mas o nosso forte é em primeiro lugar conversar e para isso a música atrapalha e em segundo comer. Numa família de gente magra comer muito nunca é problema, e por isso detonamos.
Com um calor infernal e cardápio calórico o almoço foi deixando todo mundo em estado de muita passividade. Na hora da tradicional foto resolvi fazer um filminho e pedi para as pessoas ao menos darem um tchauzinho e foi muito pouco movimento o que se vê no filme, estavam realmente acabados.
Encontros raros por serem anuais, desta vez por exceção tivemos um próximo do outro para contemplar minha tia que estava impossibilitada, o calor dos encontros e sempre muito grande, ficamos represando a vontade de nos ver e quando nos encontramos ficamos meio bobos, eu rodo feito pião para tentar falar com todos e sempre saiu frustrado com meu desempenho social.
Lembramos histórias e isso é muito gostoso, buscamos no passado as coisas que aconteceram, como o quase devoramento de minha tia Maria por uma onça quando era bebê aqui perto de onde hoje moro enquanto minha nonna lavava roupas na beira do rio.
Temos um blog da família só para recheá-lo de histórias e documentos e temos muitas histórias ainda para serem contadas nele. E nos encontros passamos a limpo alguns episódios e tiramos dúvidas.
Materializar a família é sempre um prazer enorme, ver as rugas chegando as barrigas caindo das calças, mesmo dos magrelos, é sempre divertido. Fico pasmo em ver que o tempo esta passando e nos marcando. Mas estamos também nos gostando e respeitando cada vez mais.
Acabo ficando o ano inteiro ansioso pelo próximo encontro.
CONSIDERAÇÕES SOBRE SER PEQUENO - II
No blog da Mary Joe, veja link aqui à esquerda desta pagina, você pode ler sobre Considerações sobre ser pequeno. Aqui comentarei a postagem.
Eu também, assim como a Nicole e a Maria José sinto inveja de meus gatos e cachorros.
Mas também vejo a desvantagem deles de não poder escolher o cardápio e de viverem eternamente esperando que alguém faça por eles alguma coisa que lhes de prazer.
Bichos de estimação só esperam e não se desenvolvem enquanto isso.
Eu sou um bicho isolado, sempre trabalho sozinho e isso me mantém estagnado.
Não ter mão de obra para ser ajudado por um lado te tira um monte de preocupações mas por outro impede o desenvolvimento. Eu não consigo evoluir um milímetro em anos, porque todos os resultados são frutos de meu trabalho e isso tem um limite físico, emocional e de tempo. Não há como crescer e se tornar grande sozinho. Grande quanto?
Grande para ter excedente de produção e poder abrir novos mercados, para ter tempo para si, para cobrar como sendo o preço de minha mão de obra a mão de obra de terceiros de valor muito mais baixo. A tal da mais valia que Marx tanto colocou o dedo na ferida, me faz falta.
A troca de ideias também sai prejudicada quando você é pequeno e tutelado. Uma porque o tutelado não opina, eventualmente berra, outra porque o isolado não troca ideia na fase de elaboração do produto e só sabe se esta acertando ou errando quando encontra o consumidor final que pode simplesmente dizer: - Não quero.
Tenho amigos que estão querendo ir viver em uma comunidade em Andrelandia-MG de auto sustentabilidade e de vida mais simplificada. É na verdade uma espécie de volta ao passado com novos conhecimentos e com mais possibilidade de reviver o movimento hippie desta vez com mais banhos, menos drogas e menos amor livre. Mas é uma vida tutelada. Porque você se obriga igualmente a viver dentro de regras para ter sua vida viabilizada e facilitada. Com isso opina menos, não pode berrar tanto, já que escolheu o formato e troca ideias dentro de um grupo mais fechado que fatalmente vai acarretar um a porrada de vícios de pensamento. Com o tempo você tem que se tornar reacionário para preservar o sistema e passa a pensar dentro de um padrão, digamos: burro. Cabem aqui algumas ressalvas que não tem muito a ver com o foco deste post.
Mas por que querem ser pequenas e tuteladas as pessoas?
Certamente porque o mundo em que vivem não mais as acomoda.
E sentir-se desadaptado ao meio é muito doloroso e nocivo.
A sociedade esta sem rumo, ou pior formatou-se para um rumo único o da competição e do sucesso. Não há mais a hipótese de apenas viver e cuidar da família. Existem sabotadores dentro do mais restrito dos grupos o centro da família. Você pode querer que a família tenha uma vida saudável mas vai ter sempre um imaturo querendo comer no fast-food onde o cara que faz o troco pega com a mesma mão a comida que você vai comer em seguida, fora o sorriso falso com aparelho nos dentes. Com isso não adianta mais querer ditar as regras, o grupo esta divido, os valores variam e o poder acabou. Cada um faz o que quer e a lei é da selva. Imponha e será sabotado. Isso dá uma sensação de grande frustração na medida em que você só quer o bem mas as pessoas querem mais que isso; e o que querem afinal?
Querem adrenalina, fortes emoções, variações infinitas, coisas novas sempre, querem possuir, serem possuídas e participar da grande corrida que não tem linha de chegada. Consumirão a sola na corrida, os pés, os tornozelos, o tronco e só sobrará, na não existente reta de chegada, a cabeça com uma mente confusa dentro dela mas ainda não completamente satisfeita.
Lupcinio Rodrigues cantou:
Esses moços
Pobres moços
Ah, se soubessem o quê sei...
Não amam
Não passavam
Tudo o quê eu já passei.
Se o grupo estivesse mais coeso não sentiríamos a necessidade de ser pequenos.
Pelo contrário, veríamos a vantagem de sermos grandes, de termos cúmplices numa boa empreitada. Como isso não acontece passamos de gato a rato e procuramos um buraquinho prá nos enfiarmos enquanto o risco não passa.
Eu não tenho energia pra lutar sempre e no meio do caminho desisto, já escrevi isto abaixo.
Mas reconheço que com isso vou escrevendo um história pessoal de fracassos, embora não seja uma história indigna. A opção pelo fracasso é digna, mas destoa da formula de competição e sucesso a todo custo.
Então? Ir para a comunidade alternativa, entrar no buraco do rato, sonhar em ser um animalzinho de estimação, compreender os fast-foods e aceita-los ou simplesmente pensar uma formula, um saida para ser feliz dentro de um mundo que esta errado, claramente errado e com os integrantes hipnotizados por algo que não nos hipnotiza e excluindo-nos nos faz observadores de uma avalanche de vidinhas vaziazinhas prá caramba que não vamos imitar.
Acho que vamos ter que pensar mais, e muito mais....
Eu também, assim como a Nicole e a Maria José sinto inveja de meus gatos e cachorros.
Mas também vejo a desvantagem deles de não poder escolher o cardápio e de viverem eternamente esperando que alguém faça por eles alguma coisa que lhes de prazer.
Bichos de estimação só esperam e não se desenvolvem enquanto isso.
Eu sou um bicho isolado, sempre trabalho sozinho e isso me mantém estagnado.
Não ter mão de obra para ser ajudado por um lado te tira um monte de preocupações mas por outro impede o desenvolvimento. Eu não consigo evoluir um milímetro em anos, porque todos os resultados são frutos de meu trabalho e isso tem um limite físico, emocional e de tempo. Não há como crescer e se tornar grande sozinho. Grande quanto?
Grande para ter excedente de produção e poder abrir novos mercados, para ter tempo para si, para cobrar como sendo o preço de minha mão de obra a mão de obra de terceiros de valor muito mais baixo. A tal da mais valia que Marx tanto colocou o dedo na ferida, me faz falta.
A troca de ideias também sai prejudicada quando você é pequeno e tutelado. Uma porque o tutelado não opina, eventualmente berra, outra porque o isolado não troca ideia na fase de elaboração do produto e só sabe se esta acertando ou errando quando encontra o consumidor final que pode simplesmente dizer: - Não quero.
Tenho amigos que estão querendo ir viver em uma comunidade em Andrelandia-MG de auto sustentabilidade e de vida mais simplificada. É na verdade uma espécie de volta ao passado com novos conhecimentos e com mais possibilidade de reviver o movimento hippie desta vez com mais banhos, menos drogas e menos amor livre. Mas é uma vida tutelada. Porque você se obriga igualmente a viver dentro de regras para ter sua vida viabilizada e facilitada. Com isso opina menos, não pode berrar tanto, já que escolheu o formato e troca ideias dentro de um grupo mais fechado que fatalmente vai acarretar um a porrada de vícios de pensamento. Com o tempo você tem que se tornar reacionário para preservar o sistema e passa a pensar dentro de um padrão, digamos: burro. Cabem aqui algumas ressalvas que não tem muito a ver com o foco deste post.
Mas por que querem ser pequenas e tuteladas as pessoas?
Certamente porque o mundo em que vivem não mais as acomoda.
E sentir-se desadaptado ao meio é muito doloroso e nocivo.
A sociedade esta sem rumo, ou pior formatou-se para um rumo único o da competição e do sucesso. Não há mais a hipótese de apenas viver e cuidar da família. Existem sabotadores dentro do mais restrito dos grupos o centro da família. Você pode querer que a família tenha uma vida saudável mas vai ter sempre um imaturo querendo comer no fast-food onde o cara que faz o troco pega com a mesma mão a comida que você vai comer em seguida, fora o sorriso falso com aparelho nos dentes. Com isso não adianta mais querer ditar as regras, o grupo esta divido, os valores variam e o poder acabou. Cada um faz o que quer e a lei é da selva. Imponha e será sabotado. Isso dá uma sensação de grande frustração na medida em que você só quer o bem mas as pessoas querem mais que isso; e o que querem afinal?
Querem adrenalina, fortes emoções, variações infinitas, coisas novas sempre, querem possuir, serem possuídas e participar da grande corrida que não tem linha de chegada. Consumirão a sola na corrida, os pés, os tornozelos, o tronco e só sobrará, na não existente reta de chegada, a cabeça com uma mente confusa dentro dela mas ainda não completamente satisfeita.
Lupcinio Rodrigues cantou:
Esses moços
Pobres moços
Ah, se soubessem o quê sei...
Não amam
Não passavam
Tudo o quê eu já passei.
Se o grupo estivesse mais coeso não sentiríamos a necessidade de ser pequenos.
Pelo contrário, veríamos a vantagem de sermos grandes, de termos cúmplices numa boa empreitada. Como isso não acontece passamos de gato a rato e procuramos um buraquinho prá nos enfiarmos enquanto o risco não passa.
Eu não tenho energia pra lutar sempre e no meio do caminho desisto, já escrevi isto abaixo.
Mas reconheço que com isso vou escrevendo um história pessoal de fracassos, embora não seja uma história indigna. A opção pelo fracasso é digna, mas destoa da formula de competição e sucesso a todo custo.
Então? Ir para a comunidade alternativa, entrar no buraco do rato, sonhar em ser um animalzinho de estimação, compreender os fast-foods e aceita-los ou simplesmente pensar uma formula, um saida para ser feliz dentro de um mundo que esta errado, claramente errado e com os integrantes hipnotizados por algo que não nos hipnotiza e excluindo-nos nos faz observadores de uma avalanche de vidinhas vaziazinhas prá caramba que não vamos imitar.
Acho que vamos ter que pensar mais, e muito mais....
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
EM QUE COVA ME METERAM.
Tivemos um final de semana em família maravilhoso e eu não gostaria aqui de tricotar amarguras, mas é desproporcional a força que nos move para o fundo do buraco quando o assunto é lucro. Para que uns poucos ganhem muito todos nós temos que nos lascar.
A resposta mais natural deveria ser a mais pura violência diante da desproporção de forças.
Mas a passividade e a busca por alternativas substituem a agressão fisica no animo dos que tem juízo, paciência e um dose de covardia em enfrentar de forma destrutiva uma situação.
Com isso recuamos, todos perdemos e a festa no final fica muito triste.
Lamento ter ficado tanto tempo sem postar e ainda não tenho a mínima qualidade de internet para garantir que possa voltar.
Não tenho a quem reclamar.
Não tenho nem como protestar.
Minha opção foi realmente rastelar as folhas do pátio, tirar pulgas dos cachorros e jogar tetris.
Num mundo de mediocridades não dá pra ser diferente.
A resposta mais natural deveria ser a mais pura violência diante da desproporção de forças.
Mas a passividade e a busca por alternativas substituem a agressão fisica no animo dos que tem juízo, paciência e um dose de covardia em enfrentar de forma destrutiva uma situação.
Com isso recuamos, todos perdemos e a festa no final fica muito triste.
Lamento ter ficado tanto tempo sem postar e ainda não tenho a mínima qualidade de internet para garantir que possa voltar.
Não tenho a quem reclamar.
Não tenho nem como protestar.
Minha opção foi realmente rastelar as folhas do pátio, tirar pulgas dos cachorros e jogar tetris.
Num mundo de mediocridades não dá pra ser diferente.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
SEM CONDIÇÕES DE POSTAR.
Estou a varios dias sem condições de postar novos assuntos aqui no blog.
Devo isso a péssima qualidade dos serviços que me é prestado pela Telefonica.
A velocidade de conexão não ultrapassa aos 216 bytes por segundo o que impede qualquer tentativa de conexão ou envio de imagens. Nem meus e-mails consigo abrir.
Só posso entender que uma empresa como a Telefonica se mantenha no monopólio dos serviços que deveria prestar aqui em São Paulo por conta de muita corrupção.
É uma descarada evidencia de desonestidade cobrar por algo que não entrega e não poder ser atingida pelo meu direito.
Estamos aqui em São Paulo na pré-história das telecomunicações, voltamos 40 anos no tempo, na época em que nem orelhões haviam aqui onde moro.
Corrupção + Ladroagem + Telefonica + um governozinho de merda são iguais a = 216 bytes por segundo e uma conta de R$ 115,00 por mês.
Devo isso a péssima qualidade dos serviços que me é prestado pela Telefonica.
A velocidade de conexão não ultrapassa aos 216 bytes por segundo o que impede qualquer tentativa de conexão ou envio de imagens. Nem meus e-mails consigo abrir.
Só posso entender que uma empresa como a Telefonica se mantenha no monopólio dos serviços que deveria prestar aqui em São Paulo por conta de muita corrupção.
É uma descarada evidencia de desonestidade cobrar por algo que não entrega e não poder ser atingida pelo meu direito.
Estamos aqui em São Paulo na pré-história das telecomunicações, voltamos 40 anos no tempo, na época em que nem orelhões haviam aqui onde moro.
Corrupção + Ladroagem + Telefonica + um governozinho de merda são iguais a = 216 bytes por segundo e uma conta de R$ 115,00 por mês.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
PERSEVERAR.
Perseverar é seguir um objetivo com firmeza.
Sendo uma pessoa de princípios fortes e que não se deixa abater e nem se importa com a relação de tempo necessário para atingir aquilo que pretende, fatalmente chega ao objetivo.
Mas chega ao objetivo inicial ou chega a um objetivo?
Acho que chega a um objetivo. Veja então: o propósito tem uma forma bastante definida na cabeça da pessoa, ela tem um desejo muito forte e não se deixa afetar por outras opções que vão surgindo ou simplesmente não as enxerga, não se abate com os contratempos e quando eles acontecem os contorna e segue, e de forma muito comum perde a noção do tempo em que esta envolvida com o propósito, torna-se meio obtusa mas acaba chegando a algo; vamos agora ao algo, que algo? Algo diferente daquilo que queria ou que acreditava ser o propósito. Não há como ser perseverante e conseguir exatamente o que se quer. A flexibilidade não existe no dicionário do perseverante e isso faz o desvio acontecer sem que ele perceba.
Um exemplo: Uma amiga minha a Rosa ( os nomes não são os verdadeiros porque eu posso estar julgando algo que pode não ter acontecido exatamente como eu imagino que aconteceu ) gostava de um cara que se chamava Renato. Eles se encontravam num clube para dançar todas as semanas. Ele já separado era um ótimo dançarino e era um cara muito disputado. Rosa foi se apaixonando e acreditando que um dia o Renato seria dela. O Renato estava no auge e não queria nenhum compromisso com ninguém, queria todas e queria sentir-se desejado. Rosa era perseverante e jurou que Renato seria dela. E eles dançavam todas as semanas e ela chorava todos os dias seguintes aos bailes porque não encontrava uma forma de conquista-lo e tê-lo só para ela, mas não desistia, não perdia nenhum baile e eu me enchi o saco da história e os perdi de vista.
Muitos anos depois, bota uns 25 anos nisso, e eu sou reencontrado pela Rosa na Internet, trocamos mensagens e Tchãn! Tchãn! Tchãn! Tchãããããããñ! Rosa e Renato estão casados.
Depois sabendo que ela estaria em São Paulo, liguei para ela e conversei por horas com ela.
Ela havia vencido, mas o Renato... não era mais o mesmo. Era um traste, um peso na vida dela.
Ele já não dançava, estava na miséria e dependia do trabalho dela para sobreviver.
Ele chegou a algo com sua perseverança, mas não ao algo que queria. Sua visão focada no objetivo não a deixou ver que: 1) Renato não era um homem para se casar com ela, uma mulher que trabalhava duramente e não parava a não ser ao ver a tarefa cumprida e bem cumprida, já Renato era um boêmio que só gostava de dançar e ser admirado pelas mulheres. Não é tão óbvio? Mas não é óbvio para os sentidos cegos de uma pessoa muito dominada pela paixão e pelo desejo de conseguir. 2) Existiam outras pessoas e outras coisas a serem conquistadas, algumas até muito mais fáceis e Rosa não as viu, não notou porque a cegueira era grande, deixou passar batidas as pessoas mais parecidas com ela porque buscava o algo muito diferente. Com os alvos que tinham mais afinidade com ela teria conseguido formular planos em comum mais possíveis de serem alcançados. 3) Empolgada pela imagem inicial de troféu a ser conquistado ela não percebeu um monte de caracteristicas básicas de Renato e seguiu um objetivo que parecia ser o ideal mas que ela mesma tratou de pintar com as cores que mais gostava e não acreditou que ele não tinha aquelas cores de verdade. Nadou na praia da vaidade de que ela teria aquilo que todas queriam e seria invejada por isso, não foi, acho até que riram dela quando ele se escorou nela. 4) Perseverou e não consegui o objeto do desejo, conseguiu algo que agora sabemos não era o objeto do desejo. Restou a ela então a certeza de ter lutado por muitos anos ( isso mesmo, ela levou anos pára conseguir ) mas não teve o que queria, embora possa parecer que sim.
Perseverar é tão somente lutar, dedicar-se com firmeza e não quer dizer que isso seja melhor do que mudar de objetivo e nada conseguir. Mudar de objetivos pode parecer uma atitude bastante volúvel, mas na verdade pode ser também uma forma de adaptar-se mais aos contratempos e com isso conseguir um algo até mais interessante e satisfatório.
Conheci muita gente focada e eu sempre fui o que atirava para todos os lados.
Nunca me entendi direito com pessoas muito perseverantes, sempre gostei de novidades e em alguns momentos reconheço que me fixei em coisas ou pessoas que me prenderam por muito tempo e me fizeram deixar de ver outras possibilidades.
O perseverante acredita em coisas definitivas, eu acredito em coisas que agradem no momento.
Nunca fui perseverante, sempre desisti na metade, me arrependo disso é claro, mas acho que também me arrependeria se chegasse ao final.
Sendo uma pessoa de princípios fortes e que não se deixa abater e nem se importa com a relação de tempo necessário para atingir aquilo que pretende, fatalmente chega ao objetivo.
Mas chega ao objetivo inicial ou chega a um objetivo?
Acho que chega a um objetivo. Veja então: o propósito tem uma forma bastante definida na cabeça da pessoa, ela tem um desejo muito forte e não se deixa afetar por outras opções que vão surgindo ou simplesmente não as enxerga, não se abate com os contratempos e quando eles acontecem os contorna e segue, e de forma muito comum perde a noção do tempo em que esta envolvida com o propósito, torna-se meio obtusa mas acaba chegando a algo; vamos agora ao algo, que algo? Algo diferente daquilo que queria ou que acreditava ser o propósito. Não há como ser perseverante e conseguir exatamente o que se quer. A flexibilidade não existe no dicionário do perseverante e isso faz o desvio acontecer sem que ele perceba.
Um exemplo: Uma amiga minha a Rosa ( os nomes não são os verdadeiros porque eu posso estar julgando algo que pode não ter acontecido exatamente como eu imagino que aconteceu ) gostava de um cara que se chamava Renato. Eles se encontravam num clube para dançar todas as semanas. Ele já separado era um ótimo dançarino e era um cara muito disputado. Rosa foi se apaixonando e acreditando que um dia o Renato seria dela. O Renato estava no auge e não queria nenhum compromisso com ninguém, queria todas e queria sentir-se desejado. Rosa era perseverante e jurou que Renato seria dela. E eles dançavam todas as semanas e ela chorava todos os dias seguintes aos bailes porque não encontrava uma forma de conquista-lo e tê-lo só para ela, mas não desistia, não perdia nenhum baile e eu me enchi o saco da história e os perdi de vista.
Muitos anos depois, bota uns 25 anos nisso, e eu sou reencontrado pela Rosa na Internet, trocamos mensagens e Tchãn! Tchãn! Tchãn! Tchãããããããñ! Rosa e Renato estão casados.
Depois sabendo que ela estaria em São Paulo, liguei para ela e conversei por horas com ela.
Ela havia vencido, mas o Renato... não era mais o mesmo. Era um traste, um peso na vida dela.
Ele já não dançava, estava na miséria e dependia do trabalho dela para sobreviver.
Ele chegou a algo com sua perseverança, mas não ao algo que queria. Sua visão focada no objetivo não a deixou ver que: 1) Renato não era um homem para se casar com ela, uma mulher que trabalhava duramente e não parava a não ser ao ver a tarefa cumprida e bem cumprida, já Renato era um boêmio que só gostava de dançar e ser admirado pelas mulheres. Não é tão óbvio? Mas não é óbvio para os sentidos cegos de uma pessoa muito dominada pela paixão e pelo desejo de conseguir. 2) Existiam outras pessoas e outras coisas a serem conquistadas, algumas até muito mais fáceis e Rosa não as viu, não notou porque a cegueira era grande, deixou passar batidas as pessoas mais parecidas com ela porque buscava o algo muito diferente. Com os alvos que tinham mais afinidade com ela teria conseguido formular planos em comum mais possíveis de serem alcançados. 3) Empolgada pela imagem inicial de troféu a ser conquistado ela não percebeu um monte de caracteristicas básicas de Renato e seguiu um objetivo que parecia ser o ideal mas que ela mesma tratou de pintar com as cores que mais gostava e não acreditou que ele não tinha aquelas cores de verdade. Nadou na praia da vaidade de que ela teria aquilo que todas queriam e seria invejada por isso, não foi, acho até que riram dela quando ele se escorou nela. 4) Perseverou e não consegui o objeto do desejo, conseguiu algo que agora sabemos não era o objeto do desejo. Restou a ela então a certeza de ter lutado por muitos anos ( isso mesmo, ela levou anos pára conseguir ) mas não teve o que queria, embora possa parecer que sim.
Perseverar é tão somente lutar, dedicar-se com firmeza e não quer dizer que isso seja melhor do que mudar de objetivo e nada conseguir. Mudar de objetivos pode parecer uma atitude bastante volúvel, mas na verdade pode ser também uma forma de adaptar-se mais aos contratempos e com isso conseguir um algo até mais interessante e satisfatório.
Conheci muita gente focada e eu sempre fui o que atirava para todos os lados.
Nunca me entendi direito com pessoas muito perseverantes, sempre gostei de novidades e em alguns momentos reconheço que me fixei em coisas ou pessoas que me prenderam por muito tempo e me fizeram deixar de ver outras possibilidades.
O perseverante acredita em coisas definitivas, eu acredito em coisas que agradem no momento.
Nunca fui perseverante, sempre desisti na metade, me arrependo disso é claro, mas acho que também me arrependeria se chegasse ao final.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
NÃO ENTENDEU PORRA NENHUMA
Eu tinha uns 9 anos quando um caminhão enorme passou por cima de mim e me matou.
Meu pai estava tomando umas num bar a poucos metros, era umas 6 da tarde e alguém falou pra ele: - Zé foi o seu!
Ele perdeu a cor e ficou mudo, literalmente perdeu a voz por algum tempo.
Eu havia saído de perto da companhia dele e ele não teve dúvidas de que era de mim que falavam e não de meu irmão.
12 ou 13 anos antes uma cadela que trabalhava no circo teve uma cria.
Meu pai tinha um tio que era gerente do circo, chamava-se Tio Melo a esposa dele Lili.
Meu pai casou com minha mãe e ganhou um filhote da cadela artista de presente de casamento.
O presente foi batizado de Bob.
12 ou 13 anos depois Bob me segui até o bar e na volta foi esmagado pelo caminhão.
Meu pai quando entrou em casa e me viu vivo foi para o quarto e deitou na cama pálido, fez uns gestos que ninguém entendia e todos, que não sabíamos o que estava acontecendo, hoje eu acharia que ele estaria enfartando, ficamos muito assustados.
Primeira ideia de minha mãe: - Chama o padre Fiorente pra benzer ele... ( sem comentários ).
Meu pai pediu um papel e uma caneta.
Pediu como?
Sei lá, não lembro, só sei que pegaram um caderno brochura de capa verde - vejam só eu lembro do caderno perfeitamente - e escreveu: Chamem meu pai.
Observação numero 1 - Meu pai um homem de uns 30 anos chamando pelo pai dele numa hora de desespero, aquilo me chocou, eu julgava meu pai um pessoa mais solida, capaz e corajosa, mas não era, toda a sua fraqueza estava ali demonstrada.
Observação numero 2 - Na verdade meu pai sabia ler e escrever muito mal, a caligrafia dele era péssima em estado normal, logo, nervoso como ele estava ninguém entendeu patavinas dos garranchos. Consequentemente não chamamos pai nenhum.
Meu pai e minha mãe entendiam tudo errado sempre, eram incultos e muito ingênuos.
Era uma pataquada atrás da outra.
Resumindo: Não morri, alguém enterrou o Bob em algum lugar próximo ali de casa, quem apareceu lá em casa foi um tio meu e não meu avô e também não resolveu nada, ninguém jantou, o padre não foi chamado e a história só tem mais um detalhe.
Na manhã seguinte quando meu pai acordou ele estava apavorado ainda com a ideia de não mais conseguir falar. Ele precisava falar alguma coisa para testar o canal e ver se tinha recuperado a voz. Mas o medo de tentar era tão grande que ele continuou mudo por mais alguns momentos.
Quando minha mãe também acordou, e preocupada foi logo perguntando se ele estava bem, ele respondeu normalmente.
Nunca esqueci este ocorrido. E hoje escrevendo esta história aqui e refletindo sobre os detalhes que uma história sempre guarda afirmo que meu pai ao me ver vivo não correu me abraçar. Ele não fez isso nem na hora, nem depois, nem em momento algum. Penso que ele pensou só na perda dele e não em minha eventual perda. Se consumado o fato ele perdia um filho caçula mas eu perdia a vida aos 9 anos. Ele limitou-se a cuidar de seu sofrimento físico-emocional do momento e não valorizou o filho que ainda tinha, convenhamos, uma tremenda gafe. Fui o centro da história num dado momento e o mais pequeno coadjuvante no correr da história.
Nem tive tempo de sentir a morte de meu cachorro no meio daquele rolo todo.
Meu pai estava tomando umas num bar a poucos metros, era umas 6 da tarde e alguém falou pra ele: - Zé foi o seu!
Ele perdeu a cor e ficou mudo, literalmente perdeu a voz por algum tempo.
Eu havia saído de perto da companhia dele e ele não teve dúvidas de que era de mim que falavam e não de meu irmão.
12 ou 13 anos antes uma cadela que trabalhava no circo teve uma cria.
Meu pai tinha um tio que era gerente do circo, chamava-se Tio Melo a esposa dele Lili.
Meu pai casou com minha mãe e ganhou um filhote da cadela artista de presente de casamento.
O presente foi batizado de Bob.
12 ou 13 anos depois Bob me segui até o bar e na volta foi esmagado pelo caminhão.
Meu pai quando entrou em casa e me viu vivo foi para o quarto e deitou na cama pálido, fez uns gestos que ninguém entendia e todos, que não sabíamos o que estava acontecendo, hoje eu acharia que ele estaria enfartando, ficamos muito assustados.
Primeira ideia de minha mãe: - Chama o padre Fiorente pra benzer ele... ( sem comentários ).
Meu pai pediu um papel e uma caneta.
Pediu como?
Sei lá, não lembro, só sei que pegaram um caderno brochura de capa verde - vejam só eu lembro do caderno perfeitamente - e escreveu: Chamem meu pai.
Observação numero 1 - Meu pai um homem de uns 30 anos chamando pelo pai dele numa hora de desespero, aquilo me chocou, eu julgava meu pai um pessoa mais solida, capaz e corajosa, mas não era, toda a sua fraqueza estava ali demonstrada.
Observação numero 2 - Na verdade meu pai sabia ler e escrever muito mal, a caligrafia dele era péssima em estado normal, logo, nervoso como ele estava ninguém entendeu patavinas dos garranchos. Consequentemente não chamamos pai nenhum.
Meu pai e minha mãe entendiam tudo errado sempre, eram incultos e muito ingênuos.
Era uma pataquada atrás da outra.
Resumindo: Não morri, alguém enterrou o Bob em algum lugar próximo ali de casa, quem apareceu lá em casa foi um tio meu e não meu avô e também não resolveu nada, ninguém jantou, o padre não foi chamado e a história só tem mais um detalhe.
Na manhã seguinte quando meu pai acordou ele estava apavorado ainda com a ideia de não mais conseguir falar. Ele precisava falar alguma coisa para testar o canal e ver se tinha recuperado a voz. Mas o medo de tentar era tão grande que ele continuou mudo por mais alguns momentos.
Quando minha mãe também acordou, e preocupada foi logo perguntando se ele estava bem, ele respondeu normalmente.
Nunca esqueci este ocorrido. E hoje escrevendo esta história aqui e refletindo sobre os detalhes que uma história sempre guarda afirmo que meu pai ao me ver vivo não correu me abraçar. Ele não fez isso nem na hora, nem depois, nem em momento algum. Penso que ele pensou só na perda dele e não em minha eventual perda. Se consumado o fato ele perdia um filho caçula mas eu perdia a vida aos 9 anos. Ele limitou-se a cuidar de seu sofrimento físico-emocional do momento e não valorizou o filho que ainda tinha, convenhamos, uma tremenda gafe. Fui o centro da história num dado momento e o mais pequeno coadjuvante no correr da história.
Nem tive tempo de sentir a morte de meu cachorro no meio daquele rolo todo.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
TÉDIO
A muito tempo não sentia tédio.
Mas algo mudou e eu me enchi um pouco de ler o livro que estava lendo porque não era apropriado para o momento, então busquei outro livro e também achei um de monte coisas necessárias para fazer. Mas não me livrei do tédio.
Vi então minha filha em férias aqui em casa deitada sobre o carro da mãe na garagem agonizando em tédio. Um cena horrível.
Bem ela arranjou um lugar para ir e sumiu por alguns dias para lá.
Eu não me livrei do tédio nem com muitas ocupações e me coloquei a pensar sobre a sua origem.
Conclusão: O tédio é esperar por algo ou não ter pelo quê esperar.
É um espaço vazio dentro da gente louco para ser preenchido pela adrenalina da paixão.
Já falei aqui no blog sobre solidão a dois, ou a três.
É preciso você se beliscar e acordar, começar a planejar bobeiras para fazer junto com pessoas que gosta e ocupar a mente com coisas fúteis mais que consumam muita energia.
Um agravante tem sido os temporais e o risco que se corre em sair de casa, aqui as coisas andam muito complicadas e esse confinamento, as vezes sem energia elétrica, sem telefone, sem internet e sem rotas de fuga da rotina tem sido massacrantes.
Muita coisa para fazer, poucas para relaxar.
Por outro lado eu sempre gostei de ficar só, em lugares especiais que tenho aqui perto.
São mirantes onde posso passar horas sem ver ninguém e onde se tem umas paisagens deslumbrantes. Lá fico parado no tempo, espero por nada, perco a noção do tempo e sei que o mundo e as vidas seguem enquanto fico contemplando, só contemplando, sem tédio, sem paixão... sem pressa.
Mas algo mudou e eu me enchi um pouco de ler o livro que estava lendo porque não era apropriado para o momento, então busquei outro livro e também achei um de monte coisas necessárias para fazer. Mas não me livrei do tédio.
Vi então minha filha em férias aqui em casa deitada sobre o carro da mãe na garagem agonizando em tédio. Um cena horrível.
Bem ela arranjou um lugar para ir e sumiu por alguns dias para lá.
Eu não me livrei do tédio nem com muitas ocupações e me coloquei a pensar sobre a sua origem.
Conclusão: O tédio é esperar por algo ou não ter pelo quê esperar.
É um espaço vazio dentro da gente louco para ser preenchido pela adrenalina da paixão.
Já falei aqui no blog sobre solidão a dois, ou a três.
É preciso você se beliscar e acordar, começar a planejar bobeiras para fazer junto com pessoas que gosta e ocupar a mente com coisas fúteis mais que consumam muita energia.
Um agravante tem sido os temporais e o risco que se corre em sair de casa, aqui as coisas andam muito complicadas e esse confinamento, as vezes sem energia elétrica, sem telefone, sem internet e sem rotas de fuga da rotina tem sido massacrantes.
Muita coisa para fazer, poucas para relaxar.
Por outro lado eu sempre gostei de ficar só, em lugares especiais que tenho aqui perto.
São mirantes onde posso passar horas sem ver ninguém e onde se tem umas paisagens deslumbrantes. Lá fico parado no tempo, espero por nada, perco a noção do tempo e sei que o mundo e as vidas seguem enquanto fico contemplando, só contemplando, sem tédio, sem paixão... sem pressa.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
WEST SIDE STORY
Ano que vem o filme Amor Sublime Amor, como foi chamado no Brasil o musical de Robert Wise fará 50 anos.
Sempre gostei desse filme e das musicas de Leonard Bernstein que quase todo mundo conhece porque vivem tocando em algum lugar... acho que não, isso é um exagero meu, o que toca muito é Calypso e Zeca Pagodinho e sertanôjo.
Nas numerosas passagens interessantes e bonitas do filme uma se destacou na última vez que eu o assisti. Porque no diálogo entre os personagens principais Tony e Maria, no caso Romeu e Julieta repaginados para um americano que se apaixona por uma porto-riquenha num amor impossível e que não se consuma, pronto contei o final do filme, notei que tratavam de uma variável de sentimento que vi em outras vidas reais e fictícias. Daí perdi um pouco da história do filme enquanto pensava que a história de todo mundo vai se repetindo com pequenas variáveis de um caso para o outro mas são sempre as mesmas histórias, e que no final servem de inspiração mas não servem como modelo de solução, porque cada história tem um desfecho inadequado que não se enquadra em nossas expectativas. Tem um momento que a coisa escapa de nosso controle e se torna em algo que não o quê queríamos.
A histórias são semelhante mas são distintas. Não deveríamos sentir, sofrer, ter ansiedade e essas coisas que nos tiram a alegria o tempo todo.
A vida seria mais boba, sem sentido, mas seria menos infeliz.
Parece melhor não esperar nada que ficar sofrendo e depois obter o mesmo nada.
Sonhamos demais, esperamos demais.
Num outro filme chamado A Ilha com o Evan Macgregor e a Scarlet Johanson o personagem Willian pergunta a um outra personagem: O que é Deus? a resposta:
- Quando você fecha os olhos e deseja alguma coisa fortemente e espera que alguém faça isso acontecer, Deus é o cara que não te atende!
É assim queremos coisas que nunca irão se realizar, a não ser que você faça um filme ou escreva um livro e nele consiga fazer com precisão o final sonhado, mas ainda assim pode ser que você não consiga formular as idéias precisas e achar as palavras certas.
No livro que estou escrevendo e ilustrando, numa passagem Deus materializa uma imagem sua e ela se aproxima de Ciro, o personagem principal, ao chegar bem perto Deus simplesmente enfia os dois dedos nos olhos de Ciro, e isso causa muita dor e decepção em Ciro. E Deus então fala: - Cuide você de sua vida, porque a única coisa que eu podia fazer por você era tentar furar os teus olhos, isso prá ver se você ficando cego tentava enxergar a vida de outra maneira, já que não conseguiu pelos métodos convencionais ( Contei a historinha mas não contei o contexto ).
O convencional é repetir o que todo mundo já fez e já sentiu, mas com pequenas variações. Mas no fundo esperando que Deus faça as coisas acontecerem da maneira certa prá gente, já que não fez dar certo para os outros e nós merecemos mais.
Eu tenho buscado não sentir, tenho fracassado claro, para não ter que enfrentar os dois dedos nos olhos. Busco uma forma não convencional de viver a vida, também sonhando que isso seja melhor e com isso arrisco a cada momento levar os dedos nos olhos. Não alimento esperanças de graças ou milagres, acredito no trabalho e na iniciativa pessoal, mas morro de preguiça. E assim como em West Side Story vejo se repetindo em minha vida os erros de meu pai, de meu avô, ou vendo as coisas acontecerem novamente com uma cara diferente mas essencialmente sendo o mesmo que acontece com todo mundo.
Revelei algo de meu livro que não deveria, ainda, mas vou revelar mais agora.
Deus se arrepende de meter os dedos nos olhos de Ciro e ensina a ele uma maneira de se defender de Deus, mas isso só vai saber quem ler o livro ou quem assistia ao filme dos Três Patetas.
CIDADÃO X ESTADO E LADRÃO
Estamos sós.
Pagamos demais por nada em troca.
Tem imposto demais em tudo e tem um descontrole geral sobre isso.
Imagine que não existe a figura do informal como dizem.
Quem é o informal? O cara que não existe legalmente e não paga imposto.
Eu no caso.
Então veja: quando eu abasteço meu carro pago R$ 2,59 por litro e 70% disso é imposto. Quando vou ao supermercado tudo o que compro tem imposto, minhas contas de luz, água e telefone tem mas de 50% de imposto. Meu Imposto Territorial Rural, IPVA, Licenciamento, Seguro obrigatório e Inspeção Veicular ( que só tem na cidade de São Paulo ) são 100% imposto. Se compro uma revista, uma caneta, uma peça para o carro ou uma bisnaga de tinta ou pincel tem imposto.
Junta tudo, menos o fato de respirar, tem importo.
Junta todo o imposto e veja o que vem de volta.
Fomos assaltados a duas semanas, os ladrões armados permaneceram por muito tempo dentro da propriedade onde estávamos, chamamos a policia e avisamos que os ladrões ainda estavam lá e a policia não veio. Três semanas antes um bando desmanchava um carro de madrugada, um amigo chamou a policia 3 ou 4 vezes e eles não vieram, teria dado tempo de prender todos, mas a policia preferiu ser sócia do crime. Mas a policia veio fazer um mega comando para apreender mais de 40 carros na quinta feira por não estarem com os documentos em ordem ( alguns amigos dos policiais conseguiram não ter o carro preso, funciona assim). Ou seja, tem policia pra roubar os bens de quem trabalha mas não tem policia pra proteger quem trabalha.
Lembrando: Você paga o salário da policia e a equipa para ela não te atender e retirar o que é seu. Qual a diferença entre ter seu carro roubado pelo ladrão ou levado de guincho pela policia? Se você não fez o licenciamento que custa R$ 50,00, paga uns R$ 3 a 4 mil entre multa, guincho, taxas e estadia para recuperar o carro, é bem justo o Governo. Talvez o ladrão só use teu carro por algum tempo e depois o abandone sem as rodas numa estradinha isolada qualquer e isso só vai te custar o susto e mais uns R$ 1.200,00, ou seja: prefira o ladrão.
Aqui em Embu-Guaçu temos uma industria de multas de transito e apreensão de veículos comandada pela prefeitura, não importa qual seja o prefeito, o esquema ta montado e sobrevive. Se o carro não for placa de Embu-Guaçu toma no mínimo uma multa por não estar usando o cinto de segurança, coisa impossível de provar em recurso.
E isso me foi afirmado por uma funcionária do Detram de São Paulo no Poupa Tempo de Santo Amaro.
Não existe a figura do informal diante de uma multa de transito, você justa ou injustamente foi multado e tem que pagar.
São Paulo tem excelentes estradas com pedágio, se não tiver pedágio a estrada é uma cratera só. É uma farsa, as estradas concedidas são ótimas, as demais são um lixo como no resto do Brasil e você não tem um talão de multas pra poder multar o Estado pelos danos que ele causa em seu carro por não cumprir a obrigação dele de manter as estradas em condições de uso. Ele pode alegar que não tem verbas, que choveu muito mas você não pode alegar que não tem verbas prá pagar o IPVA e que não ganhou dinheiro suficiente por que choveu. Ele pode tudo, você não pode nada.
Não importa quem você é, todos são igualmente explorados e maltratados pela figura do Governo. Se você é todo corretinho, saiba que sua hora vai chegar, um dia você vai precisar do Governo e vai sentir o quanto dói o tapa na cara que ele dá sem dó e sem aliviar a mão mesmo se notar que você é mais fraquinho.
Uma informaçãozinha: O pedágio prá você descer a serra de Santos pela Anchieta ou Imigrantes é de R$ 17,00 para uns trecho de estrada de 39 kms. ( na verdade a distancia entre São Paulo e Santos é de 68 kms de centro a centro, mas parte do percurso é feito por ruas da área urbana, de estrada são só 39 kms, mas isso dá R$ 0,45 por quilometro, imagine então se seu carro consumisse isso de combustível na estrada por quilometro rodado, você estaria pagando algo como R$ 7,20 por litro de combustível, e é inaceitável gastar mais de pedágio por km que de consumo de combustivel). A Anchieta é uma estrada que tem mais de 4.000 anos de idade é perigosa e travada pelo excesso de caminhões carregados vindos do porto, já a Imigrantes é uma estrada mais moderna que não dá conta do recado, o volume de tráfego é tão intenso em todos os dias da semana que a arrecadação se torna uma coisa no mínimo escandalosa se comparada ao custo de manutenção da estrada. Depois que você chega lá em baixo tem mais pedágio pra qualquer lado que você vá.
JUDAS.
Você conhece alguém que se chama Judas?
Pois é, acho que ninguém conhece e diz a lenda que o Gilberto Gil quando foi registrar no cartório o nascimento de sua filha Preta, hoje cantora e atriz famosa conhecida como Preta Gil, teve sua intenção barrada pelo escrivão que disse que Preta não era nome. Gilberto Gil então argumentou que se alguém podia registrar a filha com o nome de Bianca, Branca, Clara ele poderia registrar de Preta. O escrivão então disse que só o faria se ele acrescentasse um nome cristão, e Gil resolveu não enfrentar o escrivão e registrou-a com Preta Maria, Maria a mãe de Jesus ou a famosa Nossa Senhora. Daí tudo bem. Então imagine você querer registrar um filho com o nome de Judas.
Pois vamos ao ponto.
Judas era um apóstolo de Jesus, e teve a mais árdua das tarefas: trair Jesus e morrer antes Dele. Judas traiu para que Jesus fosse morto e sendo morto se tornasse o símbolo que se tornou. Se Jesus deu sua vida para salvar a humanidade, Judas deu a sua para que isso pudesse sem duvida acontecer. Logo, se Judas deu sua vida para salvar a humanidade, porque é odiado? Por que não é cultuado como Jesus?
Imagine o sofrimento emocional de Judas sendo levado por uma força interior que não podia controlar, porque era um instrumento da história e estava destinado a isso, ter que trair, receber as moedas por isso, não usufruir do valor recebido e em seguida se matar por conta do profundo drama de consciência a que foi submetido.
Teve um destino cruel e uma incompreensão e ingratidão históricas absurdas.
Não haveria a prisão de Jesus se ele não fosse identificado e indicado com um beijo por Judas?
Os romanos eram tão idiotas assim que não conseguiam identificar sozinhos o rabi que era seguido por metade do povo de Jerusalém para ouvi-lo? Será que os romanos construíram um império sendo tão tapados assim?
Judas foi um personagem histórico ( real ou não ) absolutamente fundamental na história, assim como todos os outros que construíram o drama e sofrimento de Jesus, porque sem eles o fato não teria a menor importância e as palavras do rabi teriam sido apenas mais palavras ditas por um dentre tantos outros profetas que também se acreditavam filhos de Deus.
Quando eu era muito pequeno ia com meus pais na Igreja de São Judas Tadeu no bairro do Jabaquara aqui em São Paulo e achava que se tratava do mesmo Judas que amanhecia pendurado nos postes no Sábado de aleluia e depois era trucidado com pauladas. Bem se vê que minha formação religiosa era muito mal conduzida e eu por minha parte era um cara muito cretino e pouco observador. Mas depois descobri que um era o queridinho das causas impossíveis e o outro o rato.
Mudei, passei a pensar mais e acredito que minha missão é fazer pensar. Pensem se é justo passar por cima dos sentimentos e sofrimento de um homem que foi destinado apenas a ser fraco e trair para que algo de importante acontecesse em função disto e nunca oferecer a ele o perdão que o rabi pregava. Não teria sido justo que assim que Jesus ressuscitou, ter ido ao Geena, precipício de 40 metros onde os restos de Judas foram lançados, e fazê-lo de lá surgir vivo e perdoado para provar a todos a consistência da palavra do filho de Deus. Então como é, perdão para todos, menos para Judas? Será que no Juízo final não te enquadram também na mesma lista que Judas e você se lasca por alguma traiçãozinha que tenha feito até sem saber ou pode ser por uma fofoca que você fez ou um segredo que sem querer contou?
A verdade é que estas contradições todas tiram a graça e a credibilidade das coisas, mas como ninguém quer pensar muito, me arrogo a dizer que penso, seguem crendo.
Desculpem se tiro um pouco da graça das coisas também, mas minha missão também é incomodar ou irritar vocês.
Um notinha: Dirão que o arrependimento de Judas é um lição/exemplo para que as pessoas não façam igual a ele e não tenham que se arrepender depois. Eu acho que neste caso o exemplo do perdão seria algo muito mais apropriado ao cristianismo.
Uma piada: Jesus já no céu rodeado por seus apóstolos estava muito preocupado com uma incumbência do Pai de resolver a questão do consumo de drogas no mundo. Para melhor resolver a questão pediu a cada apóstolo que descesse à Terra e trouxesse uma amostra de um tipo de droga para análise. Passado algum tempo de espera, bateram na porta e Jesus pergunta:
- Quem é?
- É Thiago rabi!
- E o quê você trás?
- Trago maconha de Pernambuco.
- Entre.
Batem novamente na porta e Jesus pergunta:
- Quem é?
- Sou eu, Lucas e trago cocaína da Bolívia.
- Entre.
Batem outra vez e a pergunta:
- Quem é?
- É João Batista!
- E o quê trás?
- Trago Heroína do Paquistão.
- Entre então.
E assim todos foram chegando. Por fim batem à porta e Jesus pergunta:
- Quem é?
- É Judas Scariotis rabi!
- E o quê trás?
- Trago a policia, mãos na cabeça moçada que a casa caiu!
TERRA SAGRADA.
Estou lendo um livro que tem sido bastante inspirador para postar ideias aqui no blog.
Tratando sobre a Terra Sagrada, ou a região onde ocorreram os vários eventos descritos na Bíblia, meu inconformismo e senso critico de tudo que ouço, vejo ou leio me faz entrar em ebulição e desassossego.
Um incomodo é notar que hoje os lugares sagrados não são precisamente os lugares exatos onde os eventos podem ter acontecido, questiono inclusive se aconteceram. A terra santa é uma espécie de Disney sem muito critério e com um bocado de contradições. Imagino a tal igreja onde fica o local que dizem foi a sepultura de Jesus, depois de dois mil anos, destruições e reconstruções ordenadas por reis e imperadores contrários e a favor ao cristianismo, e mesmo depois de muitos trabalhos de arqueologia quem poderia afirmar qualquer coisa sobre a infinita improbabilidade de tudo.
Vejamos: um túmulo é tão somente um entre milhares, como afirmar que aquele, e precisamente aquele, que não tem nenhuma inscrição, e que se tivesse também não seria confiável pertenceu a tal e precisamente tal propósito?
Pois não dando importância alguma a nenhuma detalhe destes as pessoas apenas querem se emocionar naquele teatro. Não importa se Jesus cabia ou não naquele túmulo, se era lógico o local do sepultamento, o que importa é que aquilo simboliza algo que confirma a crença e isso justifica a fé. Incomoda-me a fé cega, sem critica, sem investigação dos fundamentos. Passo longe de aceitações dogmáticas, sou um revoltado.
As tradições religiosas Judaicos-Cristãs e seus escritos ganharam um importância num determinado momento da história e passaram a ser verdade absolutas e incontestáveis.
Meramente iguais a outros tantos fatos ocorridos em tantas outras partes do mundo e perdidos no longo período de história ou da não história, ou seja, tudo aquilo que aconteceu mas ou não teve um registro escrito/gráfico ou o registro se perdeu, os eventos sagrados narrados na Bíblia e outros livros aconteceram aos bilhares, ou trilhares e nem por isso ganharam a mesma importância e credibilidade.
Lamento, mas quantos homens foram bons e pregaram a paz mas acabaram injustiçados ou destruídos pelos que se sentiram incomodados, mas só um permaneceu como filho único de Deus.
A imprecisão dos personagens e a improbabilidade de exatidão geográfica e sua localização no tempo não me convencem.
Romeu e Julieta é uma história forte e emocionante, Willian Sheakespeare não é seu autor original, ele a reescreveu baseado em outras histórias semelhantes que corriam nos ouvidos ao seu tempo, mas teve a felicidade de fazer de forma interessante ao público da época, ele estava no lugar certo para que a história tanto fosse transmitida a muitos como pela importância que adquiriu fosse preservada para os dias atuais. Mas é absolutamente improvável que em Verona uma menina de 13 anos tenha se apaixonado por um jovem e sido levada a morte pela paixão e pelos equívocos decorrentes dela.
Mas a força da história fez de Romeu e Julieta uma peça básica para se exemplificar o amor impossível, a mesquinharia humana e os equívocos dos apaixonados.
É esta força da ideia transformada em texto e a carência de emoções do publico que faz o mito. Já vi fotos da sacada onde Julieta namorava com Romeu. Assim como existe um lugar que é o exato e preciso túmulo onde Jesus foi enterrado(1).
Não me importa a sua crença, não estou querendo que deixe de acreditar.
Me importa ter a certeza de que existe um mecanismo e uma sorte de coincidências que torna algo comum num marco histórico para a humanidade, é uma catarse, à necessidade de preencher com verdade ou não um espaço na alma de cada um.
Nota: Estima-se que os turistas e peregrinos que visitam o local onde se supõe Jesus tenha sido enterrado, deixam em esmolas aos religiosos que são proprietários do local, algo próximo de US$ 20,000.00 diariamente, ou talvez US$ 7,200,000.00 por ano.
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