Ano que vem o filme Amor Sublime Amor, como foi chamado no Brasil o musical de Robert Wise fará 50 anos.
Sempre gostei desse filme e das musicas de Leonard Bernstein que quase todo mundo conhece porque vivem tocando em algum lugar... acho que não, isso é um exagero meu, o que toca muito é Calypso e Zeca Pagodinho e sertanôjo.
Nas numerosas passagens interessantes e bonitas do filme uma se destacou na última vez que eu o assisti. Porque no diálogo entre os personagens principais Tony e Maria, no caso Romeu e Julieta repaginados para um americano que se apaixona por uma porto-riquenha num amor impossível e que não se consuma, pronto contei o final do filme, notei que tratavam de uma variável de sentimento que vi em outras vidas reais e fictícias. Daí perdi um pouco da história do filme enquanto pensava que a história de todo mundo vai se repetindo com pequenas variáveis de um caso para o outro mas são sempre as mesmas histórias, e que no final servem de inspiração mas não servem como modelo de solução, porque cada história tem um desfecho inadequado que não se enquadra em nossas expectativas. Tem um momento que a coisa escapa de nosso controle e se torna em algo que não o quê queríamos.
A histórias são semelhante mas são distintas. Não deveríamos sentir, sofrer, ter ansiedade e essas coisas que nos tiram a alegria o tempo todo.
A vida seria mais boba, sem sentido, mas seria menos infeliz.
Parece melhor não esperar nada que ficar sofrendo e depois obter o mesmo nada.
Sonhamos demais, esperamos demais.
Num outro filme chamado A Ilha com o Evan Macgregor e a Scarlet Johanson o personagem Willian pergunta a um outra personagem: O que é Deus? a resposta:
- Quando você fecha os olhos e deseja alguma coisa fortemente e espera que alguém faça isso acontecer, Deus é o cara que não te atende!
É assim queremos coisas que nunca irão se realizar, a não ser que você faça um filme ou escreva um livro e nele consiga fazer com precisão o final sonhado, mas ainda assim pode ser que você não consiga formular as idéias precisas e achar as palavras certas.
No livro que estou escrevendo e ilustrando, numa passagem Deus materializa uma imagem sua e ela se aproxima de Ciro, o personagem principal, ao chegar bem perto Deus simplesmente enfia os dois dedos nos olhos de Ciro, e isso causa muita dor e decepção em Ciro. E Deus então fala: - Cuide você de sua vida, porque a única coisa que eu podia fazer por você era tentar furar os teus olhos, isso prá ver se você ficando cego tentava enxergar a vida de outra maneira, já que não conseguiu pelos métodos convencionais ( Contei a historinha mas não contei o contexto ).
O convencional é repetir o que todo mundo já fez e já sentiu, mas com pequenas variações. Mas no fundo esperando que Deus faça as coisas acontecerem da maneira certa prá gente, já que não fez dar certo para os outros e nós merecemos mais.
Eu tenho buscado não sentir, tenho fracassado claro, para não ter que enfrentar os dois dedos nos olhos. Busco uma forma não convencional de viver a vida, também sonhando que isso seja melhor e com isso arrisco a cada momento levar os dedos nos olhos. Não alimento esperanças de graças ou milagres, acredito no trabalho e na iniciativa pessoal, mas morro de preguiça. E assim como em West Side Story vejo se repetindo em minha vida os erros de meu pai, de meu avô, ou vendo as coisas acontecerem novamente com uma cara diferente mas essencialmente sendo o mesmo que acontece com todo mundo.
Revelei algo de meu livro que não deveria, ainda, mas vou revelar mais agora.
Deus se arrepende de meter os dedos nos olhos de Ciro e ensina a ele uma maneira de se defender de Deus, mas isso só vai saber quem ler o livro ou quem assistia ao filme dos Três Patetas.
3 comentários:
Vitorio, eu assisti West Side story, e acho que tem sim algo que acaba tocando (em trilha de restaurante as vezes, em casamentos em outras). Mas, infelizmente vc tem razão... calypso e sertanôjo (adorei essa palavra) tocam bem mais.
Sobre Deus e o dedo no olho, confesso que fiquei curiosa com o seu livro vindouro.
Apesar de ser uma pessoa crente (não evangélica, mas crente), penso que na maioria das vezes, estamos sim por nossa conta, até por uma questão de aprendizado... Entaõ, amigo, preferia naõ ver Deus nunca a vê-lo furando meus olhos. Acho que isso seria o ó do bobó...
Para quem ja´leu "A cabana", Deus é uma negra que adora cozinhar...
Fiquei pensando que se algum dia eu escrever um livro, tentaria ter minha propria visão de Deus. Mas isso é papo para outra hora.
Como sempre, seu texto ficou muito legal.
Beijo carinhoso
Mary Joe
Eu que detesto isso, como sabe, fiz uma identidade no Google pra poder lhe escrever.
Demorei, mas li de cabo a rabo tudo que escreveu, e como dói...
Sobre esse seu livro, putz, cacete, deus fura os olhos, depois volta atrás? Bem, todo mundo pode se arrepender, é mais que humano e compreensível (sic).
deus é mais que humano, é metáfora, é o medo, o pavor do que não se compreende, uma invenção humana.
Não vago bem nesse mar de vagas místicas, e muito pior nas ondas da ciência pura, que minha lida, quando tenho, não carece de nenhuma delas, e bastam meus vazios feitos nós com fios de algodão doce.
Deus furando os olhos e se arrependendo, isso é demais de bom. O desespero da recusa e da solidão que deve estar mergulhado o seu personagem, pode furar os zóios sem precisar de espetos.
Vai nessa, Vitório, combater o mal que vem dos céus e o o mal que nos aflige nesse buraco(ou em qq outro), este que nasce na alma, é preciso mais que pode nos dar uma TV, uma mulher legal ou qq outra que não seja inventada pelos nossos desejos.
Nós somos podres, é só parar de correr o sangue pra ver. É preciso enganar o tempo de qq jeito com jota ou com gê, como escreveu Baudelaire "... ..Para não serdes escravos do tempo, embriagai-vos sem tréguas! De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor.."
Vai fundo, tá muito bom esse seu escrever impunemente. Bjs.
Eu que detesto isso, como sabe, fiz uma identidade no Google pra poder lhe escrever.
Demorei, mas li de cabo a rabo tudo que escreveu, e como dói...
Sobre esse seu livro, putz, cacete, deus fura os olhos, depois volta atrás? Bem, todo mundo pode se arrepender, é mais que humano e compreensível (sic).
deus é mais que humano, é metáfora, é o medo, o pavor do que não se compreende, uma invenção humana.
Não vago bem nesse mar de vagas místicas, e muito pior nas ondas da ciência pura, que minha lida, quando tenho, não carece de nenhuma delas, e bastam meus vazios feitos nós com fios de algodão doce.
Deus furando os olhos e se arrependendo, isso é demais de bom. O desespero da recusa e da solidão que deve estar mergulhado o seu personagem, pode furar os zóios sem precisar de espetos.
Vai nessa, Vitório, combater o mal que vem dos céus e o o mal que nos aflige nesse buraco(ou em qq outro), este que nasce na alma, é preciso mais que pode nos dar uma TV, uma mulher legal ou qq outra que não seja inventada pelos nossos desejos.
Nós somos podres, é só parar de correr o sangue pra ver. É preciso enganar o tempo de qq jeito com jota ou com gê, como escreveu Baudelaire "... ..Para não serdes escravos do tempo, embriagai-vos sem tréguas! De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor.."
Vai fundo, tá muito bom esse seu escrever impunemente. Bjs.
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