O amadurecimento pessoal não é um lugar onde se chega, é na verdade um lugar por onde se passa a caminho do nunca.
Nestes dias lendo minhas postagens do blog, lendo e-mails pps que recebo sempre, lendo os comentários dos blogs, e conversando com pessoas na reunião de amigos que tivemos no sábado e falando também com conhecidos nas ruas onde estive trabalhando estes dias, ouvi muita coisa numa colcha de retalhos que mais confunde que alinha as ideias. Com isso deduzo que nunca estamos maduros o suficiente para obter sínteses imediatas. Sempre ficamos vencidos pelo conjunto e pela variedade de ideias que brotam e nos chegam. Há um certo conforto em não se sentir tão vulnerável aos postulados e comentários contraditórios, quando já temos um passado de vivências que nós dá a base para formular uma opinião e nela acreditar. Das fortificações desta opinião defendemos nosso território e nosso ponto de vista. Mas sempre reflito sobre se estou pronto pra fechar a questão ou se não seria prudente pensar um pouquinho mais e avançar para o território do oponente. Afinal, acredito que a maturidade é justamente a capacidade de transitar e não a incompetência de se achar o senhor da verdade. Com isso ficamos intimamente alvos das mais variadas dúvidas. Nunca estamos maduros o suficiente para as novidades que aparecem, é mais fácil ser maduro para as coisas já mais consolidadas, tradicionais. Isso é fácil. Abrir a mente para o desconhecido e nele entrar com segurança é uma coisa que nunca vai nos acontecer, sempre teremos o advento da dúvida e a necessidade de caminhar em direção ao nunca ter certeza e à necessidade de ter que experimentar.
Portanto, saibam, vai ficando cada vez mais fácil viver e compreender a vida, mas também vai ficando cada vez mais claro na cabeça da gente que o próximo dia sempre trará algo inédito para os que tem capacidade de reconhecer que a vida não se repete e que as nuances são sutis.
Um comentário:
Talvez resida aí a chave da beleza do viver...a inteligência dá lugar à sabedoria e essa a gente não aprende nos bancos escolares, só na escola da vida.
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