É uma imagem linda esta reprodução do Sermão da montanha.Embora eu não seja religioso, gosto de algumas passagens realmente muito belas da vida de Jesus e de algumas frases supostamente ditas por ele.Acredito que foram frases traduzidas e adaptadas conforme a conveniencia de evangelização de cada época e de cada povo. Um exemplo, não propriamente de Jesus mas do Paizão, é de quê: Ele responde às nossas perguntas não como nós gostariasmos, mas como ele acha que deve.Eu faço isso também com minha fila e minha mulher.E quando estudei sobre pesquisa de opinião na disciplina de sociologia na faculdade de comunicação social, lembro dos tabulamentos que alguns colegas faziam visando obter as respostas que queriam. Não digo que fazia conscientes, mas faziam.Eu já me peguei muitas vezes na vida buscando a resposta que queria para perguntas que formulei em momentos críticos, e hoje vejo o quanto forcei para ouvir apenas a resposta que eu queria ouvir. As respostas eram outras mas eu fazia todas as considerações possíveis até ela ganhar a cara que era a que eu imaginava que ela deveria ter para me agradar.Ou seja eu mesmo me enganava e confundia.Num determinado momento da vida percebi que a religião também me enganava e confundia com sua beleza e elaboração de respostas. O caminho natural então era ficar com a poesia da religião e fugir do dogmatismo.Quando me casei pela primeira vez, queríamos morar longe de São Paulo, buscávamos algum lugar que tivesse atividade turística para poder viver disso e viver também num lugar bonito.Íamos aos lugares procurar casa, e nunca achávamos nada, então entendíamos que a resposta estava em outro lugar, e assim fomos nos encantando com lugares e se desencantando para poder abrir espaço para outros encantamentos. Por fim acabamos indo morar em Paraty, que foi um bom negócio, e focamos nossas apostas e respostas naquele lugar. Mas lembro bem do processo onde passávamos a falar bem do próximo lugar a tentar e depois passávamos a desqualifica-lo para não sofrer tanto com a perda.Assim fomos e assim somos. Buscamos uma resposta conveniente, e não a resposta certa, e com isso perdemos muito tempo e oportunidades na vida.Os religiosos diante do beco do inconformismo se saem com: Deus tem um propósito.Ou que: Ele escreve certo por linhas tortas, e assim por diante.Poesia e armadilhas. Perigoso atravessar esta estreita linha, perigoso olhar para baixo, perigoso nascer e pensar.
2 comentários:
Lindo seu texto. Lindo mesmo. Tive vontade de copiar trechos e emoldurar....
Mas posso mais uma vez ser advogada do diabo? Aquela que sempre defende o outro lado da moeda? E existe Vitorio, alguma coisa parecida com "a resposta certa"?
Porque veja só, nós é que acabamos encontrando nossas respostas, e se mudamos o tempo todo, então, nossos questionamentos também não são estanques. Entaõ,a verdade estica e puxa, igual a música da Xuxa?
Por muito tempo, achei que existia um caminho estreito (como dito nas religiões), hoje penso que o caminho é do tamanho que eu o colocar. Entaõ, tenho dificuldade de entender quando alguém propõe algo ja´milimetrado, certo, tipo, se quer isso, faça aquilo. Acho que até receita de bolo, eu mudo.
Devo ser das duas uma: ou bastante moderna, ou simplesmente bagunceira. rs
Sem fazer juízo de valor, vou só transcrever um trecho do livro que acabei de ler "O Monge e o Executivo":
...Porque todo mundo tem uma religião, John. Todos nós temos alguma espécie de crença a respeito da rigem, natureza e finalidade de universo. Nossa religião é simpplesmente nosso mapa, nosso paradigma, as crenças com que respondemos às difíceis questões existenciais. São perguntas assim: como o universo foi criado? universo é um lugar seguro ou hostil? Por que estou aqui? O universo foi feito ao acaso ou há uma finalidade\maior? Há algo depois da morte? Todos nós pensamos essas coisas, claro que alguns mais do que outros. Até os ateus são pessoas religiosas porque elas têm respostas para essas perguntas....
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