É um termo antigo usado em comunicação social e nas artes.
Basicamente: se eu usar esta postagem para descrever ao leitor como faço para escrever esta postagem, este método explicativo é metalinguagem, pois abri mão de escrever sobre um conteúdo para escrever sobre uma técnica de comunicação. Num filmão antigo chamado A mulher do tenente francês, do pouco que lembro, a mulher do tão tenente vai à margem de um mar tormentoso esperara pela volta do marido, numa filmagem de época. Ao mesmo tempo o filme mostra de forma intercalada, as filmagens da história da mulher do tenente francês onde justamente a atriz ( Meryl Streep ) esta se apaixonado pelo ator que faz o papel de seu marido na história de época, e assim o filme vai e volta mostrando duas histórias: uma no passado e outra a filmagem desse passado. Nas duas tramas os mesmos personagens estão apaixonados, só que na parte da filmagem é metalinguagem, é mostrar como o filme esta sendo feito, é denunciar que a trama no passado é uma ficção, embora também seja ficção a trama da filmagem.
Fellini em La Nave vá, mostra o tempo todo cenários pouco realistas e o publico é o tempo todo induzido a achar que a trama é verdadeira, mas cenas em alto-mar nitidamente rodadas em estúdio fazem o publico o tempo todo se dar conta que é uma farsa. Mas a história é tão envolvente que mesmo assim você acredita que aquilo é de verdade e cai na armadilha, até chegar noutra cena onde fica claro que é uma farsa, que não estão no mar, que tudo é cenário, mas o diretor vai te envolvendo e você volta a acredita que tudo é de verdade.Na cena final a essência da meta linguagem, o navio bombardeado esta indo a pique, confusão, aflição no publico e um recuo de camera mostrando o imenso cenário com equipamentos hidráulicos responsáveis por fazer o navio balançar e adernar, a equipe de filmagem sendo vista de costas entre a camera que agora filma e a cena do naufrágio, a certeza da farsa ocorrendo dentro dos estúdios da Cinecittá em Roma.
Quando escrevo, gostaria de dizer porque resolvi escrever tão coisa, gostaria de cometer a metalinguagem, mostrar o madeiramente que armei por trás da lona pintada para parecer uma paisagem verdadeira e envolver os leitores. E deixar claro, isso não é de verdade, eu escrevi prá motiva-los a sentir, a pensar a comentar.
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