PENSANDO

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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

NEM TODOS OS SUTIÃS FORAM QUEIMADOS.

Voltando parcialmente ao tema de alguns dias passados, fugindo das generalizações, e tentando perseguir um fio de ideia baseado em médias, vamos dividir em dois grupos as portadoras de calcinhas.
Grupo 1: A mulher que não queimou o sutiã nos anos 60/70, preferiu aguardar o tempo passar e ver como as coisas iam se ajeitando. Achou um partido e transformou-o em casamento instável e durável. O tal partido por sua vez foi deixando a coisa correr solta e num determinado momento se deu conta de que não estava dando conta do recado. Ou seja: fazia parte de um casal porqueira.
Ele trabalhando naquilo que não gosta, ganhando mal, educando mal os filhos, comendo mal a patroa, defasado moral, ética, intelectual e profissionalmente. Ou seja novamente: um bosta proporcionando uma vista de bosta para a família por conta de não ser eestimulado a fazer nada de melhor, cobrado sim, sempre, estimulado não, nunca.
Estimulado x cobrado?
Cobrança vem nas crises, nas conversas com as amigas e com a mãe, aquela coisa de não sei por que ele trabalha tanto e nunca tem dinheiro? Não sei por que ele não manda o chefe dele aumentar o salário dele? Ele não sabe se valorizar. Ele não faz nada direito, é muito folgado e preguiçoso.
Estimulo vem todo dia, toda hora, é atenção, recompensa, solidariedade, participação, cumplicidade. Não importando o clima, estar sempre fazendo parte de um mesmo projeto.
Quem não queimou o sutiã espera que algum homem, na verdade qualquer homem, coloque o mundo aos seus pés, de preferência o melhor dos mundos. Isso não acontecendo: cobrança nele.
Roda de amigas, afiação de línguas e comentários sobre a liquidação das Lojas Marisa. Pura futilidade aliada ao naufrágio de uma célula.
Grupo 2: A mulher que não precisa de homem, qualquer homem, para colocar o mundo aos seus pés. Ela estudou ou não, mas foi buscar o seu pedaço do mundo. Faz tudo que as outras fazem e mais uma porrada de outras coisas básicas, como complementar os estudos, fazer aperfeiçoamentos, se lançar em novos negócios, sentir saudades dos filhos, ter seu próprio carro, embora priorize comprar uma sandália a fazer a manutenção preventiva do motor dele, nem tudo é perfeito e chegou ao estado ideal. Mas, ou seja mais uma vez: homem no caso desse grupo só serve prá encher o saco.
Eu conheço mais integrantes do grupo 2 que do grupo 1.
Em média, já que falei que falaria de média, 90% no grupo 2, incrível ? Com algumas anjas caídas para o grupo 1 depois de acharem um partido que as livrou do grupo 2.
Mas causa-me espanto saber que a maioria queimou o sutiã, e que os babacas dos homens nem para sexo estão servido mais, na medida que as opções sexuais estão se ampliando e se tornando naturais e aceitáveis em outros círculos.
Não percebo no entando muita sensação de realização no grupo 2, por outra, percebo um enorme sofrimento e ainda uma angustia de não saber direito seu lugar na coisa toda e saber se esta valendo a pena. A verdade é que todo mundo acaba descobrindo um dia que ganhar dinheiro na quantia certa não é fácil prá ninguém, que o melhor dos mundos nem sempre vem sem esse danado desse dinheiro, que você deixa de ser escrava de um homem mas torna-se escrava de um chefe ou cliente e que no final das contas ter o dia livre pra reclamar da vida enquanto alguém rala por você não é lá tão ruim assim.
Tá um pouco desencontrado ?
Não tá não, é assim mesmo, com autos e baixos, com vacilos e recuos, com vontade de ficar com gripe só prá passar o dia na cama, mas agora o grupo 2 tem que sair prá luta com H1N1 e tudo, e o melhor dos mundos é só uma promessa, que poucas chegam lá, que poucas se mantém lá, que o mesmo mundo que era vilão com os homens é vilão também com mulheres, crianças, velhinhos e com qualquer um que queira conquista-lo.
Eu honestamente não gosto do grupo 1, embora por razões varias o tenha que suportar, mas acho que estar no grupo 2 e no final das contas um grande decepção, porque a vida deveria ser algo mais fácil depois de tantas reencarnações.

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