PENSANDO

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

POR DENTRE AS BELAS ÁRVORES

Sempre vivi perto de belas árvores, nos últimos anos, embora eu não acredite em duendes e almas ocultas dentro de troncos sinto um estranho frio ou coisa parecida na barriga quando estou dentro de um bosque. Acho que já me referi a isso aqui em alguma postagem.
Mas como tenho o habito de me movimentar muito entre elas as vezes perco a trilha de alguma.
Agora sem que eu tivesse feito algum plano de busca achei uma árvore antiga conhecida de quem gosto muito. Essas coisas sempre acontecem por acaso e quando acontece eu me pergunto como consegui ficar tanto tempo sem -la, ou porque deixei que isso acontecesse? Mas a vida nos ocupa de coisas que se impõem como prioridades e que na verdade são apenas pequenas chateações, isso sim.
Mas a bela árvore que eu julgava poderia estar sufocada por outra maiores, pareceu-me forte e competitiva. Esta muito mais desenvolvida parece que cresceu pra todos os lados e ocupou espaços que seriam naturalmente seus mas também disputou e também conquistou novos grandes espaços. Eu sabia que ela era forte mas não imaginava que em tão pouco tempo ela se ampliaria tanto. Os homens próximos às árvores são sempre criaturas minúsculas. Não tenho a retenção de competir em resistência e magnitude, mas tento extrair delas as melhores lições que elas sempre disponibilizam para que aprendamos. Todos somos seres solitários como as árvores que mesmo cercadas de milhares de outras, lutam sempre sozinhas por sua sobrevivencia, dizia a amiga falecida Meg que o vento é o faxineiro da floresta, e isso é verdade, pois a cada temporal ele arranca um monte de galhos decréptos para que no lugar brotem ramos mais vigorosos. E assim, depois de uma crise vem uma nova árvore mais forte, mais equilibrada e sempre mais bela de ser apreciada. E a gente vai ficando cada vez mais pequenininho perto dela. Mas se você tem humildade e procura entender a essência dessas criaturas cresce de alguma forma junto com elas. Eu tenho hoje muitas belas árvores para observar e aprender com elas porque optei por morar num bosque, -las sofrerem com os vendavais e crescerem na estação certa. E com isso saber que a vida é feito de ciclos, de idas e voltas, de perder e de ganhar. E acima de tudo de ter a paciência das árvores que sempre aguardam e percebem a hora e o caminho certo parar crescer e vencer a floresta.
Minha bela árvore não quero mais te perder de vista.

5 comentários:

Alvâni André disse...

Gosto de árvores. Não moro num bosque, mas sempre dou um jeito de encontrar alguma bem chique aqui em Juiz de Fora, mesmo enfiada bem no meio da cidade, bem no meio de alguma grande avenida. Dou nome para elas e sempre que passo cumprimento, converso, digo como é linda. Então tem a Clara, que fica na Avenida Rio Branco, a Baronesa, que fica na Rua Barão de São Marcelino e as Macielas que são duas espetaculares árvores que ficam em uma praça na Avenida Olegário Maciel.
Há algum tempo na minha vida as coisas insignificantes não ocupam assim tanto espaço a ponto de se transformarem em prioridades. Acho que estou encontrando o caminho do ser feliz.
Gosto do seu blog, você sabe, e gostei particularmente deste post, bem poético, bem lá do fundo da alma, bem simples. Só depois de muita estrada, reflexão e dor a gente consegue se aproximar da simplicidade.
Um grande abraço pra você...

Andréa Lopes disse...

Trabalho numa das ruas mais movimentadas de São Bernardo, mas, o escritório fica nos fundos e tenho o privilégio da minha sala ter uma varanda e nela posso ver um terreno tipo chácara (coisa rara hj em dia)com muitas árvores. Estes dias paramos todos pra ver um pica-pau numa delas (coisa + rara ainda). Enfim, toda vez que preciso de um pouco de paz é pra lá que olho, incrível o poder da natureza, interessante observar , conteplar, refletir e muito sábio da sua parte tirar lições de vida. Grandeza e simplicidade, parabéns pelo texto!
Abs

Andréa

Mary Joe disse...

Muito bonito o seu texto. Filha do asfalto, moradora de BH, naõ sabia reconhecer a beleza das árvores. Para mim elas eram meros ornamentos.

Depois que mudei para cá, aprendi a reconhecer e a respeitar a sabedoria da natureza. E daqui da loja, tem um lugar que coloco uma rede, e deitada fico observando a mangueira com os passarinhos arrulhando.
Acho que consegui perceber um pouco da beleza do uqe vc disse. Mas confesso a vc que gostaria muito de conhecer sua árvore.
Bacci
Mary Joe

Família Meneghel disse...

Alvani, Andréa e Mary
É sempre um prazer enorme te-los por aqui.
Achei muito bom ter conseguido tocar na alma e nos entimentos de vcs com esta postagem e com varias outras que tivemos durante todo o ano.
Obrigado pela presença constante de vcs e pelos sempre carinhosos comentários.
Um grande beijos em vcs e boas festas para todos.

Anônimo disse...

A gente está acostumado a ver a árvore de baixo para cima. Quando vou ao dentista, no 13o.andar de um prédio da av.Angélica, bairro de Higienópolis(SP), fico olhando para a janela as diversas árvores lá embaixo. Mudar o ângulo de visão dá mais beleza às árvores. O raio de cobertura aumenta e, como são muitos ipês-roxos, ficam lindas em determinada época do ano. Por falar em ipê-roxo, tenho um lá em Itapetininga plantando por meu pai. Fiz foto dele plantando e disse, naquela oportunidade, que teria uma história para contar aos meus netos sobre o dia em que o bisavô dele plantou aquela árvore. Quando meu pai morreu, fiz um círculo de folhagens em volta do tronco e hoje virou quase um monumento ao Seo Angelo. É lá que coloquei meu banquinho e converso com ele, que se apoderou da árvore, e onde recebo importantes conselhos. Até eu virar árvore tb...